12 de maio de 2015

Indústria Regional
A gravidade da situação industrial


   

 
A situação gravíssima da indústria brasileira não se restringe a um de seus segmentos ou a uma localidade do País. Ela é geral. E mais: no primeiro trimestre deste ano, os números do IBGE mostram que a crise do setor industrial se aprofundou.

De fato, a atividade produtiva da indústria nacional fechou o primeiro trimestre com queda de 5,9%, piorando seu quadro evolutivo observado desde o primeiro trimestre de 2014 – cujas taxas trimestrais foram, respectivamente, do primeiro ao quarto trimestre, de +0,6%, –5,3%, –3,5% e –4,1% (variações calculadas com relação ao mesmo período do ano anterior). A taxa acumulada em doze meses projeta uma retração da produção industrial de 4,7% em 2015, ou ainda, um decréscimo maior do que o registrado no ano passado (–3,2%).

Em São Paulo, a produção industrial, que apresentou a maior retração em 2014 (–6,3%) relativamente a outras localidades do País, continua amargando uma queda fortíssima no primeiro trimestre deste ano, de –5,4%. Isso não se deve somente ao encolhimento expressivo (–13,7%) da produção do segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias nesse período, mas também a quedas significativas em outros de seus ramos industriais, como, por exemplo, o de máquinas e equipamentos (–10,1%), de produtos alimentícios (–7,3%), de outros produtos químicos (–6,6%), de metalurgia (–9,8%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (–9,3%) e de celulose, papel e produtos de papel (–7,1%) – todas as taxas calculadas com relação ao primeiro trimestre do ano passado.

A produção industrial vai claramente piorando, trimestre após trimestre, no Amazonas e nos estados do Sul. Tomando-se o terceiro e quarto trimestres do ano passado e o primeiro deste ano, sempre nessa ordem, a evolução da atividade produtiva da indústria amazonense foi a seguinte: –7,3%, –11,1% e –17,8%. No Rio Grande do Sul, ela também despencou: –5,6%, –3,9% e –8,8%. Algo semelhante pode ser visto em Santa Catarina (–2,0%, –3,7% e –7,0%) e no Paraná (–8,1%, –4,2% e –10,5%). No Nordeste, o ligeiro crescimento no quarto trimestre de 2014 não era um prenúncio de um melhor início em 2015. As taxas de variação da produção industrial nessa região foram de –0,3%, +0,3% no terceiro e quarto trimestres do ano passado e –5,8% no primeiro trimestre deste ano.

E se as produções das indústrias do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, outros dois importantes centros industriais do País, apresentaram resultados relativamente melhores no ano passado – ou seja, a produção nesses estados caiu menos em 2014, a saber: –2,8% no Rio de Janeiro e –2,9% em Minas –, no primeiro trimestre deste ano, a atividade produtiva fluminense recuou 6,3% e a mineira, 8,0%!

Por fim, vale dizer que os números positivos da produção industrial no Espírito Santo refletem, sobretudo, a recuperação de sua indústria extrativa, cuja atividade havia caído de modo expressivo em períodos anteriores.

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