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O ajuste da economia brasileira está levando a indústria
para uma situação desastrosa. O primeiro trimestre
deste ano apresenta o segundo resultado mais negativo da produção
industrial para um primeiro trimestre na série histórica
do IBGE, iniciada em 2003 – o pior resultado ocorreu em
2009, período marcado pela crise financeira global.
A crise da
indústria vem andando a passos largos e se agravou com
relação a 2014. No primeiro trimestre deste ano,
a produção industrial caiu mais do que nos dois
últimos trimestres do ano passado (–3,5%, –4,1%
e –5,9%, respectivamente, no terceiro e quarto trimestres
de 2014 e primeiro trimestre deste ano).
Por serem
mais dependentes de expectativas sobre o futuro e por dependerem
mais de financiamentos – hoje, uma mercadoria rara e cara
–, os setores de bens de capital (–18,0%) e de bens
duráveis (–15,8%) são aqueles cuja produção
recuou mais fortemente nos primeiros três meses deste ano.
Mas, a crise é generalizada e afeta também os setores
de bens intermediários (–2,8%) e de bens semi e não
duráveis (–5,9%) – todas as taxas trimestrais
calculadas com relação ao mesmo período do
ano anterior.
Em quase todos
os ramos do setor de bens de capital, a produção
caiu no primeiro trimestre. No ramo de bens de capital para transporte,
a queda foi de 24,7%; no de bens de capital para agricultura,
o recuo foi de –20,3%; para construção, –25,1%;
para uso misto, –18,6%; e para energia, –7,4%. Somente
a produção de bens de capital para a indústria
apresentou ligeiro crescimento no acumulado dos três primeiros
meses de 2015, qual seja: de 0,4%.
No setor de
bens duráveis, destacam-se as retrações na
produção de automóveis (–16,1%), de
eletrodomésticos da linha marrom (–36,2%) e de eletrodomésticos
da linha branca (–7,7%). No setor de bens intermediários,
a queda de 13,3% na produção de defensivos agrícolas
e a de 8,2% na de insumos da construção refletem
menor ritmo de atividade em outros segmentos da economia brasileira.
Se os números
do primeiro trimestre apontam para um primeiro semestre muito
ruim para a indústria nacional, o cenário que vai
se configurando é de que dificilmente este quadro será
revertido nos seis últimos meses de 2015.
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Segundo dados divulgados pelo IBGE, a produção industrial
de março registrou variação negativa de 0,8% frente
a fevereiro na série livre de influências sazonais, após
recuar 1,3% no mês anterior. Na comparação com março
de 2014 a indústria assinalou queda de 3,5%. Dessa forma, a indústria
acumulou decréscimo de 5,9% no primeiro trimestre do ano em comparação
ao mesmo período de 2014. O indicador acumulado dos últimos
doze meses frente a igual período imediatamente anterior apresentou
variação negativa de 4,7%.
Entre as categorias
de uso na comparação com o mês imediatamente anterior,
os setores produtores de bens de capital (–4,4%) e consumo duráveis
(–3,1%) registraram as maiores quedas, seguidos pelos bens de consumo
semi e não–duráveis (–0,3%) e bens intermediários
(–0,2%).
Os índices
por categorias de uso na comparação com igual mês
do ano anterior confirmam o predomínio de taxas negativas: bens
de capital (–12,4%), bens de consumo duráveis (–6,6%),
bens de consumo semi e não–duráveis (–3,1%)
e bens intermediários (–2,1%).
No acumulado do ano,
novamente todas as categorias de uso registraram índice de produção
menor que em 2014: bens de capital (–18,0%), bens de consumo duráveis
(–15,8%), e, em menor medida, bens de consumo semi e não–duráveis
(–5,9%) e de bens intermediários (–2,8%).
O recuo de 0,8% da indústria entre fevereiro e março alcançou
catorze dos vinte e quatro ramos pesquisados, com destaque para as perdas
registradas por veículos automotores, reboques e carrocerias (–4,2%),
máquinas e equipamentos (–3,8%), equipamentos de informática,
produtos eletrônicos e ópticos (–8,1%), bebidas (–4,9%),
produtos de borracha e de material plástico (–4,2%), coque,
produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (–1,4%),
confecção de artigos do vestuário e acessórios
(–6,7%) e metalurgia (–1,3%).
Na comparação
com igual mês do ano anterior, a produção industrial
mostrou queda de 3,5%, influenciada pelos setores produtores de veículos
automotores, reboques e carrocerias (–12,7%), coque, produtos derivados
do petróleo e biocombustíveis (–9,8%), equipamentos
de informática, produtos eletrônicos e ópticos (–22,7%),
metalurgia (–9,4%), bebidas (–11,1%), produtos farmoquímicos
e farmacêuticos (–9,5%), máquinas e equipamentos (–3,3%),
confecção de artigos do vestuário e acessórios
(–7,4%), produtos de borracha e de material plástico (–3,0%)
e produtos de minerais não–metálicos (–2,7%).
Por outro lado, o setor das indústrias extrativas (8,9%) foi o
a maior contribuição positiva.
No índice acumulado
para os três primeiros meses de 2015, frente a igual período
do ano anterior, a queda de 5,9% foi impulsionada pelo recuo de vinte
e três dos vinte e seis ramos investigados. Veículos automotores,
reboques e carrocerias (–20,7%), novamente, representou a maior
contribuição negativa. Por outro lado, a principal influência
foi observada no setor extrativo (10,3%).
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