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A situação gravíssima da indústria
brasileira não se restringe a um de seus segmentos ou a
uma localidade do País. Ela é geral. E mais: no
primeiro trimestre deste ano, os números do IBGE mostram
que a crise do setor industrial se aprofundou.
De fato, a
atividade produtiva da indústria nacional fechou o primeiro
trimestre com queda de 5,9%, piorando seu quadro evolutivo observado
desde o primeiro trimestre de 2014 – cujas taxas trimestrais
foram, respectivamente, do primeiro ao quarto trimestre, de +0,6%,
–5,3%, –3,5% e –4,1% (variações
calculadas com relação ao mesmo período do
ano anterior). A taxa acumulada em doze meses projeta uma retração
da produção industrial de 4,7% em 2015, ou ainda,
um decréscimo maior do que o registrado no ano passado
(–3,2%).
Em São
Paulo, a produção industrial, que apresentou a maior
retração em 2014 (–6,3%) relativamente a outras
localidades do País, continua amargando uma queda fortíssima
no primeiro trimestre deste ano, de –5,4%. Isso não
se deve somente ao encolhimento expressivo (–13,7%) da produção
do segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias
nesse período, mas também a quedas significativas
em outros de seus ramos industriais, como, por exemplo, o de máquinas
e equipamentos (–10,1%), de produtos alimentícios
(–7,3%), de outros produtos químicos (–6,6%),
de metalurgia (–9,8%), de produtos farmoquímicos
e farmacêuticos (–9,3%) e de celulose, papel e produtos
de papel (–7,1%) – todas as taxas calculadas com relação
ao primeiro trimestre do ano passado.
A produção
industrial vai claramente piorando, trimestre após trimestre,
no Amazonas e nos estados do Sul. Tomando-se o terceiro e quarto
trimestres do ano passado e o primeiro deste ano, sempre nessa
ordem, a evolução da atividade produtiva da indústria
amazonense foi a seguinte: –7,3%, –11,1% e –17,8%.
No Rio Grande do Sul, ela também despencou: –5,6%,
–3,9% e –8,8%. Algo semelhante pode ser visto em Santa
Catarina (–2,0%, –3,7% e –7,0%) e no Paraná
(–8,1%, –4,2% e –10,5%). No Nordeste, o ligeiro
crescimento no quarto trimestre de 2014 não era um prenúncio
de um melhor início em 2015. As taxas de variação
da produção industrial nessa região foram
de –0,3%, +0,3% no terceiro e quarto trimestres do ano passado
e –5,8% no primeiro trimestre deste ano.
E se as produções
das indústrias do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, outros
dois importantes centros industriais do País, apresentaram
resultados relativamente melhores no ano passado – ou seja,
a produção nesses estados caiu menos em 2014, a
saber: –2,8% no Rio de Janeiro e –2,9% em Minas –,
no primeiro trimestre deste ano, a atividade produtiva fluminense
recuou 6,3% e a mineira, 8,0%!
Por fim, vale
dizer que os números positivos da produção
industrial no Espírito Santo refletem, sobretudo, a recuperação
de sua indústria extrativa, cuja atividade havia caído
de modo expressivo em períodos anteriores.
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De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal –
Regional do IBGE, entre fevereiro e março de 2015, a produção
industrial, com ajuste sazonal, contraiu–se em cinco dos 14 locais
pesquisados, com destaque para os recuos mais acentuados registrados por
Ceará (–3,1%), Minas Gerais (–2,5%), Paraná
(–2,3%) e Pernambuco (–2,2%). São Paulo, o parque industrial
mais diversificado do país, apresentou queda de –0,8%, completando
o conjunto de locais com índices negativos em março de 2015.
Por outro lado, Bahia, com expansão atípica de 22,1%, mostrou
o crescimento mais elevado nesse mês, após três meses
consecutivos de queda na produção. Região Nordeste
(8,1%), Rio de Janeiro (4,8%) e Pará (3,2%) também assinalaram
avanços acentuados em março de 2015, enquanto Espírito
Santo (1,2%), Rio Grande do Sul (1,1%), Goiás (0,7%), Amazonas
(0,5%) e Santa Catarina (0,3%) apontaram expansões menos intensas.
Na base de comparação
mês contra mesmo mês do ano anterior, 11 dos 15 locais pesquisados
assinalaram queda da produção industrial. Os recuos mais
intensos foram registrados por Amazonas (–20,6%) e Minas Gerais
(–9,7%), seguidos de Paraná (–5,2%), Rio de Janeiro
(–5,1%), Santa Catarina (–4,0%), Bahia (–3,1%), São
Paulo (–2,7%), Ceará (–2,4%), Rio Grande do Sul (–2,1%),
Região Nordeste (–1,2%) e Pernambuco (–0,7%). Por outro
lado, Espírito Santo (19,8%) e Pará (11,8%) assinalaram
os avanços mais intensos nesse mês. Também foram observados
resultados positivos em Goiás (6,2%) e Mato Grosso (6,1%).
A produção
industrial acumulada entre janeiro e março de 2015 também
apresentou recuo em onze das quinze localidades, sendo que sete delas
recuaram com intensidade superior à média nacional (–5,9%):
Amazonas (–17,8%), Bahia (–12,5%), Paraná (–10,5%),
Rio Grande do Sul (–8,8%), Minais Gerais (–8,0%), Santa Catarina
(–7,0%) e Rio de Janeiro (–6,3%). Completaram o conjunto de
locais com resultados negativos as localidades de Ceará (–5,9%),
Região Nordeste (–5,8%), São Paulo (–5,4%) e
Goiás (–0,8%). Resultados positivos foram verificados em
Espírito Santo (20,9%), Pará (8,7%), Mato Grosso (3,9%)
e Pernambuco (2,0%).
Bahia. Em
março, frente ao mês anterior e com ajuste sazonal, a produção
industrial baiana apresentou alta de 22,1%. No confronto com março
de 2014, constatou–se, entretanto, queda de 3,1% – isto é,
um pouco menos intensa que a queda nacional (–3,5%) na mesma comparação
– sob influência negativa dos seguintes: coque, produtos derivados
do petróleo e biocombustíveis (–11,4%), metalurgia
(–16,7%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos
e ópticos (–47,9%), outros produtos químicos (–1,5%),
produtos alimentícios (–5,4%) e bebidas (–14,2%). As
influências positivas ficaram a cargo de veículos automotores,
reboques e carrocerias (18,0%) e celulose, papel e produtos de papel (21,0%).
No acumulado do ano, o desempenho da indústria baiana foi negativo
em 12,5%, condicionado, principalmente, por coque, produtos derivados
do petróleo e biocombustíveis (–40,1%), bebidas (–16,1%),
metalurgia (–21,2%) e equipamentos de informática, produtos
eletrônicos e ópticos (–67,9%), além de veículos
automotores, reboques e carrocerias (+43,1%) e celulose, papel e produtos
de papel (+12,9%).
São
Paulo. A partir de dados livres de efeitos sazonais, observa–se
que a indústria paulista, na passagem de fevereiro para março,
registrou pequena queda de 0,8%. Na comparação de março
de 2015 contra igual mês de 2014, houve contração
de 2,7%, taxa influenciada negativamente pelos setores: metalurgia (–10,9%),
produtos alimentícios (–3,7%), coque, produtos derivados
do petróleo e biocombustíveis (–2,5%), outros produtos
químicos (–3,9%) e bebidas (–9,4%). A única
contribuição positiva relevante nesta comparação
foi de produtos de metal (12,3%). Já no acumulado dos três
primeiros meses do ano, a queda foi de 5,4% (menos acentuada que a contração
nacional de 5,9%), sob influência de veículos automotores,
reboques e carrocerias (–13,7%), máquinas e equipamentos
(–10,1%), produtos alimentícios (–7,3%), outros produtos
químicos (–6,6%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos
(–9,3%), metalurgia (–9,8%) e celulose, papel e produtos de
papel (–7,1%). A única contribuição positiva
relevante adveio de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis
(10,2%).
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