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A recessão da indústria brasileira em 2014 foi mais
severa do que se observou inicialmente. Os números do IBGE
relativos à produção industrial regional
indicam isso. Se, no País como um todo, a atividade da
indústria recuou 3,2% no ano passado, em São Paulo,
maior parque industrial, a produção caiu nada mais
nada menos que 6,2% no mesmo período. Esse decréscimo
da produção industrial paulista aproximou-se da
queda histórica (–7,4%) registrada em 2009, o ano
da crise global, no mesmo Estado.
É um
resultado que traz maiores preocupações. Se a recessão
tivesse vindo de estados ou regiões onde a indústria
é mais especializada, poderia se atribuir, em alguma medida,
a queda da produção industrial em 2014 a fatores
pontuais. Não é o que se vê. A recessão
de 2014 teve caráter generalizado, veio de outros dois
estados com peso relevante na indústria brasileira, como
o Rio de Janeiro (–3,0%) e Minas Gerais (–2,9%), mas
veio sobretudo de São Paulo.
Em São
Paulo, a crise foi bastante aguda. É verdade que muito
desse resultado da indústria paulista decorreu do impacto
negativo da retração da produção do
setor de veículos automotores, reboques e carrocerias (–17,0%)
– o qual foi muito pressionado pelo recuo na fabricação
de automóveis, caminhões, caminhão-trator
para reboques e semirreboques e peças ou acessórios
para o sistema de motor de veículos automotores.
No entanto,
outros setores industriais de São Paulo também apresentaram
quedas muito fortes na produção em 2014, como máquinas
e equipamentos (–10,1%), produtos alimentícios (–5,2%),
outros produtos químicos (–6,9%), metalurgia (–11,1%),
produtos de metal (–7,8%), máquinas, aparelhos e
materiais elétricos (–7,3%), produtos de borracha
e de material plástico (–5,0%) e produtos de minerais
não-metálicos (–5,2%). Dos vinte setores pesquisados
pelo IBGE em São Paulo, somente três obtiveram variação
positiva no ano passado. Ou seja, a crise da indústria
brasileira vem do seu centro mais diversificado e dinâmico.
Para 2015,
não se espera que esse quadro se altere substancialmente.
No primeiro trimestre, provavelmente a indústria repetirá
seu caminhar oscilante. Nos trimestres seguintes, o início
de um novo ímpeto dependerá, principalmente, dos
ânimos dos empresários, de suas expectativas com
relação a seus negócios e com relação
ao andamento da economia nacional.
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Na passagem de novembro a dezembro de 2014, a redução de
ritmo observada na produção nacional (–2,8%), na série
com ajuste sazonal, foi acompanhada por 12 dos 14 locais pesquisados.
Os recuos mais acentuados ocorreram na Bahia (–7,9%), em Santa Catarina
(–5,9%) e em Goiás (–5,3%). Frente a dezembro de 2013,
a queda foi de 2,7% para o indicador nacional, com destaque para Pernambuco
(–8,2%), São Paulo (–7,8%) e Goiás (–5,2%).
Ao total foram 10 dos 15 locais pesquisados que sofreram reduções
nessa comparação.
No acumulado no ano
de 2014, houve redução na produção industrial
nacional em dez dos 15 locais pesquisados. Em quatro deles, houve recuo
com intensidade superior à da média da indústria
(–3,2%) em São Paulo (–6,2%), Paraná (–5,5%),
Rio Grande do Sul (–4,3%) e Amazonas (–3,9%). Completaram
o conjunto de locais com resultados negativos no fechamento dos 12 meses
de 2014 Rio de Janeiro (–3,0%), Minas Gerais (–2,9%), Ceará
(–2,9%), Bahia (–2,8%), Santa Catarina (–2,2%) e região
Nordeste (–0,2%).
Nesses locais, o menor
dinamismo foi particularmente influenciado por fatores relacionados à
redução na fabricação de bens de capital (em
especial aqueles voltados para equipamentos de transportes – caminhão–trator
para reboques e semirreboques, caminhões e veículos para
transporte de mercadorias), bens intermediários (autopeças,
produtos têxteis, produtos siderúrgicos, produtos de metal,
petroquímicos básicos, resinas termoplásticas e defensivos
agrícolas) e bens de consumo duráveis (automóveis,
eletrodomésticos da linha branca, motocicletas e móveis).
Pará (8,1%)
e Espírito Santo (5,6%) assinalaram as expansões mais elevadas,
impulsionados pelo comportamento positivo do setor extrativo (minérios
de ferro). Mato Grosso (3,0%), Goiás (1,7%) e Pernambuco (0,1%)
também apontaram taxas positivas no índice acumulado do
ano.
Espírito Santo. No confronto com dezembro de
2013, constatou–se aumento de 12,8%, devido, em grande parte, ao
desempenho do setor extrativista (32,5%) e do setor de celulose, papel
e produtos de papel (7,3%). Os setores que apresentaram as principais
variações negativas foram produtos alimentícios (–25,1%),
produtos de minerais não–metálicos (–12,2%)
e metalurgia (–11,0%). No acumulado de 2014, a produção
industrial do estado cresceu 5,6%, sob influência das indústrias
extrativas (13,6%).
São
Paulo. Em dezembro, a indústria paulista apresentou contração
de 7,8% na comparação com dezembro de 2013; essa taxa foi
condicionada pelos setores de: produtos alimentícios (–24,4%),
veículos automotores, reboques e carrocerias (–18,4%), máquinas
e equipamentos (–11,7%) e metalurgia (–11,5%), entre outros.
No acumulado do ano, o estado testemunhou contração de 6,2%
de sua produção industrial, condicionada, sobretudo, pelos
seguintes setores: veículos automotores, reboques e carrocerias
(–17,0%), máquinas e equipamentos (–10,1%), metalurgia
(–11,1%) e máquinas, aparelhos e mat. elétricos (–7,3%).
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