A atividade produtiva da indústria nacional despencou no
último mês do ano passado. Segundo números
do IBGE, a produção industrial caiu 2,8% em dezembro
com relação a novembro, considerados os ajustes
sazonais.
Em todos grandes
setores industriais, a atividade recuou naquele mês: –2,2%
no setor de bens de consumo duráveis; –1,7% no de
bens semi e não duráveis e –0,8% no de bens
intermediários. A maior queda ocorreu no setor de bens
de capital (–23,0%), o que indica que os investimentos da
economia brasileira colapsaram no final de 2014, devido, em grande
parte, às expectativas nada positivas com relação
ao andamento da economia doméstica.
A produção
de bens de capital começou a cair fortemente a partir do
segundo trimestre do ano passado: –14,7%, –11,5% e
–11,8%, respectivamente no segundo, terceiro e quarto trimestres
de 2014 – comparação trimestre contra mesmo
trimestre do ano anterior.
No acumulado
de 2014, a produção de bens de capital retrocedeu
9,6%, refletindo a retração das atividades em quase
todos os seus segmentos pesquisados pelo IBGE, destacando-se as
quedas em bens de capital para indústria (–4,2%),
para agricultura (–8,7%), para transporte (–16,6%)
e para construção (–10,1%). 2014 foi um dos
piores anos para o setor de bens de capital e é provável
que, no primeiro semestre deste ano, o setor continue amargando
resultados muito negativos.
Ainda considerando
o acumulado janeiro-dezembro de 2014, o recuo de 3,2% da produção
geral da indústria nacional refletiu, além do encolhimento
da atividade de bens de capital, a retração da produção
de 9,2% no setor de bens de consumo duráveis (sobretudo
devido à queda de 14,6% na produção de automóveis),
2,7% no setor de bens intermediários e –0,3% no de
bens de consumo semi e não–duráveis (–0,3%).
De modo mais
desagregado, segundo os ramos de produção, os impactos
negativos mais expressivos em 2014 vieram de veículos automotores,
reboques e carrocerias (–16,8%), metalurgia (–7,4%),
produtos de metal (–9,8%), máquinas e equipamentos
(–5,9%), outros produtos químicos (–3,6%),
máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–7,2%),
produtos alimentícios (–1,4%) e produtos de borracha
e de material plástico (–4,0%).
Portanto,
2014 se caracterizou por um dos momentos mais adversos na história
recente da indústria nacional, de acordo com os números
do IBGE: taxas negativas nos quatro setores, em 20 dos 26 ramos
produtivos, 60 dos 79 grupos e 63,9% dos 805 produtos pesquisados.
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