Em setembro, o número de ocupados na indústria brasileira
recuou mais uma vez. Foi o sexto recuo consecutivo na série
com ajuste sazonal do IBGE que compara mês com o mês
imediatamente anterior. A taxa de variação de setembro
foi de –0,7%.
A evolução
do emprego industrial vem piorando ao longo deste ano. Na comparação
trimestre com trimestre imediatamente anterior com ajuste sazonal,
as taxas de variação foram: –0,3%, –1,0%
e –1,8%, respectivamente, no primeiro, segundo e terceiro
trimestres. Ao se comparar o trimestre com o mesmo trimestre de
2013, as taxas são mais negativas: –2,0%, –2,8%
e –3,7%, na mesma ordem.
Nos nove primeiros
meses de 2014, o emprego industrial acumula queda de 2,8% e provavelmente
fechará o ano com uma retração próxima
dessa taxa. Será, portanto, um resultado muito pior do
que os registrados em 2012 (–1,4%) e 2013 (–1,1%).
As perspectivas de curo prazo não são favoráveis,
já que o número de horas pagas na indústria
também vem caindo ao longo do ano e sua taxa de variação
ficou mais negativa (–1,9%) no terceiro trimestre com relação
ao segundo, considerando os ajustes sazonais.
Essa crise
do emprego industrial é geral. No período janeiro-setembro,
observam-se resultados negativos em treze dos catorze locais e
em quinze dos dezoito setores investigados pelo IBGE. No principal
parque industrial do País, São Paulo, o número
de ocupados recua a uma taxa elevadíssima, de –4,0%.
Nos outros dois maiores parques, o emprego também caiu
de modo significativo no acumulado desse período: –2,2%
em Minas e –2,3% no Rio de Janeiro.
Em termos
setoriais, ainda no período janeiro-setembro, as influências
negativas mais importantes vieram de produtos de metal (–7,0%),
máquinas e equipamentos (–5,3%), máquinas
e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações
(–6,9%), calçados e couro (–8,0%), meios de
transporte (–4,6%), produtos têxteis (–4,7%),
vestuário (–3,0%), outros produtos da indústria
de transformação (–3,8%) e refino de petróleo
e produção de álcool (–8,0%).
O desempenho
negativo do emprego industrial reflete o que vem ocorrendo na
atividade produtiva da indústria brasileira nos últimos
anos. Após a queda de 2,3% em 2012 e da recuperação
parcial de 2013 (2,1%), a produção industrial acumula
retração de 2,9% nos nove primeiro meses deste ano.
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