12 de novembro de 2014

Emprego Industrial
Desempenho cada vez pior ao longo
de 2014 indica um forte declínio
no ano como um todo


   

 
Em setembro, o número de ocupados na indústria brasileira recuou mais uma vez. Foi o sexto recuo consecutivo na série com ajuste sazonal do IBGE que compara mês com o mês imediatamente anterior. A taxa de variação de setembro foi de –0,7%.

A evolução do emprego industrial vem piorando ao longo deste ano. Na comparação trimestre com trimestre imediatamente anterior com ajuste sazonal, as taxas de variação foram: –0,3%, –1,0% e –1,8%, respectivamente, no primeiro, segundo e terceiro trimestres. Ao se comparar o trimestre com o mesmo trimestre de 2013, as taxas são mais negativas: –2,0%, –2,8% e –3,7%, na mesma ordem.

Nos nove primeiros meses de 2014, o emprego industrial acumula queda de 2,8% e provavelmente fechará o ano com uma retração próxima dessa taxa. Será, portanto, um resultado muito pior do que os registrados em 2012 (–1,4%) e 2013 (–1,1%). As perspectivas de curo prazo não são favoráveis, já que o número de horas pagas na indústria também vem caindo ao longo do ano e sua taxa de variação ficou mais negativa (–1,9%) no terceiro trimestre com relação ao segundo, considerando os ajustes sazonais.

Essa crise do emprego industrial é geral. No período janeiro-setembro, observam-se resultados negativos em treze dos catorze locais e em quinze dos dezoito setores investigados pelo IBGE. No principal parque industrial do País, São Paulo, o número de ocupados recua a uma taxa elevadíssima, de –4,0%. Nos outros dois maiores parques, o emprego também caiu de modo significativo no acumulado desse período: –2,2% em Minas e –2,3% no Rio de Janeiro.

Em termos setoriais, ainda no período janeiro-setembro, as influências negativas mais importantes vieram de produtos de metal (–7,0%), máquinas e equipamentos (–5,3%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–6,9%), calçados e couro (–8,0%), meios de transporte (–4,6%), produtos têxteis (–4,7%), vestuário (–3,0%), outros produtos da indústria de transformação (–3,8%) e refino de petróleo e produção de álcool (–8,0%).

O desempenho negativo do emprego industrial reflete o que vem ocorrendo na atividade produtiva da indústria brasileira nos últimos anos. Após a queda de 2,3% em 2012 e da recuperação parcial de 2013 (2,1%), a produção industrial acumula retração de 2,9% nos nove primeiro meses deste ano.
  

 
Em setembro, o emprego industrial recuou 0,7% frente ao mês imediatamente anterior (com ajuste sazonal), sexta taxa negativa consecutiva. Ainda na série com ajuste sazonal, na comparação trimestre contra trimestre imediatamente anterior, o emprego na indústria apontou retração de 1,8% no período julho–setembro de 2014, sétima taxa negativa consecutiva neste tipo de confronto, um ritmo de queda mais intenso do que o observado no primeiro (–0,3%) e segundo (–1,0%) trimestres de 2014. Frente a setembro de 2013, o emprego industrial caiu 3,9% em setembro de 2014. Já no acumulado dos nove primeiros meses do ano, a queda foi de 2,8% e, no índice acumulado nos últimos doze meses encerrados em setembro, a variação foi de –2,6%.

Na comparação mensal (mês/mesmo mês do ano anterior), o contingente de trabalhadores recuou em 13 dos 14 locais pesquisados. O principal impacto negativo ocorreu em São Paulo (–4,7%), pressionado pela redução no pessoal ocupado em 16 das 18 atividades. Outros resultados negativos foram assinalados por Paraná (–5,2%), Minas Gerais (–3,9%), Rio Grande do Sul (–4,7%), região Norte e Centro–Oeste (–3,2%) e região Nordeste (–2,2%).

No índice acumulado nos nove meses de 2014, o emprego industrial recuou 2,8%, com taxas negativas em 13 dos 14 locais. São Paulo (–4,0%) apontou o principal impacto negativo, seguido por Rio Grande do Sul (–4,2%), Paraná (–4,2%), Minas Gerais (–2,2%), região Nordeste (–1,4%) e Rio de Janeiro (–2,3%). Pernambuco, com avanço de 0,9%, exerceu a única pressão positiva.

Setorialmente, o emprego industrial de setembro de 2014 em comparação com setembro de 2013 recuou em 14 dos 18 ramos pesquisados, com pressões negativas vindas de meios de transporte (–7,8%), máquinas e equipamentos (–6,9%), produtos de metal (–8,4%), calçados e couro (–8,7%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–7,2%), outros produtos da indústria de transformação (–6,5%), vestuário (–4,2%), alimentos e bebidas (–1,0%) e metalurgia básica (–5,8%). Os principais impactos positivos vieram de minerais não–metálicos (1,1%) e de produtos químicos (1,0%).

No ano, as contribuições negativas mais relevantes vieram de produtos de metal (–7,0%), máquinas e equipamentos (–5,3%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–6,9%), calçados e couro (–8,0%), meios de transporte (–4,6%), produtos têxteis (–4,7%), vestuário (–3,0%), outros produtos da indústria de transformação (–3,8%) e refino de petróleo e produção de álcool (–8,0%). Os impactos positivos foram registrados por produtos químicos (1,6%), minerais não–metálicos (1,0%) e alimentos e bebidas (0,2%).

 

 
Folha de Pagamento Real. Em setembro, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria ajustado sazonalmente recuou 1,3%. Nessa comparação, verificou–se a influência negativa da indústria de transformação (–1,5%), já que o setor extrativo mostrou avanço de 3,2%. Na comparação com igual mês do ano anterior, o valor da folha de pagamento real recuou 3,5% em setembro de 2014, quarta taxa negativa consecutiva neste tipo de confronto e a mais intensa desde novembro de 2013. Com isso, a variação no fechamento do terceiro trimestre foi de –2,9% e no índice acumulado dos nove meses do ano, de –0,1%. No acumulado de doze meses até setembro, a variação também foi negativa, de 0,5%, marcando o primeiro resultado negativo desde junho de 2010 e mantendo a trajetória cadente iniciada em janeiro de 2014.

Número de Horas Pagas. O número de horas pagas aos trabalhadores da indústria recuou 0,2% em setembro frente a agosto (quinta taxa negativa consecutiva), na série com ajuste sazonal. Na comparação com setembro de 2013, o número de horas pagas recuou 4,2%, com perfil disseminado de queda, já que 13 dos 14 locais e 15 dos 18 ramos pesquisados apontaram taxas negativas. Em bases trimestrais, o número de horas pagas recuou 4,3% no período julho–setembro de 2014, intensificando o ritmo de queda frente aos resultados do primeiro e do segundo trimestres de 2014. No índice acumulado nos nove primeiros meses do ano houve recuo de 3,4% e, no acumulado dos últimos doze meses encerrados em setembro, a queda foi de 3,1%.

 

 

 

 

 

 

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