De acordo com números do IBGE, a produção
industrial cresceu 2,0% no primeiro mês deste ano com relação
a dezembro último – variação obtida
na série com ajuste sazonal. É cedo para identificar
nesse resultado uma mudança do tão sofrível
caminhar da indústria nacional observado em 2014.
Em primeiro
lugar, o avanço de 2,0% de janeiro não recupera
a queda acumulada de 4,3% da produção industrial
registrada nos meses de novembro e dezembro do ano passado. Segundo,
o mais provável é que esse crescimento na margem
esteja refletindo decisões de ajustes de estoques, sobretudo
no segmento de bens de capital.
Em outras
comparações, o cenário da indústria
brasileira é muito crítico. Ao se tomar a série
que compara, por exemplo, determinado mês com igual mês
do ano anterior, a produção industrial caiu 5,2%
em janeiro deste ano. Embora janeiro último tenha um dia
útil a menos do que o mesmo mês de 2014, essa retração
é bastante elevada e indica que o ritmo de queda da produção
industrial pode estar acelerando, já que a atividade produtiva
da indústria fechou o ano passado com recuo de 3,3%.
Ainda nessa
comparação, observa-se que há um movimento
de queda generalizada da produção industrial. Segundo
o IBGE, no mês de janeiro deste ano, a produção
recuou nos quatro grandes setores da indústria (–16,4%
em bens de capital; –2,4% em bens intermediários;
–13,9% em bens duráveis; e –5,3% em bens semi
e não duráveis), em vinte dos seus vinte e seis
ramos, em sessenta dos seus setenta e nove grupos e em 65,6% dos
805 produtos pesquisados pelo Instituto.
Entre os grandes
setores, a elevada (e maior) queda da produção do
setor de bens de capital refletiu o comportamento negativo de
todos os seus grupos: –21,4% na produção de
bens de capital para equipamentos de transporte; –28,0%
na de bens de capital agrícola; –27,9% na de bens
de capital para construção; –9,3% na de bens
de capital de uso misto; –2,2% na de bens de capital para
fins industriais; e –7,8% na de bens de capital para energia
elétrica.
Nos ramos
industriais, destaca-se a queda da produção de veículos
automotores, reboques e carrocerias (–18,2%) em janeiro
último frente igual mês de 2014. Outras taxas negativas
relevantes vieram de coque, produtos derivados do petróleo
e biocombustíveis (–6,1%), de equipamentos de informática,
produtos eletrônicos e ópticos (–23,2%), de
máquinas e equipamentos (–10,9%), de outros produtos
químicos (–7,1%), de produtos alimentícios
(–2,7%), de produtos de metal (–10,2%), de produtos
farmoquímicos e farmacêuticos (–14,5%), de
confecção de artigos do vestuário e acessórios
(–14,3%) e de metalurgia (–4,0%).
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