De acordo com os dados da OMC, em 2013 volta a se deteriorar a
posição brasileira nas exportações
internacionais de produtos manufaturados, caindo para a 31ª
posição. A colocação está bem
aquém da 22ª alcançada no ranking do total
de exportações de bens (estável desde 2011)
– sendo que ambos não refletem diretamente o porte
da economia brasileira que é a sétima economia mundial.
Por outro
lado o Brasil subiu uma colocação no ranking dos
maiores importadores de manufaturas do mundo, ocupando agora a
19ª posição – o que é superior,
inclusive, à 22ª posição no ranking
dos maiores importadores de bens no total.
Assim, o país
ficou com a mesma posição de 22º nas exportações
e importações de mercadorias de 2012 para 2013,
ambos estáveis e equivalentes a 1,3% das exportações
totais do mundo. A participação das exportações
brasileiras de manufaturas no total mundial também permaneceu
estável em 0,71% e a parcela do país nas importações
mundiais desses produtos se elevou de 1,36% em 2012 para 1,40%
em 2013.
Esses movimentos
se dão no contexto de manutenção no ritmo
(baixo) de crescimento das exportações mundiais
nos dois últimos anos, de 2,2% em termos de volume, ou
2,0% em termos de valor de 2012 para 2013.
Entre os setores,
desde 2012 a tendência da maioria deles flutua próxima
aos níveis de 2010, mas vale destacar que do primeiro trimestre
de 2013 até o mesmo trimestre de 2014 o setor de equipamentos
de escritório e telecomunicações tem registrado
variação negativa, enquanto automóveis, químicos,
aço e ferro, têxteis e vestuário e maquinário
industrial cresceram, ainda que a taxas reduzidas.
Houve poucas
mudanças no ranking dos maiores exportadores e importadores
de mercadorias (incluindo o comércio intra-europeu). Os
maiores exportadores permaneceram sendo China, EUA, Alemanha e
Japão. E os maiores importadores, EUA, China, Alemanha
e Japão, nessas ordens. Entre as modificações
mais importantes de 2011 para 2012, a ascensão da Arábia
Saudita e México no ranking das exportações
e do Reino Unido nas importações, com queda de posição
da Rússia no primeiro ranking e da França e Índia
no segundo.
Já
no ranking dos maiores exportadores de manufaturas, em 2013 também
se observa o mesmo perfil desde 2011: nessa ordem, União
Europeia, China, Alemanha, Estados Unidos e Japão. Em comparação
com 2012, os movimentos mais importantes foram a ascensão
no ranking do Canadá em relação à
Espanha e da Áustria em relação à
Malásia. O Vietnã chegou a 29ª colocação
ultrapassando a Hungria e o Brasil. E os maiores importadores
são União Europeia, EUA, China, Alemanha e França,
conservando a ordem desde 2011 também. Além da subida
do Brasil, destacam-se a troca de posições entre
Bélgica e México nas 11ª e 12ª posições,
e entre Taipei, Suíça e Tailândia nas 21ª,
22ª e 23ª colocações.
O ritmo de
crescimento das importações brasileiras em geral
acompanhou a mesma tendência das exportações
de mercadorias, porém em magnitude maior desde 2005. As
taxas de variação de ambas melhoraram um pouco de
2012 para 2013, mas ainda muito aquém dos índices
de 2 dígitos do passado recente. Apesar da evolução
das exportações brasileiras de bens acompanharem
as tendências mundiais, estiveram abaixo dos índices
médios do mundo em 2012 e 2013.
Enquanto o
peso das manufaturas nas exportações mundiais continua
elevado, em torno de 67% desde 2011, no Brasil este percentual
vem se contraindo significativamente, de 53% em 2005 para 36%
em 2013.
Por sua vez,
a pauta brasileira de importações em valor se manteve
relativamente estável desde 2005, com uma pequena diminuição
na parcela de manufaturas de 2012 para 2013, de 73,2% para 72,3%
- a favor de combustíveis e minérios. E o coeficiente
de penetração das importações continua
se elevando ano a ano, atingindo 23% no último trimestre
de 2013, segundo a CNI.
Conclui-se
que embora em termos do total de bens exportados e importados
o desempenho do Brasil tenha se mantido estável, quando
se analisa o setor de manufaturas constata-se a menor importância
relativa do país enquanto exportador e maior significância
enquanto importador. Este duplo movimento reflete a deterioração
da competitividade da indústria brasileira no cenário
internacional e doméstico, que têm redundado no aprofundamento
da dependência da balança comercial aos produtos
primários e, em particular, na contínua deterioração
do saldo da indústria de transformação.