3 de fevereiro de 2015

Indústria
Prenúncio de um colapso do investimento


  

 
A atividade produtiva da indústria nacional despencou no último mês do ano passado. Segundo números do IBGE, a produção industrial caiu 2,8% em dezembro com relação a novembro, considerados os ajustes sazonais.

Em todos grandes setores industriais, a atividade recuou naquele mês: –2,2% no setor de bens de consumo duráveis; –1,7% no de bens semi e não duráveis e –0,8% no de bens intermediários. A maior queda ocorreu no setor de bens de capital (–23,0%), o que indica que os investimentos da economia brasileira colapsaram no final de 2014, devido, em grande parte, às expectativas nada positivas com relação ao andamento da economia doméstica.

A produção de bens de capital começou a cair fortemente a partir do segundo trimestre do ano passado: –14,7%, –11,5% e –11,8%, respectivamente no segundo, terceiro e quarto trimestres de 2014 – comparação trimestre contra mesmo trimestre do ano anterior.

No acumulado de 2014, a produção de bens de capital retrocedeu 9,6%, refletindo a retração das atividades em quase todos os seus segmentos pesquisados pelo IBGE, destacando-se as quedas em bens de capital para indústria (–4,2%), para agricultura (–8,7%), para transporte (–16,6%) e para construção (–10,1%). 2014 foi um dos piores anos para o setor de bens de capital e é provável que, no primeiro semestre deste ano, o setor continue amargando resultados muito negativos.

Ainda considerando o acumulado janeiro-dezembro de 2014, o recuo de 3,2% da produção geral da indústria nacional refletiu, além do encolhimento da atividade de bens de capital, a retração da produção de 9,2% no setor de bens de consumo duráveis (sobretudo devido à queda de 14,6% na produção de automóveis), 2,7% no setor de bens intermediários e –0,3% no de bens de consumo semi e não–duráveis (–0,3%).

De modo mais desagregado, segundo os ramos de produção, os impactos negativos mais expressivos em 2014 vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (–16,8%), metalurgia (–7,4%), produtos de metal (–9,8%), máquinas e equipamentos (–5,9%), outros produtos químicos (–3,6%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–7,2%), produtos alimentícios (–1,4%) e produtos de borracha e de material plástico (–4,0%).

Portanto, 2014 se caracterizou por um dos momentos mais adversos na história recente da indústria nacional, de acordo com os números do IBGE: taxas negativas nos quatro setores, em 20 dos 26 ramos produtivos, 60 dos 79 grupos e 63,9% dos 805 produtos pesquisados.

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