O relatório da UNIDO sobre a produção de
manufaturas no primeiro trimestre de 2015 aponta crescimento moderado
de 2,8% em relação ao primeiro trimestre de 2014.
As variações trimestrais em 2014 foram superiores
à dos três meses inaugurais de 2015, mas desacelerando:
4,8% no primeiro trimestre de 2014, 3,4% no segundo, 3,7% no terceiro
e 3,3% no último, sempre em relação ao mesmo
período do ano anterior. Na comparação com
o quarto trimestre do ano passado, nos três meses inaugurais
de 2015 a indústria teve elevação de 4,4%
na produção de manufaturas, com ajuste sazonal.
Cabe notar
que a produção da indústria de transformação
brasileira retraiu 8,0% no mesmo período em relação
a janeiro-março de 2014, francamente na direção
oposta do grupo de países emergentes e em desenvolvimento,
que teve expansão de 5,3%. Tal crescimento contou com o
melhor resultado da China (7,2%) e dos países da Ásia
e Pacífico em geral (6,6%) – cujos indicadores em
relação ao trimestre anterior também melhoraram
expressivamente.
Já
a indústria de transformação da América
Latina retraiu 2,1% no mesmo período, comparando com janeiro-março
de 2014, pressionada por Brasil, mas também Argentina (-1,5%)
e Peru (-4,2%). Por outro lado, o México teve aumento de
3,7% apoiado, principalmente, nos setores de instrumentos médicos,
óticos e de precisão (11,3%) e de veículos
automotores, carrocerias e semi-carrocerias (12,0%).
Já
os países desenvolvidos registraram variação
positiva de 1,3% da produção manufatureira nos três
primeiros meses do ano, após variação de
1,9% no último trimestre de 2014, ambos em relação
ao mesmo período do ano anterior. Em relação
ao último trimestre de 2014 o crescimento de janeiro-março
de 2015, descontados os efeitos sazonais, foi nulo.
A despeito
da melhoria na Europa nessa comparação (0,4%), o
fraco desempenho da produção manufatureira das economias
desenvolvidas foi abalado pela desaceleração no
ritmo de expansão nos países desenvolvidos da América
do Norte (-0,3%, tendo sido positivo nas medições
anteriores) e do Leste asiático (-0,3%). Já na comparação
com o mesmo trimestre do ano anterior, a transformação
industrial nos primeiros meses de 2015 variou 3,7% na América
do Norte, -2,0% na Ásia e 1,2% na Europa.
Os EUA continuam
ostentando a maior expansão entre todos os países
do grupo dos desenvolvidos, de 3,8% no primeiro trimestre de 2015
em relação ao mesmo período de 2014, mas
com resultado inferior às medições anteriores
por conta da valorização do dólar e da queda
da demanda dos mercados latino-americanos, além da esfriada
na demanda interna.
Já
a leve retomada europeia está relacionada também
à apreciação do dólar, o que lhe rende
mercados externos. Assim, ainda na comparação com
janeiro-março de 2014, nos primeiros meses de 2015 a produção
da indústria de transformação elevou-se 5,2%
na República Tcheca, 7,8% na Hungria e 6,1% na Eslovênia.
Por outro lado, se a queda nos preços do petróleo
ajuda a reduzir os custos das indústrias das economias
desenvolvidas, no caso da Rússia levou a uma variação
negativa do produto da indústria de transformação
de 1,7% na mesma comparação.
Em nível
global, em termos de setores da indústria de transformação,
a grande maioria registrou variação positiva entre
janeiro e março de 2015 em relação ao mesmo
trimestre de 2014, a única exceção foi impressão
e publicação (-0,5%). Os aumentos de produção
mais expressivos foram os de outros equipamentos de transporte
(8,4%), Rádio/TV/comunicações (7,9%) e produtos
químicos (5,7%), nos dois últimos casos devido à
expansão expressiva nos países desenvolvidos, de
6,0% e 4,9%, respectivamente (lembrando que a média desse
grupo de economias fora de 1,3% no período). Já
a expansão de outros equipamentos de transporte se deve
ao aumento de 13,8% na produção das economias em
desenvolvimento e emergentes, único de dois dígitos
entre todos os setores na comparação do primeiro
trimestre de 2015 com o mesmo período de 2014.
Leia
aqui o texto completo desta Análise.