19 de maio de 2015

Emprego Industrial
Outro nível da crise


   

 
Os dados de março do IBGE referentes ao emprego industrial mostram que o quadro de demissões da indústria, que já vinha se agravando nos meses anteriores, galgou outro patamar. De fato, em março último, o emprego industrial caiu 0,6% frente a fevereiro deste ano (considerados os ajustes sazonais) e nada menos do que 5,1% com relação a março de 2014.

Não se vê no horizonte uma mudança desse cenário de crise no mercado de trabalho da indústria nacional. Ele depende de uma reversão da evolução da produção do setor, a qual, como se sabe, vem apresentando resultados mais adversos neste ano. Após as quedas de 1,4% em 2012, 1,1% em 2013 e 3,2% em 2014, o emprego industrial caminha para sua quarta taxa negativa consecutiva em 2015, algo inédito em sua história recente.

A crise no mercado de trabalho da indústria brasileira continuou a aprofundar-se em 2015. Após as quedas de 2,0%, 2,8%, 3,7% e 4,4%, nessa ordem, do primeiro ao quarto trimestre de 2014, o número de ocupados na indústria recuou 4,6% no primeiro trimestre deste ano – todas as taxas relativas a igual trimestre do ano imediatamente anterior.

Em todos os dezoito ramos industriais pesquisados pelo IBGE, o emprego industrial recuou no acumulado dos três primeiros meses deste ano. E há quedas expressivas nos mais diferentes segmentos, como, por exemplo, nos de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–11,9%), produtos de metal (–9,3%), meios de transporte (–8,8%), outros produtos da indústria de transformação (–8,2%), calçados e couro (–7,1%), refino de petróleo e produção de álcool (–6,6%), metalurgia básica (–6,3%), máquinas e equipamentos (–5,1%) e vestuário (–4,3%).

Ainda no acumulado do primeiro trimestre de 2015, o número de horas pagas e o valor da folha de pagamento real na indústria caíram, respectivamente, 5,2% e 4,9%. Os resultados aqui são negativos para quase todos os ramos industriais.

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