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Mês após mês, são registradas taxas
de variação negativas do emprego da indústria
brasileira. Isso não é de hoje. A ocupação
na indústria cai há quarenta e um meses consecutivos
(na série do IBGE que compara mês com o mesmo mês
do ano anterior). No entanto, observa-se que esse processo vem
piorando desde junho do ano passado. A partir daquele mês,
a taxa de variação do emprego caiu mais de 3,0%,
foi oscilando sempre em patamares mais elevados e chegou aos –4,5%
de fevereiro.
O nível
do emprego industrial de fevereiro último é o menor
da série histórica do IBGE (série com ajuste
sazonal). Ele é 9,5% inferior ao de julho de 2008, período
que antecedeu a crise financeira global e no qual a ocupação
industrial atingiu seu pico, e reflete uma crise generalizada
do setor. O emprego recuou, em fevereiro frente a igual mês
de 2014, nos dezoito ramos da indústria pesquisados pelo
IBGE. No primeiro bimestre de 2015, a ocupação caiu
em dezessete ramos; e naquele em que não houve retração
(Produtos químicos), o emprego ficou estagnado (0,0%).
As quedas
do emprego industrial nos diferentes ramos da indústria
no primeiro bimestre deste ano são alarmantes. Por exemplo:
–11,8% no de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações; –8,8% no de produtos de
metal; –8,3% em outros produtos da indústria de transformação;
– 8,2% no de transporte; –7,0% no de calçados
e couro; –6,0% no de metalurgia básica; –5,9%
no de refino de petróleo e álcool; –4,5% no
de máquinas e equipamentos; e –4,3 no de madeira.
Depois dos decrescimentos de 1,4% em 2012, 1,1% em 2013 e de 3,2%
em 2014, o emprego industrial fechará 2015 provavelmente
com desempenho mais negativo. O emprego está em queda livre
e não há nada no horizonte que possa suavizar essa
sua trajetória nos próximos meses.
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Em fevereiro, o total dos ocupados na indústria geral assinalou
queda de 0,5% em relação ao mês anterior, a partir
de dados livres dos efeitos sazonais. Em relação a fevereiro
de 2014, houve novamente queda dos ocupados assalariados de 4,5%. No acumulado
de 2015, o índice de pessoal ocupado na indústria já
acumula recuo de 4,3%, enquanto nos últimos 12 meses, a ocupação
na indústria total caiu 3,6%.
Em fevereiro, o total
do pessoal ocupado assalariado recuou em todos os 18 ramos pesquisados
pelo IBGE, com destaque para as pressões negativas vindas de meios
de transporte (–8,7%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (–12,2%), produtos de metal (–9,4%),
outros produtos da indústria de transformação (–8,5%),
máquinas e equipamentos (–4,6%), calçados e couro
(–7,1%), alimentos e bebidas (–1,3%), vestuário (–3,9%),
metalurgia básica (–6,0%) e papel e gráfica (–3,0%).
No acumulado do primeiro
bimestre do ano, o recuo de 4,3% deveu–se principalmente aos resultados
dos setores de meios de transporte (–8,2%), máquinas e aparelhos
eletroeletrônicos e de comunicações (–11,8%),
produtos de metal (–8,8%), outros produtos da indústria de
transformação (–8,3%), máquinas e equipamentos
(–4,5%), calçados e couro (–7,0%), alimentos e bebidas
(–1,3%), vestuário (–3,8%), metalurgia básica
(–6,0%) e papel e gráfica (–3,2%). Produtos químicos
(0,0%), por sua vez, foi única atividade a não assinar queda.
Número
de Horas Pagas. O número de horas pagas na indústria
registrou, na passagem de janeiro para fevereiro, pequena queda de 0,1%.
No confronto com igual mês do ano anterior, o número de horas
pagas recuou 5,2% em fevereiro. Os setores que mais contribuíram
para esse resultado negativo foram: transporte (–8,9%), máquinas
e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–10,5%),
produtos de metal (–9,1%), outros produtos da indústria de
transformação (–10,5%), calçados e couro (–8,7%),
máquinas e equipamentos (–5,1%), alimentos e bebidas (–1,5%),
vestuário (–4,7%), metalurgia básica (–8,6%),
papel e gráfica (–4,6%), minerais não–metálicos
(–3,7%) e refino de petróleo e produção de
álcool (–9,1%).
No acumulado do ano,
as horas pagas também recuaram 5,2% devido aos setores meios de
transporte (–8,6%), produtos de metal (–10,1%), máquinas
e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–9,6%),
outros produtos da indústria de transformação (–10,2%),
alimentos e bebidas (–2,3%), máquinas e equipamentos (–6,4%),
calçados e couro (–8,6%), metalurgia básica (–8,5%),
vestuário (–4,1%), papel e gráfica (–4,7%),
minerais não–metálicos (–3,1%) e refino de petróleo
e produção de álcool (–7,2%). Nos últimos
12 meses, essa variável registrou queda de 4,4%.
Folha de Pagamento
Real. Na passagem de janeiro para fevereiro de 2015, a folha
de pagamento real registrou queda de 0,9% (com ajuste sazonal). O indicador
mensal (mês/mesmo mês do ano anterior) assinalou decréscimo
de 6,1%. Os setores que mais influenciaram este resultado foram: meios
de transporte (–10,2%), indústrias extrativas (–12,4%),
máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações
(–12,6%), máquinas e equipamentos (–5,8%), produtos
de metal (–11,2%), metalurgia básica (–7,0%), outros
produtos da indústria de transformação (–8,1%),
minerais não–metálicos (–5,2%), borracha e plástico
(–4,1%) e calçados e couro (–7,7%). No acumulado do
ano, a folha de pagamento real da indústria decresceu 5,2% e nos
últimos 12 meses, recuo de 2,5%.
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