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O PIB brasileiro cresceu 0,1% no terceiro trimestre deste ano,
interrompendo uma sequência de dois resultados consecutivos
de queda (–0,2% e –0,6%, respectivamente, no primeiro
e segundo trimestres), conforme números divulgados pelo
IBGE – todas as taxas calculadas a partir da série
com ajuste sazonal.
Esse resultado
deve-se, em maior medida, a uma recuperação das
atividades produtivas da indústria de transformação
e da construção. O valor agregado da indústria
de transformação, que caía desde o terceiro
trimestre de 2013 (–0,9%, –0,8%, –1,6% e –2,2%,
nessa ordem, no terceiro e quarto trimestres de 2013 e primeiro
e segundo trimestres deste ano), avançou 0,7% no período
julho-setembro deste ano.
Na construção,
o valor agregado cresceu 1,3% no terceiro trimestre, após
também cair nos quatro trimestres imediatamente anteriores
(–0,9%, –0,6%, –3,1% e –3,0%, respectivamente,
no terceiro e quarto trimestres de 2013 e primeiro e segundo trimestres
deste ano).
O desempenho
da Formação Bruta de Capital Fixo no terceiro trimestre
está relacionado com essa recuperação da
indústria de transformação e da construção.
A taxa de variação dos investimentos da economia
brasileira, que também vinha caindo – e de maneira
expressiva – desde o terceiro trimestre do ano passado (seguindo
a mesma ordem: –1,7%, –2,1%, –2,6% e –5,2%),
aumentou 1,3% no terceiro trimestre deste ano.
O crescimento
dos investimentos pode significar uma inflexão nas expectativas
dos empresários com relação aos seus negócios
e à economia, ou ainda, pode significar que os empresários
começaram a ficar mais confiantes. Esses dois fatores (confiança
e realização de investimentos) formam o principal
ingrediente para que o Brasil possa sair da situação
de crescimento baixo dos últimos anos.
O sinal positivo
que vem dos investimentos, da indústria e da construção
contrasta com a evolução do consumo das famílias
no terceiro trimestre. Após recuar 0,2% no primeiro trimestre
e ficar estagnado no segundo (0,0%), o consumo das famílias
caiu 0,3% no terceiro trimestre deste ano. A piora do consumo
das famílias reflete um quadro menos favorável de
expectativas dos consumidores com relação ao endividamento
e ao mercado de trabalho. Pode-se esperar que esse quadro afete,
inicialmente e de modo mais direto, o setor de Serviços.
O plano de
ajuste fiscal do Governo poderá contribuir para fortalecer
as expectativas dos empresários e isso ajudará na
recuperação dos investimentos anotada acima, que
ainda é muito modesta. A política monetária
também será importante aqui, mas no sentido contrário:
as taxas de juros mais altas poderão postergar ou mesmo
cancelar novos investimentos. A boa dosagem entre austeridade
fiscal e níveis de taxas de juros será fundamental
para não abortar essa recuperação.
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Segundo o IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 0,1%
no terceiro trimestre de 2014, em relação ao trimestre anterior
(com o ajuste sazonal). Já em relação ao mesmo trimestre
de 2013, também com ajuste sazonal, houve queda de 0,2%. No acumulado
dos últimos quatro trimestres, o PIB expandiu-se 0,7%, atingindo
R$ 1.289,1 bilhões em valores correntes.
Ótica
da Oferta. O desempenho do terceiro trimestre do PIB em relação
ao trimestre anterior (com ajuste sazonal) foi resultado do crescimento
de 1,7% da Indústria e de 0,5% dos Serviços. As atividades
de agropecuária apresentaram queda de 1,9% nessa comparação.
No acumulado dos quatro
últimos trimestres, entretanto, o desempenho da Indústria
continua em queda de 0,5%. Serviços e Agropecuária apresentaram,
nessa comparação, crescimento de 1,2% e 1,1%, respectivamente.
Analisando apenas o desempenho da Indústria, sua queda geral foi
condicionada pela evolução desfavorável da Industria
de Transformação (-1,8%) e da Construção civil
(-3,3%), amortecida pelo crescimento na Industria Extrativa (5,3%) e de
Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (2,5%).
Ótica da Demanda. Sob a ótica da demanda,
na comparação com o segundo trimestre de 2014 (com ajuste
sazonal), chama atenção a contração de 0,3%
do consumo das famílias. As contribuições positivas
ficaram, então, a cargo do consumo do governo (1,3%) e da formação
bruta de capital fixo (1,3%). No setor externo, enquanto as exportações
expandiram-se 1,0%, as importações cresceram 2,4%, nessa
mesma comparação.
No acumulado dos últimos
quatro trimestres, a formação bruta de capital fixo continua
em queda: -4,6%. Todos os outros componentes do PIB apresentaram alta
nessa comparação. As exportações cresceram
3,5%, sendo seguidas pelo consumo do governo (2,1%) e o consumo das famílias
(1,5%). O crescimento das importações foi de 1,1%.
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