|
|
No ano passado, o número de ocupados na indústria
brasileira veio piorando trimestre após trimestre: –2,0%,
–2,8%, –3,7% e –4,4%, nessa ordem, do primeiro
ao quarto trimestre. Dados do IBGE mostram que, em janeiro último,
o emprego industrial recuou 4,1%, ou seja, eles indicam que, no
início deste ano, a queda do número de ocupados
na indústria continuou no mesmo patamar do final de 2014
– todas as taxas de variação acima calculadas
com relação a igual período do ano anterior.
A crise no
mercado de trabalho da indústria brasileira permanece,
portanto, bastante aguda. Observa-se também que ela é
geral. Na comparação janeiro deste ano com janeiro
de 2014, o emprego industrial recuou em dezessete dos dezoito
ramos pesquisados pelo IBGE. Em muitos desses ramos, a queda do
número de ocupados foi elevadíssima, como em máquinas
e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações
(–11,3%), meios de transporte (–7,7%), produtos de
metal (–7,7%), outros produtos da indústria de transformação
(–8,0%), máquinas e equipamentos (–4,5%), calçados
e couro (–6,8%) e metalurgia básica (–6,3%).
Em ramos tradicionais
da indústria brasileira, o desempenho do emprego também
continuou negativo, como em papel e gráfica (–3,3%),
alimentos e bebidas (–1,3%), vestuário (–3,9%)
e têxtil (–2,4%).
Como já
foi observado por esta Análise, as magnitudes das quedas
do emprego industrial se alinharam com as da produção
industrial. Em 2014, o número de ocupados na indústria
caiu 3,2% e a produção industrial, 3,3%. Em janeiro
deste ano, a produção encolheu mais (–5,2%)
do que o emprego (–4,1%). Um resultado preocupante, que
dificulta ainda mais ver no horizonte um sinal de estabilidade
no mercado de trabalho da indústria brasileira.
|
Em janeiro de 2015, o total do pessoal ocupado assalariado na indústria
mostrou variação negativa de 0,1% frente ao patamar do mês
imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais.
Na comparação com janeiro de 2014, o emprego industrial
mostrou queda de 4,1% (40º resultado negativo consecutivo nesse tipo
de confronto). O índice acumulado nos últimos doze meses
recuou 3,4%, em janeiro de 2015, mantendo a trajetória descendente
iniciada em setembro de 2013.
No confronto com igual
mês do ano anterior, o emprego industrial recuou 4,1% em janeiro
de 2015, com o contingente de trabalhadores apontando redução
em dezessete dos dezoito ramos pesquisados, com destaque para as pressões
negativas de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de
comunicações (–11,3%), meios de transporte (–7,7%),
produtos de metal (–7,7%), outros produtos da indústria de
transformação (–8,0%), máquinas e equipamentos
(–4,5%), calçados e couro (–6,8%), alimentos e bebidas
(–1,3%), vestuário (–3,9%), metalurgia básica
(–6,3%) e papel e gráfica (–3,3%). O único impacto
positivo sobre a média da indústria foi observado no setor
de produtos químicos (0,5%).
No acumulado em doze
meses encerrados em janeiro último, as contribuições
negativas mais relevantes vieram de produtos de metal (–7,5%), máquinas
e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–7,7%),
calçados e couro (–8,0%). Em sentido contrário, os
impactos positivos foram registrados apenas por produtos químicos
(1,3%) e minerais não–metálicos (0,6%).
Número
de Horas Pagas. Em
janeiro de 2015, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria,
já descontadas as influências sazonais, apontou variação
positiva de 0,2% frente ao mês imediatamente anterior. Na comparação
com janeiro de 2014, o número de horas pagas aos trabalhadores
da indústria recuou 5,2% em janeiro de 2015 (20ª taxa negativa
consecutiva neste tipo de comparação). O índice acumulado
nos últimos doze meses apresentou variação de –4,1%
em janeiro de 2015, mantendo a trajetória descendente iniciada
em setembro de 2013.
Folha de Pagamento
Real. O valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da
indústria ajustado sazonalmente recuou 0,5% em janeiro deste ano
frente ao mês imediatamente anterior. Na comparação
com igual mês do ano anterior, houve queda de 4,2% em janeiro de
2015 (8ª taxa negativa consecutiva neste tipo de comparação).
O índice acumulado nos últimos doze meses, ao mostrar recuo
de 1,8% em janeiro de 2015, apontou o resultado negativo mais intenso
desde fevereiro de 2010 (–2,3%) e permaneceu com a trajetória
descendente iniciada em janeiro de 2014.
|
|