5 de dezembro de 2014

Indústria Regional
Confirmando o quadro
bastante negativo para 2014


   

 
A produção industrial avançou 1,1% em São Paulo e 1,9% no Rio de Janeiro no mês de outubro, segundo pesquisa do IBGE. Esses resultados positivos nos dois principais centros industriais do País são positivos, já que nessas localidades a indústria é mais diversificada, ou, se quisermos, é menos especializada em determinados ramos.

Porém, deve ser levado em conta que são muitas as localidades onde houve retrocesso, contrabalançando os maiores centros. Foi o caso especialmente de Minas Gerais, cuja produção industrial recuou 3,3% em igual mês. A evolução da produção nesses estados explica, em grande medida, o desempenho geral da indústria brasileira em outubro, que, como se sabe, na média ficou estagnada (0,0%) – todas as taxas de variação referentes a setembro, considerados os ajustes sazonais.

Portanto, o primeiro mês do último trimestre deste ano não começou bem e não permite identificar alguma melhora no comportamento da produção industrial nas diferentes localidades do País. Além de São Paulo e Rio, a produção avançou, no mês de outubro com relação a setembro, na Bahia (3,6%), no Amazonas (1,7%), em Santa Catarina (0,8%), no Pará (0,6%) e no Espírito Santo (0,6%). Por outro lado, junto com Minas, a produção industrial recuou no Ceará (-4,9%), em Pernambuco (–4,6%), no Rio Grande do Sul (–2,2%), na região Nordeste (–2,0%), em Goiás (–0,6%) e no Paraná (–0,4%).

A análise da produção regional ao longo dos dez primeiros meses deste ano dá o perfil negativo que vai se confirmado para a indústria nacional em 2014. Na comparação do acumulado do período janeiro–outubro deste ano frente igual período de 2013, a produção recuou em dez dos quinze locais pesquisados pelo IBGE. Os recuos mais significativos foram registrados nas indústrias do Paraná (–6,1%), de São Paulo (–5,7%), da Bahia (–4,8%), do Rio Grande do Sul (–4,5%) e do Rio de Janeiro (–3,9%). Em outras localidades, a queda da produção industrial também foi elevada, como no Amazonas (–2,3%), em Minas Gerais (–2,2%), no Ceará (–2,0%) e em Santa Catarina (–1,9%).

Como assinala o IBGE, nesses locais, os segmentos industriais que mais influenciaram os resultados negativos da indústria foram, em geral: bens de capital (bens de capital para transportes – caminhão–trator para reboques e semirreboques, caminhões e veículos para transporte de mercadorias), bens intermediários (autopeças, produtos têxteis, produtos siderúrgicos, produtos de metal, petroquímicos básicos, resinas termoplásticas e defensivos agrícolas) e bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos da linha branca, motocicletas e móveis).

Os prováveis cinco estados em que a produção fechará 2014 com crescimento são: Pará (cuja produção aumentou 9,0% no acumulado janeiro-outubro), Espírito Santo (4,3% na mesma comparação), Mato Grosso (1,9%), Goiás (1,8%) e Pernambuco (1,4%). Vale lembrar que, no ano passado, quando a produção da indústria geral cresceu 2,1%, em alguns desses estados a produção havia caído, como no Pará (–2,0%), Espírito Santo (–4,2%) e Pernambuco (–0,7%). Portanto, 2014 será um dos piores anos para a indústria nacional também de um ponto de vista regional.
  

 
De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal – Regional do IBGE, na passagem de setembro para outubro a produção industrial brasileira assinalou estabilidade, com avanço em sete locais pesquisados e recuos nas demais 7 localidades. Os avanços mais intensos foram registrados nos estados da Bahia (3,6%), Rio de Janeiro (1,9%), Amazonas (1,7%) e São Paulo (1,1%). Os estados de Santa Catarina (0,8%), Pará (0,6%) e Espírito Santo (0,6%) também apresentaram avanço no ritmo de produção. Por outro lado, Ceará (–4,9%), Pernambuco (–4,6%), Minas Gerais (–3,3%), Rio Grande do Sul (–2,2%) e região Nordeste (–2,0%) foram os recuos mais significativos.

Na base de comparação mês contra mesmo mês do ano anterior, 10 dos 14 estados mostraram recuo na produção em outubro. As maiores variações negativas podem ser observadas nos estados do Amazonas (–9,9%), Ceará (–8,7%), Paraná (–8,3%), Rio de Janeiro (–7,3%) e Pernambuco (–7,1%). Minas Gerais (–5,3%), São Paulo (–5,2%) e Rio Grande do Sul (–4,8%) também apontaram quedas mais acentuadas que a média nacional (–3,6%). Por outro lado, Espírito Santo (11,7%) Goiás (6,3%), Pará (4,9%), Mato Grosso (4,1%) e Bahia (0,6%) registraram os resultados positivos.

A produção industrial acumulada nos dez primeiros meses de 2014 caiu em dez das quatorze localidades, com cinco recuando acima da média nacional (–3,0%): Paraná (–6,1%), São Paulo (–5,7%), Bahia (–4,8%), Rio Grande do Sul (–4,5%) e Rio de Janeiro (–3,9%). Os demais resultados negativos foram: Amazonas (–2,3%), Minas Gerais (–2,2%), Ceará (–2,0%), Santa Catarina (–1,9%) e região Nordeste (–0,6%). Por outro lado, Pará (9,0%), Espírito Santo (4,3%), Mato Grosso (1,9%), Goiás (1,8%) e Pernambuco (1,4%) assinalaram as taxas positivas.

A produção industrial acumulada nos últimos doze meses apresentou queda em dez das quatorze localidades, acentuando a trajetória descendente da produção industrial brasileiras. As localidades que se destacaram negativamente entre setembro e outubro de 2014 foram Ceará (de 1,3% para –0,8%), Amazonas (de 1,0% para –0,8%), Rio Grande do Sul (de –1,8% para –3,2%) e Paraná (de –3,5% para –4,8%), enquanto Espírito Santo (de 2,0% para 3,8%) mostrou o maior avanço entre os dois períodos.

 

 
Espírito Santo. Em outubro, frente setembro, com dados já descontados dos efeitos sazonais, a produção industrial capixaba apresentou alta de 0,6%, a quinta taxa positiva consecutiva. No confronto com outubro de 2013, constatou–se avanço de 11,7%, o maior dentre as localidades pesquisas. Esta taxa foi influenciada principalmente pelos setores: extrativo (26,4%), metalurgia (3,3%) e celulose, papel e produtos de papel (3,5%), enquanto o setor de produtos alimentícios (–17,0%) e de produtos de minerais não–metálicos (–6,4%) assinalaram queda. No acumulado no ano de 2014 a produção industrial avançou 4,3%, com destaque para o setor extrativo (10,7%), devido a maior extração de minérios de ferro pelotizados ou sinterizados e produtos de minerais não metálicos (1,8%).

São Paulo. Em outubro, a indústria paulista apresentou alta de 1,1% na comparação com dados livres de efeitos sazonais. Na comparação mensal (mês/ mesmo mês do ano anterior), o estado registrou queda de 5,1%, taxa impulsionada pelos setores de veículos automotores, reboques e carrocerias (–17,7%), máquinas e equipamentos (–14,6%), outros produtos químicos (–12,2%), produtos alimentícios (–2,3%), metalurgia (–8,6%), produtos de minerais não–metálicos (–8,0%), produtos de borracha e de material plástico (–5,5%) e produtos de metal (–6,1%). O destaque positivo nesta base de comparação ficou para o setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (15,1%). No acumulado do ano de 2014 até outubro a produção industrial recuou 5,7%, com a queda de 13 dos 18 setores analisados. Os destaques negativos ficaram para os setores de veículos automotores, reboques e carrocerias (–17,0%), máquinas e equipamentos (–9,7%), outros produtos químicos (–7,4%), metalurgia (–11,2%), produtos de metal (–8,6%), produtos de borracha e de material plástico (–5,0%), produtos alimentícios (–1,8%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–6,5%).

Bahia. Em outubro, frente setembro, com dados já descontados dos efeitos sazonais, a produção industrial baiana apresentou alta de 3,6%, a maior dentre os estados. No confronto com outubro de 2013, constatou–se avanço de 0,7%, devido ao avanço nos setores de outros produtos químicos (40,2%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (2,3%). Por outro lado, os setores de veículos automotores, reboques e carrocerias (–31,8%), metalurgia (–14,7%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (–51,6%) contribuíram negativamente. Entre janeiro e outubro de 2014 em relação ao mesmo período de 2013, observa–se queda de 4,8% do índice de produção industrial, pressionado pela queda de veículos automotores, reboques e carrocerias (–39,9%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (–42,5%) e metalurgia (–6,9%).

 

 

 

 

 

 

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