10 de julho de 2015

Indústria Regional
Nível e direção da crise


   

 
Será que a crise atual da indústria brasileira tem a mesma dimensão da crise pela qual essa mesma indústria passou em 2009? Se olharmos para a indústria de São Paulo, o núcleo industrial do País, a resposta caminha para um certeiro “sim”.

Na comparação de maio deste ano com igual mês de 2014, a produção industrial paulista recuou 13,7%, um nível de variação negativa somente registrada na crise de 2009. Vale lembrar que, naquele ano de crise global, a atividade produtiva da indústria de São Paulo recuou 7,4%. Nos primeiros cinco meses de 2015 frente ao mesmo período do ano passado, a produção industrial paulista encolheu 8,6%.

E os sinais de uma crise tão ou mais severa que a de 2009 não vem somente de São Paulo. Pode-se observar nos números do IBGE que a crise da atividade industrial do País em várias outras localidades tem, neste ano, se agravado ou se mantido em patamares negativos elevados.

Tomando-se o primeiro trimestre e o acumulado dos dois primeiros meses do segundo trimestre (abril e maio) deste ano, nota-se que a crise avançou no Nordeste (de –5,9% no primeiro trimestre passou para –6,2% no acumulado abril-maio) e se manteve a taxas negativas elevadas em Minas (–7,5% e –7,4%, na mesma ordem) e no Rio Grande do Sul (–11,7% e –11,1%) – todas as taxas calculadas com relação a igual período do ano anterior.

No Rio de Janeiro, devido quase que exclusivamente ao impacto positivo do setor extrativo (impulsionado especialmente pela maior extração de óleos brutos de petróleo), a crise arrefeceu no segundo trimestre (de –6,4% no primeiro trimestre para –1,9% no acumulado abril-maio), mas, ainda assim, no acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, a retração da produção da indústria fluminense é mais severa que a registrada em 2014: –4,6% e –3,5%, respectivamente.

Vale notar que, em São Paulo, a crise se intensificou expressivamente na passagem do primeiro trimestre para o acumulado abril–maio (–5,7% e –12,4%, nessa ordem). Os recuos da atividade produtiva ocorreram nos mais diferentes ramos da indústria paulista – algo que também pode ser observado em outros localidades. No acumulado janeiro-maio, a produção industrial caiu fortemente, entre outros, nos segmentos de veículos automotores, reboques e carrocerias (–16,1%), alimentos (–10,9%), máquinas e equipamentos (–12,8%), outros produtos químicos (–7,4%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (–14,2%), metalurgia (–12,1%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (–11,2%).

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