19 de junho de 2015

Emprego Industrial
Crise aguda e desafios


   

 
Efetivamente, a crise no mercado de trabalho da indústria brasileira mudou de patamar. Em 2014, já se observou uma piora considerável do emprego industrial, cuja taxa de variação foi de –3,2% (após as quedas de 1,4% e 1,1%, respectivamente, em 2012 e 2013). No primeiro quadrimestre deste ano, a situação ficou mais crítica: retração de 4,8% do número de pessoal ocupado na indústria. O emprego industrial caminha, neste ano, para uma queda de 5,0%. A crise mais severa de sua história.

Severa porque, como mostram os números do IBGE, essa crise do emprego industrial é generalizada e ocorre há um bom tempo. Em abril deste ano com relação a igual mês de 2014, o emprego industrial recuou 5,4%, o que significou o quadragésimo terceiro resultado negativo consecutivo na série que compara mês com o mesmo mês do ano imediatamente anterior.

Esse resultado de abril refletiu o encolhimento do contingente de trabalhadores em todos os dezoito ramos industriais pesquisados pelo IBGE, com destaque para: meios de transporte (–10,5%), produtos de metal (–10,8%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–12,4%), alimentos e bebidas (–2,7%), máquinas e equipamentos (–6,8%), outros produtos da indústria de transformação (–8,7%), calçados e couro (–7,9%), vestuário (–5,4%), metalurgia básica (–6,5%), refino de petróleo e produção de álcool (–7,2%), indústrias extrativas (–5,3%), minerais não–metálicos (–2,5%), papel e gráfica (–2,6%) e produtos têxteis (–2,5%) – todas as taxas de abril último com relação a igual mês do ano passado.

No acumulado dos primeiros quatro meses deste ano, o decréscimo do número de ocupados na indústria brasileira também ocorreu em todos seus ramos. As quedas que mais influenciaram a média nacional vieram das seguintes atividades industriais: meios de transporte (–9,2%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–12,0%), produtos de metal (–9,7%), máquinas e equipamentos (–5,5%), alimentos e bebidas (–1,8%), outros produtos da indústria de transformação (–8,4%), calçados e couro (–7,4%), vestuário (–4,5%), metalurgia básica (–6,3%), papel e gráfica (–3,1%), refino de petróleo e produção de álcool (–6,8%), indústrias extrativas (–4,3%) e produtos têxteis (–2,6%).

São taxas elevadíssimas que têm a ver com o fraco desempenho da economia brasileira, mas que podem também estar refletindo um movimento iniciado já há alguns anos na indústria e que hoje começa a se fazer mais presente, qual seja: uma corrida por processos produtivos em bases mais automatizadas, os quais se traduzem pela incorporação de novas máquinas, de novas tecnologias, cujo objetivo principal é restaurar ou mesmo aumentar a sua competitividade. É uma hipótese a ser verificada. Com certeza, um dos grandes desafios da indústria nacional.

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