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Os dados de março do IBGE referentes ao emprego industrial
mostram que o quadro de demissões da indústria,
que já vinha se agravando nos meses anteriores, galgou
outro patamar. De fato, em março último, o emprego
industrial caiu 0,6% frente a fevereiro deste ano (considerados
os ajustes sazonais) e nada menos do que 5,1% com relação
a março de 2014.
Não
se vê no horizonte uma mudança desse cenário
de crise no mercado de trabalho da indústria nacional.
Ele depende de uma reversão da evolução da
produção do setor, a qual, como se sabe, vem apresentando
resultados mais adversos neste ano. Após as quedas de 1,4%
em 2012, 1,1% em 2013 e 3,2% em 2014, o emprego industrial caminha
para sua quarta taxa negativa consecutiva em 2015, algo inédito
em sua história recente.
A crise no
mercado de trabalho da indústria brasileira continuou a
aprofundar-se em 2015. Após as quedas de 2,0%, 2,8%, 3,7%
e 4,4%, nessa ordem, do primeiro ao quarto trimestre de 2014,
o número de ocupados na indústria recuou 4,6% no
primeiro trimestre deste ano – todas as taxas relativas
a igual trimestre do ano imediatamente anterior.
Em todos os
dezoito ramos industriais pesquisados pelo IBGE, o emprego industrial
recuou no acumulado dos três primeiros meses deste ano.
E há quedas expressivas nos mais diferentes segmentos,
como, por exemplo, nos de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (–11,9%), produtos de metal
(–9,3%), meios de transporte (–8,8%), outros produtos
da indústria de transformação (–8,2%),
calçados e couro (–7,1%), refino de petróleo
e produção de álcool (–6,6%), metalurgia
básica (–6,3%), máquinas e equipamentos (–5,1%)
e vestuário (–4,3%).
Ainda no acumulado
do primeiro trimestre de 2015, o número de horas pagas
e o valor da folha de pagamento real na indústria caíram,
respectivamente, 5,2% e 4,9%. Os resultados aqui são negativos
para quase todos os ramos industriais.
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Em março, o total dos ocupados na indústria geral assinalou
queda de 0,6% em relação ao mês anterior, a partir
de dados livres dos efeitos sazonais. Em relação a março
de 2014, houve novamente queda dos ocupados assalariados de 5,3%. No acumulado
entre janeiro e março de 2015, o índice de pessoal ocupado
na indústria acumula, por sua vez, recuo de 4,6%, enquanto nos
últimos 12 meses, a ocupação na indústria
total caiu 3,9%.
Setores. Em março
2015 frente ao mesmo mês de 2014, o total do pessoal ocupado assalariado
recuou em todos os 18 ramos pesquisados, com destaque para as pressões
negativas vindas de meios de transporte (–10,0%), máquinas
e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–12,1%),
produtos de metal (–10,2%), máquinas e equipamentos (–6,1%),
alimentos e bebidas (–2,0%), outros produtos da indústria
de transformação (–8,1%), calçados e couro
(–7,4%), vestuário (–5,1%), metalurgia básica
(–6,0%), papel e gráfica (–3,6%), refino de petróleo
e produção de álcool (–8,1%), produtos têxteis
(–3,2%), indústrias extrativas (–4,4%) e minerais não–metálicos
(–2,2%).
A contração
também foi generalizada (nos 18 setores) na comparação
do acumulado do ano, com destaque para meios de transporte (–8,8%),
máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações
(–11,9%), produtos de metal (–9,3%), outros produtos da indústria
de transformação (–8,2%), máquinas e equipamentos
(–5,1%), alimentos e bebidas (–1,5%), calçados e couro
(–7,1%), vestuário (–4,3%), metalurgia básica
(–6,3%), papel e gráfica (–3,4%), refino de petróleo
e produção de álcool (–6,6%), produtos têxteis
(–2,6%) e indústrias extrativas (–4,0%).
Número
de Horas Pagas. O
número de horas pagas na indústria, na passagem de fevereiro
para março registrou queda de 0,3%, livre de efeitos sazonais.
No confronto com igual mês do ano anterior, o número de horas
pagas recuou 5,2% em março. Os setores que mais contribuíram
para esse resultado negativo foram: meios de transporte (–9,8%),
produtos de metal (–10,1%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (–10,4%), alimentos e bebidas (–2,1%),
máquinas e equipamentos (–6,0%), calçados e couro
(–9,5%), outros produtos da indústria de transformação
(–8,6%), vestuário (–4,6%), metalurgia básica
(–7,6%), minerais não–metálicos (–3,6%),
papel e gráfica (–4,0%) e refino de petróleo e produção
de álcool (–9,4%). O setor de produtos têxteis, entretanto,
com ligeira variação de 0,1%, assinalou o único resultado
positivo nesse mês. No índice acumulado no primeiro trimestre
de 2015, o número de horas pagas na indústria recuou 5,3%.
Folha de Pagamento
Real. Na passagem de fevereiro para março de 2015, a folha
de pagamento real registrou pequena alta de 0,1% (com ajuste sazonal).
O indicador mensal (mês/mesmo mês do ano anterior) assinalou
decréscimo de 4,3%. Os setores que mais influenciaram este resultado
foram: meios de transporte (–8,4%), produtos de metal (–9,1%),
metalurgia básica (–9,4%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (–7,6%), máquinas e equipamentos
(–2,9%), calçados e couro (–8,8%), borracha e plástico
(–4,0%), outros produtos da indústria de transformação
(–6,2%), papel e gráfica (–2,7%), fumo (–24,8%),
indústrias extrativas (–1,9%), refino de petróleo
e produção de álcool (–4,5%) e produtos têxteis
(–3,4%). Por outro lado, o setor de madeira, com variação
de 0,3%, assinalou a única taxa positiva nesse mês. No acumulado
do ano de 2015, o valor da folha de pagamento real recuou 5,2%, acentuando
o ritmo de queda verificado no último trimestre de 2014.
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