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A comparação com 2009 é inevitável.
Naquele ano, quando a economia brasileira era arrastada pela onda
da crise global, a atividade industrial doméstica encolhia
e o emprego do setor recuou 4,8% no primeiro semestre. Nos seis
primeiros meses deste ano a queda foi maior: 5,2%, segundo números
do IBGE.
O que parece
ser hoje tão ruim quanto em 2009 é, em verdade,
pior. A retração do emprego industrial em 2015 ocorre
após três anos consecutivos de resultados adversos
(–1,4% em 2012, –1,1% em 2013 e –3,2% em 2014).
O quadro é
mais grave pois, em 2009, a crise “vinha” de fora.
Hoje, a economia global anda fraca e efetivamente tem afetado
a indústria nacional. Mas, o desempenho pífio da
economia brasileira em 2015, num cenário de forte ajuste
das contas do governo e num ambiente de expectativas nada positivas
– muito em decorrência das incertezas políticas
–, tem levado à indústria nacional a amargar
uma crise que não é observada em sua história
recente.
No ano passado,
a produção industrial caiu 3,1% e, neste ano, a
taxa em doze meses é de -5,0%. A projeção
para o número de ocupados na indústria é
de retrocesso de mais de 4,5% em 2015.
Ao longo deste
ano, a crise do emprego industrial vem se aprofundando: –0,7%
no primeiro trimestre e –2,4% no segundo, ao se comparar
trimestre com trimestre imediatamente anterior com ajuste sazonal;
e –4,6% e –5,8%, respectivamente, no primeiro e segundo
trimestres deste ano se a comparação é feita
com iguais trimestres de 2014.
E mais: ela
é geral, ou seja, ocorre em todos os ramos da indústria.
Em alguns segmentos, a queda do emprego é elevadíssima
nos seis primeiros meses deste ano, como, por exemplo, em máquinas
e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações
(–12,5%), produtos de metal (–10,2%), meios de transporte
(–9,9%) e outros produtos da indústria de transformação
(–8,7%).
Mas ela também
é severa em segmentos tradicionais da economia brasileira:
vestuário (–5,4%), calçados e couro (–7,5%),
metalurgia básica (–6,5%), papel e gráfica
(–3,3%), refino de petróleo e produção
de álcool (–6,3%), indústrias extrativas (-4,6%)
e produtos têxteis (–2,9%).
No segundo
semestre, poderá haver algum abrandamento da escalada da
crise do emprego industrial, já que os ajustes mais duros,
ao que parece, foram feitos no primeiro semestre. O número
de horas pagas, que recuara 0,3%, 1,2% e 1,3%, nessa ordem, em
março, abril e maio, caiu menos em junho (-0,6%); um possível
sinal de que o sangramento no mercado de trabalho da indústria
nacional pode estar começando a ser estancado.
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Em junho, o emprego na indústria apresentou recuo de 1,0% frente
a maio, na série livre de efeitos sazonais, a sexta queda consecutiva.
Na comparação com o mesmo mês de 2014, houve uma queda
de 6,3%. Em relação ao segundo trimestre de 2014, no segundo
trimestre deste ano, o emprego na indústria recuou 5,8%. Já
no acumulado do primeiro semestre do ano, em comparação
a igual período de 2014, o emprego industrial caiu 5,2% e, no acumulado
dos últimos doze meses encerrados em junho, a variação
foi de –4,6%.
No confronto junho
deste ano e junho do ano passado, o total do pessoal ocupado assalariado
recuou em todos os dezoito setores pesquisados, com destaque para: meios
de transporte (–11,4%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (–13,9%), produtos de metal (–11,8%),
máquinas e equipamentos (–8,9%), alimentos e bebidas (–3,0%),
vestuário (–6,7%), outros produtos da indústria de
transformação (–9,3%), calçados e couro (–7,8%),
borracha e plástico (–4,9%), metalurgia básica (–7,3%),
papel e gráfica (–4,0%), minerais não–metálicos
(–3,1%), produtos têxteis (–3,8%) e indústrias
extrativas (–5,3%).
No acumulado dos seis
primeiros meses de 2015, as contribuições negativas mais
relevantes vieram de meios de transporte (–9,9%), máquinas
e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–12,5%),
produtos de metal (–10,2%), alimentos e bebidas (–2,2%), máquinas
e equipamentos (–6,4%), outros produtos da indústria de transformação
(–8,7%), vestuário (–5,4%), calçados e couro
(–7,5%), metalurgia básica (–6,5%), papel e gráfica
(–3,3%), refino de petróleo e produção de álcool
(–6,3%), indústrias extrativas (–4,6%) e produtos têxteis
(–2,9%).
Número
de Horas Pagas. O número de horas pagas aos trabalhadores
na indústria apresentou queda de 0,6% na passagem de maio para
junho, na série dessazonalizada, após recuo de 1,3% em maio.
Frente a junho de 2014, houve queda de 6,3% das horas pagas na indústria.
Na comparação acumulada do ano até junho, houve decréscimo
de 5,8%, devido aos resultados negativos de meios de transporte (–11,1%),
máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações
(–14,5%), produtos de metal (–11,6%), máquinas e equipamentos
(–8,4%), outros produtos da indústria de transformação
(–10,1%), alimentos e bebidas (–2,0%), borracha e plástico
(–6,9%), vestuário (–6,0%), calçados e couro
(–8,8%), metalurgia básica (–9,0%), papel e gráfica
(–5,0%), refino de petróleo e produção de álcool
(–9,0%) e minerais não–metálicos (–3,3%).
No acumulado dos últimos 12 meses encerrados em junho frente ao
período imediatamente anterior a queda foi de 5,3%.
Folha de Pagamento
Real. Em junho, frente a maio, este índice apresentou
avanço de 1,3%, após dois meses de queda (–1,0 em
abril e –3,8% em maio). Frente a junho de 2014, o resultado ficou
negativo em 7,1%. No acumulado do primeiro semestre de 2015, o recuo foi
de 6,1%, impulsionado pelos setores de meios de transporte (–11,8%),
máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações
(–11,4%), produtos de metal (–10,6%), máquinas e equipamentos
(–5,1%), alimentos e bebidas (–3,2%), metalurgia básica
(–9,2%), indústrias extrativas (–6,6%), outros produtos
da indústria de transformação (–7,4%), borracha
e plástico (–4,5%), calçados e couro (–9,5%),
refino de petróleo e produção de álcool (–6,2%)
e papel e gráfica (–1,9%). Por sua vez, no acumulado dos
últimos doze meses até junho, houve variação
negativa de 4,7%.
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