28 de outubro de 2014

Comércio Exterior
O Brasil e o ranking internacional de exportadores e importadores manufaturados


   

 
De acordo com os dados da OMC, em 2013 volta a se deteriorar a posição brasileira nas exportações internacionais de produtos manufaturados, caindo para a 31ª posição. A colocação está bem aquém da 22ª alcançada no ranking do total de exportações de bens (estável desde 2011) – sendo que ambos não refletem diretamente o porte da economia brasileira que é a sétima economia mundial.

Por outro lado o Brasil subiu uma colocação no ranking dos maiores importadores de manufaturas do mundo, ocupando agora a 19ª posição – o que é superior, inclusive, à 22ª posição no ranking dos maiores importadores de bens no total.

Assim, o país ficou com a mesma posição de 22º nas exportações e importações de mercadorias de 2012 para 2013, ambos estáveis e equivalentes a 1,3% das exportações totais do mundo. A participação das exportações brasileiras de manufaturas no total mundial também permaneceu estável em 0,71% e a parcela do país nas importações mundiais desses produtos se elevou de 1,36% em 2012 para 1,40% em 2013.

Esses movimentos se dão no contexto de manutenção no ritmo (baixo) de crescimento das exportações mundiais nos dois últimos anos, de 2,2% em termos de volume, ou 2,0% em termos de valor de 2012 para 2013.

Entre os setores, desde 2012 a tendência da maioria deles flutua próxima aos níveis de 2010, mas vale destacar que do primeiro trimestre de 2013 até o mesmo trimestre de 2014 o setor de equipamentos de escritório e telecomunicações tem registrado variação negativa, enquanto automóveis, químicos, aço e ferro, têxteis e vestuário e maquinário industrial cresceram, ainda que a taxas reduzidas.

Houve poucas mudanças no ranking dos maiores exportadores e importadores de mercadorias (incluindo o comércio intra-europeu). Os maiores exportadores permaneceram sendo China, EUA, Alemanha e Japão. E os maiores importadores, EUA, China, Alemanha e Japão, nessas ordens. Entre as modificações mais importantes de 2011 para 2012, a ascensão da Arábia Saudita e México no ranking das exportações e do Reino Unido nas importações, com queda de posição da Rússia no primeiro ranking e da França e Índia no segundo.

Já no ranking dos maiores exportadores de manufaturas, em 2013 também se observa o mesmo perfil desde 2011: nessa ordem, União Europeia, China, Alemanha, Estados Unidos e Japão. Em comparação com 2012, os movimentos mais importantes foram a ascensão no ranking do Canadá em relação à Espanha e da Áustria em relação à Malásia. O Vietnã chegou a 29ª colocação ultrapassando a Hungria e o Brasil. E os maiores importadores são União Europeia, EUA, China, Alemanha e França, conservando a ordem desde 2011 também. Além da subida do Brasil, destacam-se a troca de posições entre Bélgica e México nas 11ª e 12ª posições, e entre Taipei, Suíça e Tailândia nas 21ª, 22ª e 23ª colocações.

O ritmo de crescimento das importações brasileiras em geral acompanhou a mesma tendência das exportações de mercadorias, porém em magnitude maior desde 2005. As taxas de variação de ambas melhoraram um pouco de 2012 para 2013, mas ainda muito aquém dos índices de 2 dígitos do passado recente. Apesar da evolução das exportações brasileiras de bens acompanharem as tendências mundiais, estiveram abaixo dos índices médios do mundo em 2012 e 2013.

Enquanto o peso das manufaturas nas exportações mundiais continua elevado, em torno de 67% desde 2011, no Brasil este percentual vem se contraindo significativamente, de 53% em 2005 para 36% em 2013.

Por sua vez, a pauta brasileira de importações em valor se manteve relativamente estável desde 2005, com uma pequena diminuição na parcela de manufaturas de 2012 para 2013, de 73,2% para 72,3% - a favor de combustíveis e minérios. E o coeficiente de penetração das importações continua se elevando ano a ano, atingindo 23% no último trimestre de 2013, segundo a CNI.

Conclui-se que embora em termos do total de bens exportados e importados o desempenho do Brasil tenha se mantido estável, quando se analisa o setor de manufaturas constata-se a menor importância relativa do país enquanto exportador e maior significância enquanto importador. Este duplo movimento reflete a deterioração da competitividade da indústria brasileira no cenário internacional e doméstico, que têm redundado no aprofundamento da dependência da balança comercial aos produtos primários e, em particular, na contínua deterioração do saldo da indústria de transformação.
  

 

 

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