8 de janeiro de 2015

Indústria
Um final de ano mais negativo


  

 
A produção da indústria brasileira caiu 0,7% no mês de novembro do ano passado com relação ao mês imediatamente anterior, considerados os ajustes sazonais. Com esse resultado, a produção industrial passou a acumular queda de 3,2% no período janeiro-novembro de 2014, a segunda retração mais acentuada desde 2002 – em 2009, ela encolheu 7,1% e em 2012, 2,3%.

Ao longo dos trimestres do ano passado, a atividade produtiva da indústria nacional foi positiva no primeiro trimestre (0,5%), mas, a partir daí, seus números foram todos negativos: –5,3% no segundo trimestre, –3,6% no terceiro trimestre e –4,5% no acumulado outubro-novembro – todas as taxas calculadas com relação a igual período do ano anterior.

Os grandes setores industriais mostram que a crise do setor em 2014 foi geral. De fato, mantendo a ordem primeiro, segundo e terceiro trimestres e o acumulado outubro-novembro, a produção industrial de bens de capital apresentou a seguinte evolução: 0,5%, –14,4%, –10,4% e –10,4%.

No setor de bens duráveis, no qual aparecem os ramos de veículos e eletrodomésticos das linhas branca e marrom, a produção cresceu 3,5% no primeiro trimestre, mas despencou 18,4% e 11,2%, respectivamente, no segundo e terceiro trimestres e acumulou retração de 8,7% nos meses de outubro e novembro.

A produção de bens de consumo semi e não duráveis avançou 2,9% no primeiro trimestre de 2014, caiu 1,8% no segundo, 0,2% no terceiro e 1,5% no período outubro-novembro.

Por sua vez, a produção do setor de maior peso na indústria brasileira, o de bens intermediários, foi negativa em todos os períodos: –0,8%, –3,7%, –2,9% e –4,3% no primeiro, segundo e terceiro trimestres e no acumulado outubro-novembro de 2014, nessa ordem.

Portanto, como pode ser observado nos números supracitados, a produção veio acumulando quedas ao longo de 2014 em todos os grandes setores da indústria brasileira e foi fechando o ano com resultados priores especialmente no setor de bens intermediários.

A indústria sofreu com os ritmos fracos da economia nacional e internacional – sobretudo de importantes parceiros comerciais, como a Argentina – e com a pouca competitividade de seus produtos. O início de 2015 não será muito diferente: a produção deve continuar oscilando num patamar baixo e o emprego permanecerá em queda.

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