4 de março de 2015

Indústria
Avanço de janeiro não recupera
quedas de novembro e dezembro


  

 
De acordo com números do IBGE, a produção industrial cresceu 2,0% no primeiro mês deste ano com relação a dezembro último – variação obtida na série com ajuste sazonal. É cedo para identificar nesse resultado uma mudança do tão sofrível caminhar da indústria nacional observado em 2014.

Em primeiro lugar, o avanço de 2,0% de janeiro não recupera a queda acumulada de 4,3% da produção industrial registrada nos meses de novembro e dezembro do ano passado. Segundo, o mais provável é que esse crescimento na margem esteja refletindo decisões de ajustes de estoques, sobretudo no segmento de bens de capital.

Em outras comparações, o cenário da indústria brasileira é muito crítico. Ao se tomar a série que compara, por exemplo, determinado mês com igual mês do ano anterior, a produção industrial caiu 5,2% em janeiro deste ano. Embora janeiro último tenha um dia útil a menos do que o mesmo mês de 2014, essa retração é bastante elevada e indica que o ritmo de queda da produção industrial pode estar acelerando, já que a atividade produtiva da indústria fechou o ano passado com recuo de 3,3%.

Ainda nessa comparação, observa-se que há um movimento de queda generalizada da produção industrial. Segundo o IBGE, no mês de janeiro deste ano, a produção recuou nos quatro grandes setores da indústria (–16,4% em bens de capital; –2,4% em bens intermediários; –13,9% em bens duráveis; e –5,3% em bens semi e não duráveis), em vinte dos seus vinte e seis ramos, em sessenta dos seus setenta e nove grupos e em 65,6% dos 805 produtos pesquisados pelo Instituto.

Entre os grandes setores, a elevada (e maior) queda da produção do setor de bens de capital refletiu o comportamento negativo de todos os seus grupos: –21,4% na produção de bens de capital para equipamentos de transporte; –28,0% na de bens de capital agrícola; –27,9% na de bens de capital para construção; –9,3% na de bens de capital de uso misto; –2,2% na de bens de capital para fins industriais; e –7,8% na de bens de capital para energia elétrica.

Nos ramos industriais, destaca-se a queda da produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (–18,2%) em janeiro último frente igual mês de 2014. Outras taxas negativas relevantes vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (–6,1%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (–23,2%), de máquinas e equipamentos (–10,9%), de outros produtos químicos (–7,1%), de produtos alimentícios (–2,7%), de produtos de metal (–10,2%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (–14,5%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (–14,3%) e de metalurgia (–4,0%).

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