10 de dezembro de 2014

Emprego Industrial
Em queda pelo terceiro ano consecutivo


   

 
Na passagem de setembro para outubro, o número de ocupados na indústria brasileira caiu 0,4%, segundo pesquisa do IBGE. Foi a sétima taxa de variação negativa consecutiva na série que compara mês com o mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal. Como resultado, o emprego industrial acumula queda de 3,0% no período janeiro-outubro.

A evolução do emprego neste ano vai se configurando, portanto, como uma das mais negativas da pesquisa do IBGE, iniciada em 2002 – somente a taxa registrada em 2009, quando da crise internacional, é mais negativa, igual a –5,0%. Vale lembrar que o número de ocupados na indústria também caiu em 2012 (–1,4%) e em 2013 (–1,1%).

A crise do emprego industrial tem caráter geral. No período janeiro-outubro deste ano, a retração (–3,0%) do número de ocupados na indústria nacional decorreu do fechamento de postos de trabalho em treze dos catorze locais e em dezesseis dos dezoito setores investigados pelo IBGE. Entre os locais, destaca-se São Paulo (–4,1%) com a queda dos ocupados na indústria com maior impacto no emprego industrial em geral. Em seguida vêm Rio Grande do Sul (–4,3%), Paraná (–4,2%), Minas Gerais (–2,5%), Região Nordeste (–1,7%), Rio de Janeiro (–2,5%) e Região Norte e Centro-Oeste (–1,1%).

Em termos setoriais, ainda considerando o acumulado janeiro-outubro, as taxas de variação negativas do emprego industrial mais significativas foram registradas nos ramos de produtos de metal (–7,1%), máquinas e equipamentos (–5,5%), meios de transporte (–5,0%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–6,9%), calçados e couro (–8,0%), vestuário (–3,3%), produtos têxteis (–4,5%), outros produtos da indústria de transformação (–4,1%) e refino de petróleo e produção de álcool (–7,7%).
  

 
Em outubro de 2014, o total do pessoal ocupado assalariado na indústria mostrou variação negativa de 0,4% frente ao patamar de setembro, na série livre de influências sazonais, sétima taxa negativa consecutiva, acumulando perda de 3,9%. Na comparação com outubro de 2013, o emprego industrial mostrou queda de 4,4% (37º resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e o mais intenso desde outubro de 2009). Com isso, o total do pessoal ocupado assalariado também recuou no índice acumulado dos dez meses do ano (–3,0%) e no acumulado dos últimos 12 meses (2,8%).

Na comparação mensal (mês/mesmo mês do ano anterior), o emprego industrial recuou nos 14 locais pesquisados. O principal impacto negativo foi observado em São Paulo (–5,0%). Vale citar também os resultados negativos assinalados por Minas Gerais (–5,0%), Região Nordeste (–3,9%) Rio Grande do Sul (–5,1%), Paraná (–4,5%) e Região Norte e Centro–Oeste (–3,4%).

No índice acumulado no ano, o emprego industrial mostrou queda em 13 dos 14 locais pesquisados. São Paulo (–4,1%) também apontou, nesta comparação, o principal impacto negativo no total da indústria, vindo a seguir Rio Grande do Sul (–4,3%), Paraná (–4,2%), Minas Gerais (–2,5%), Região Nordeste (–1,7%), Rio de Janeiro (–2,5%) e Região Norte e Centro–Oeste (–1,1%). Por outro lado, Pernambuco, com avanço de 0,6%, exerceu a única pressão positiva.

Em termos setoriais, na comparação com outubro de 2013, o total do pessoal ocupado assalariado recuou em 16 dos 18 ramos pesquisados, com destaque para as pressões negativas vindas de meios de transporte (–8,1%), máquinas e equipamentos (–7,3%), alimentos e bebidas (–2,4%), produtos de metal (–7,9%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–7,6%), calçados e couro (–8,9%), vestuário (–5,4%), outros produtos da indústria de transformação (–6,7%) e metalurgia básica (–6,5%). Por outro lado, os impactos positivos sobre a média da indústria foram observados nos setores de produtos químicos (0,9%) e de minerais não–metálicos (0,4%).

 

 
Já no acumulado dos dez meses de 2014, houve queda em 16 dos 18 setores investigados, sendo as contribuições negativas mais relevantes verificadas em produtos de metal (–7,1%), máquinas e equipamentos (–5,5%), meios de transporte (–5,0%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–6,9%), calçados e couro (–8,0%), vestuário (–3,3%), produtos têxteis (–4,5%), outros produtos da indústria de transformação (–4,1%) e refino de petróleo e produção de álcool (–7,7%). Em sentido contrário, os impactos positivos foram registrados por produtos químicos (1,5%) e minerais não–metálicos (0,9%).

Folha de Pagamento Real. Em outubro de 2014, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria ajustado sazonalmente avançou 1,1% frente ao mês imediatamente anterior, recuperando parte do recuo de 1,3% registrado em setembro último. Vale destacar que nesse mês verifica–se a influência positiva da indústria de transformação (1,1%), já que o setor extrativo mostrou recuo de 0,6%. Na comparação com outubro de 2013, o valor da folha de pagamento real recuou 2,3% (quinta taxa negativa consecutiva neste tipo de confronto). Com isso, o valor da folha de pagamento real assinalou variações negativas de 0,3% no índice acumulado dos dez meses do ano e de 0,8% no acumulado em 12 meses.

Número de Horas Pagas. Em outubro de 2014, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, já descontadas as influências sazonais, recuou 0,8% frente ao mês imediatamente anterior (sexta taxa negativa consecutiva). Na comparação com outubro de 2013, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria recuou 5,0%, (queda mais intensa desde outubro de 2009). No índice acumulado dos dez meses do ano, houve redução de 3,6% frente a igual período do ano anterior. A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos 12 meses, ao passar de –3,1% em setembro para –3,3% em outubro de 2014, manteve a trajetória descendente iniciada em setembro de 2013.

 

 

 

 

 

 

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