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A atividade da indústria brasileira fechou o terceiro trimestre
deste ano em queda. De acordo com o IBGE, após crescer
0,7% e 0,6%, respectivamente, em julho e agosto, a produção
industrial caiu 0,2% em setembro. Esse recuo não foi geral,
mas decorreu do desempenho unicamente do setor de bens intermediários,
cuja produção decresceu 1,6%. Nos outros grandes
setores, a produção avançou em setembro:
1,9% no de bens de capital, 8,0% no de bens duráveis e
0,8% no de bens semiduráveis e não duráveis
– todas essas taxas calculadas com relação
ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal.
O desempenho
positivo desses três setores em setembro ameniza o declínio
na média geral, sem reverter, é claro, a tendência
mais geral desfavorável da indústria nacional que
predomina amplamente no corrente ano. Na verdade a produção
nesses setores vem oscilando muito neste ano, num movimento de
ajustes de estoques. Em outras comparações, os números
são negativos para todos os setores. Isso pode ser observado
ao se tomar, por exemplo, determinado trimestre e compará-lo
com o mesmo trimestre do ano anterior.
No setor de
bens de capital, o comportamento da produção foi
o seguinte: 0,4%, –14,4%, –9,9%, respectivamente,
no primeiro, segundo e terceiro trimestres deste ano. Esses resultados
levaram a produção de bens de capital a acumular
queda de 8,2% no período janeiro-setembro de 2014. Em sua
maioria, os ramos desse setor apresentaram resultados negativos
nesse acumulado: a produção de bens de capital para
indústria caiu 5,2%; a de bens de capital para agricultura,
4,1%; a de bens de capital para transporte, 16,1%; para construção,
a produção recuou 5,0% – somente a produção
de bens de capital para energia e uso misto cresceram no período
janeiro-setembro deste ano: 4,6% e 2,2%, respectivamente.
A evolução
da produção de bens intermediários foi negativa
ao longo de todos os três primeiros trimestres de 2014:
–0,8%, –3,6% e –2,9%, nessa ordem, do primeiro
ao terceiro trimestre. O resultado é uma queda acumulada
de 2,5% no período janeiro-setembro. Nesse acumulado, são
observadas quedas significativas na produção de
bens intermediários para a indústria têxtil
(–6,7%), para defensivos agrícolas (–6,1%),
para insumos da construção (–5,6%), para metalurgia
básica (–6,4%) e para veículos automotores
(–17,6%).
A produção
de bens duráveis, após crescer 3,5% no primeiro
trimestre, caiu 18,4% no segundo e 12,6% no terceiro. No acumulado
deste ano até setembro, a produção de bens
duráveis apresenta retração de 9,6%, a maior
dentre os grandes setores definidos pelo IBGE. Nesse período
janeiro-setembro, o ramo do setor produtor de bens duráveis
que mais recuou foi o de automóveis (–17,1%). Destacam-se
ainda, dentro dos ramos de bens duráveis, as quedas na
produção de móveis (–8,3%) e de eletrodomésticos
da linha branca (–3,7%). Vale observar que, no ramo de eletrodomésticos
da linha marrom, a taxa de variação acumulada da
produção nos nove primeiros meses deste ano é
positiva (5,2%), mas ela deve-se ao desempenho do primeiro trimestre
(51,2%), decorrente do efeito Copa, já que nos dois trimestres
seguintes a produção desse ramo caiu 6,3% e 18,2%,
nessa ordem, no segundo e no terceiro trimestres.
No acumulado
de janeiro a setembro, a produção apresenta crescimento,
ainda que pequeno, somente no setor de bens de consumo semiduráveis
e não duráveis (de 0,2%). No entanto, o cenário
também não é bom para esse setor, pois, ao
longo dos trimestres, a produção desacelerou e ficou
negativa: 3,1%, –1,7% e –0,4%, respectivamente, no
primeiro, segundo e terceiro trimestres deste ano.
O resultado
final do comportamento desses quatro grandes setores é
uma queda acumulada de 2,9% da produção da indústria
brasileira em geral nos nove primeiros meses de 2014. Após
a retração de 2,3% em 2012 e da recuperação
parcial de 2013 (2,1%), a atividade produtiva da indústria
fechará este ano com uma queda de cerca de 2,0%.
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Segundo dados divulgados pelo IBGE, a produção industrial
apontou variação de –0,2% frente ao mês imediatamente
anterior, na série livre de influências sazonais, após
dois meses seguidos de taxas positivas. No confronto com igual mês
do ano anterior, o total da indústria mostrou queda de 2,1%, em
setembro de 2014 (sétima taxa negativa consecutiva nesse tipo de
comparação). Assim, o índice para o fechamento do
terceiro trimestre de 2014 caiu 3,7%. Para o acumulado dos nove meses
do ano a variação foi de –2,9%. O indicador acumulado
nos últimos doze meses, com o recuo de 2,2%, em setembro de 2014,
manteve a trajetória descendente iniciada em março último,
assinalando o resultado negativo mais intenso desde dezembro de 2012 (–2,3%).
Entre as categorias
de uso na comparação com o mês imediatamente anterior,
somente a produção de bens intermediários (–1,6%)
assinalou redução, após avançar 1,9% em agosto
último. Por outro lado, o segmento de bens de consumo duráveis
(8,0%) mostrou a expansão mais intensa em setembro de 2014, revertendo
o recuo registrado no mês anterior. Os setores produtores de bens
de capital e de bens de consumo semi e não–duráveis
também apresentaram resultados positivos: 1,9% e 0,8%, respectivamente.
No confronto com igual
mês do ano anterior, bens de capital (–7,9%) e bens de consumo
duráveis (–7,3%) assinalaram, em setembro de 2014, as quedas
mais acentuadas entre as grandes categorias econômicas. O segmento
de bens intermediários também apontou resultado negativo
(–1,7%), mas com intensidade menor do que a média nacional
(–2,1%), enquanto o setor produtor de bens de consumo semi e não–duráveis
(1,6%) registrou a única taxa positiva.
Entre as grandes categorias
econômicas, o perfil dos resultados para o índice acumulado
nos nove meses de 2014 mostrou menor dinamismo para bens de consumo duráveis
(–9,6%) e bens de capital (–8,2%), pressionadas especialmente
pela redução na fabricação de automóveis
(–17,1%), na primeira, e de bens de capital para equipamentos de
transporte (–16,1%), na segunda. O segmento de bens intermediários
(–2,5%) também assinalou resultado negativo, mas com queda
menos intensa do que a observada na média nacional. Por outro lado,
o setor produtor de bens de consumo semi e não–duráveis
(0,2%) foi o único que apontou taxa positiva.
Setorialmente, na passagem de agosto para setembro sete dos 24 ramos pesquisados
pelo IBGE registraram queda na produção, com destaque para
a redução (–4,1%) de produtos alimentícios,
que eliminou o avanço de 0,8% do mês anterior. Também
destacaram–se os impactos negativos vindos dos setores de coque,
produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (–1,3%),
de produtos de metal (–2,6%) e de outros equipamentos de transporte
(–2,7%). Com exceção da última atividade, que
mostrou taxa negativa pelo segundo mês seguido, as demais apontaram
resultados positivos em agosto último (1,1% e 2,4%, respectivamente).
Por outro lado, entre os 15 ramos que ampliaram a produção
nesse mês, o desempenho de maior importância para a média
global foi de veículos automotores, reboques e carrocerias (10,1%),
que apontou o terceiro resultado positivo consecutivo. Outras contribuições
positivas importantes sobre o total da indústria vieram dos setores
de produtos farmacêuticos e farmoquímicos (10,1%), de produtos
de borracha e material plástico (4,6%), perfumaria, sabões,
detergentes e produtos de limpeza (2,3%), metalurgia (2,0%) e produtos
diversos (6,3%).
Na comparação
com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou queda
de 2,1% em setembro de 2014, com perfil disseminado de resultados negativos,
já que 16 dos 26 ramos apontaram redução na produção.
Entre as atividades, a de veículos automotores, reboques e carrocerias,
que recuou 14,3%, e a de produtos alimentícios (–6,7%), exerceram
as maiores influências negativas. Outras contribuições
negativas relevantes vieram de produtos de metal (–11,4%), de metalurgia
(–6,5%), de outros produtos químicos (–4,1%), de máquinas,
aparelhos e materiais elétricos (–5,3%), de máquinas
e equipamentos (–2,4%), de bebidas (–3,8%) e de outros equipamentos
de transporte (–6,8%). Por outro lado, entre as dez atividades que
aumentaram a produção, os principais impactos foram observados
em indústrias extrativas (9,4%), coque, produtos derivados do petróleo
e biocombustíveis (7,0%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos
(8,5%) e impressão e reprodução de gravações
(13,9%).
No índice acumulado
para os nove meses de 2014, frente a igual período do ano anterior,
o setor industrial mostrou queda de 2,9%, com perfil disseminado de taxas
negativas, alcançando 18 das 26 atividades, 56 dos 79 grupos e
63,0% dos 805 produtos investigados. Entre os setores, o principal impacto
negativo foi observado em veículos automotores, reboques e carrocerias
(–18,1%). Outras contribuições negativas relevantes
sobre o total nacional vieram dos setores de produtos de metal (–11,0%),
de metalurgia (–6,4%), de máquinas e equipamentos (–4,9%),
de outros produtos químicos (–4,2%), de máquinas,
aparelhos e materiais elétricos (–7,8%) e de produtos de
borracha e de material plástico (–4,0%). Por outro lado,
entre as oito atividades que ampliaram a produção, as principais
influências foram observadas em indústrias extrativas (5,4%),
coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis
(2,8%), produtos farmacêuticos e farmoquímicos (5,9%) e equipamentos
de informática, produtos eletrônicos e ópticos (3,6%).
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