Efetivamente, a crise no mercado de trabalho da indústria
brasileira mudou de patamar. Em 2014, já se observou uma
piora considerável do emprego industrial, cuja taxa de
variação foi de –3,2% (após as quedas
de 1,4% e 1,1%, respectivamente, em 2012 e 2013). No primeiro
quadrimestre deste ano, a situação ficou mais crítica:
retração de 4,8% do número de pessoal ocupado
na indústria. O emprego industrial caminha, neste ano,
para uma queda de 5,0%. A crise mais severa de sua história.
Severa porque,
como mostram os números do IBGE, essa crise do emprego
industrial é generalizada e ocorre há um bom tempo.
Em abril deste ano com relação a igual mês
de 2014, o emprego industrial recuou 5,4%, o que significou o
quadragésimo terceiro resultado negativo consecutivo na
série que compara mês com o mesmo mês do ano
imediatamente anterior.
Esse resultado
de abril refletiu o encolhimento do contingente de trabalhadores
em todos os dezoito ramos industriais pesquisados pelo IBGE, com
destaque para: meios de transporte (–10,5%), produtos de
metal (–10,8%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (–12,4%), alimentos e bebidas
(–2,7%), máquinas e equipamentos (–6,8%), outros
produtos da indústria de transformação (–8,7%),
calçados e couro (–7,9%), vestuário (–5,4%),
metalurgia básica (–6,5%), refino de petróleo
e produção de álcool (–7,2%), indústrias
extrativas (–5,3%), minerais não–metálicos
(–2,5%), papel e gráfica (–2,6%) e produtos
têxteis (–2,5%) – todas as taxas de abril último
com relação a igual mês do ano passado.
No acumulado
dos primeiros quatro meses deste ano, o decréscimo do número
de ocupados na indústria brasileira também ocorreu
em todos seus ramos. As quedas que mais influenciaram a média
nacional vieram das seguintes atividades industriais: meios de
transporte (–9,2%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (–12,0%), produtos de metal
(–9,7%), máquinas e equipamentos (–5,5%), alimentos
e bebidas (–1,8%), outros produtos da indústria de
transformação (–8,4%), calçados e couro
(–7,4%), vestuário (–4,5%), metalurgia básica
(–6,3%), papel e gráfica (–3,1%), refino de
petróleo e produção de álcool (–6,8%),
indústrias extrativas (–4,3%) e produtos têxteis
(–2,6%).
São
taxas elevadíssimas que têm a ver com o fraco desempenho
da economia brasileira, mas que podem também estar refletindo
um movimento iniciado já há alguns anos na indústria
e que hoje começa a se fazer mais presente, qual seja:
uma corrida por processos produtivos em bases mais automatizadas,
os quais se traduzem pela incorporação de novas
máquinas, de novas tecnologias, cujo objetivo principal
é restaurar ou mesmo aumentar a sua competitividade. É
uma hipótese a ser verificada. Com certeza, um dos grandes
desafios da indústria nacional.
Leia
aqui o texto completo desta Análise.