15 de janeiro de 2015

Emprego Industrial
Crise Afeta Setores de Ponta e o
Principal Centro Industrial


   

 
O emprego industrial caiu 0,4% em novembro com relação a outubro – considerados os ajustes sazonais – e passou a acumular queda de 3,1% nos onze primeiros meses do ano passado. Em 2014, teremos o segundo resultado mais negativo da ocupação industrial registrado na série histórica do IBGE iniciada em 2003 – o pior resultado ocorreu em 2009 (–5,0%), decorrente dos efeitos do ápice da crise internacional. A crise do emprego industrial evidenciou-se nos anos de 2012 (–1,4%) e 2013 (–1,1%), mas, no ano passado, ela se mostrou mais grave: atingiu fortemente os setores de alta tecnologia e é bastante acentuada nos principais centros industriais do País.

De fato, no período janeiro-novembro de 2014, a retração do número de ocupados na indústria nacional (–3,1%) decorreu do fechamento de postos de trabalho em treze dos catorze locais e em dezesseis dos dezoito setores investigados pelo IBGE. Entre os locais, destaca-se a queda de 4,3% do número de ocupados no principal parque industrial brasileiro, o de São Paulo – vale observar, 2014 vai se configurando como o pior resultado da indústria paulista na série histórica de emprego do IBGE. No Rio de Janeiro e em Minas, outros dois grandes centros industriais do País, o emprego industrial recuou igualmente 2,7% nos onze primeiros meses de 2014.

Em termos setoriais, ainda considerando o acumulado janeiro-novembro, o emprego industrial encolheu não somente em setores tradicionais da economia brasileira, como os de calçados e couro (–8,0%), vestuário (–3,4%) e produtos têxteis (–4,5%), mas também em setores de ponta, de alta tecnologia, como os de máquinas e equipamentos (–5,6%), meios de transporte (–5,2%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–7,0%) e refino de petróleo e produção de álcool (–7,7%). A evolução do emprego industrial só dará sinais de melhoras quando a atividade produtiva da indústria se recuperar de modo mais consistente, algo que não se espera para este início de ano.

Leia aqui o texto completo desta Análise.