10 de outubro de 2014

Indústria Mundial
A recuperação desacelera
no segundo trimestre de 2014


   

 
Após cinco trimestres de aceleração, a taxa de crescimento do produto da indústria de transformação mundial se reduziu no segundo trimestre de 2014, assinalando 3,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. A taxa de expansão no primeiro trimestre de 2014 em relação ao mesmo período de 2013 havia sido 4,8%. Em relação ao trimestre anterior, a fabricação de manufaturas no mundo caiu 0,5% no segundo trimestre de 2014. Dado o esfriamento da retomada, as projeções para o crescimento do valor adicionado pela indústria de transformação foram revisadas para baixo: 3,7% em termos mundiais no ano de 2014.

A desaceleração da indústria se deu tanto nas economias emergentes e em desenvolvimento (-1,2% em relação no segundo trimestre de 2014 em relação ao primeiro) quanto nas avançadas (0,0%), puxada fundamentalmente pela Europa – que o relatório alega ser atribuída ao refreamento dos investimentos por conta dos conflitos geopolíticos. Ao mesmo tempo, os EUA apresentaram fraco desempenho da demanda doméstica e redução na atração de investimentos, afetando sua produção da indústria de transformação. A menor demanda dos países avançados implica em redução das exportações dos países em desenvolvimento, e também à desvalorização cambial em alguns desses países – sobretudo por ter sido acompanhada por queda dos preços de diversas commodities.

Desse modo, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, para as economias industrializadas o segundo trimestre de 2014 assinalou crescimento da indústria de transformação de 1,5%, sendo que o índice do primeiro trimestre de 2014 foi 2,5%. A queda foi puxada por desempenhos mais fracos nos setores de químicos, produtos de metal, equipamentos de comunicação e veículos, etc.

Nos países emergentes e em desenvolvimento, a produção média que tinha aumentado 8,6% no primeiro trimestre de 2014 em relação ao mesmo período do ano anterior, assinalou um crescimento do mesmo indicador inferior no segundo trimestre, de 6,5%. China foi a principal responsável por esse resultado. Sua produção se elevou 9,3% entre abril e junho de 2014 em relação a abril/junho do ano anterior, tendo sido 13,1% no primeiro trimestre.

Na América Latina a tendência negativa continua, tendo caído de +0,6% no primeiro trimestre de 2014 em relação ao mesmo trimestre de 2013 para -1,9% no segundo trimestre de 2014 no mesmo indicador. A maior causa é a menor demanda pelas exportações de commodities da região. Assim, as quedas da produção de manufaturas foram de 3,0% na Argentina, 5,4% no Brasil e 1% no Chile.

Em termos setoriais, entre abril e junho de 2014 a produção da indústria de transformação teve taxa de variação positiva em praticamente todos os setores na comparação com abril / junho de 2013, porém a maioria menor do que os indicadores de janeiro/março de 2014.

Nas economias emergentes, apesar de ter havido uma desaceleração do crescimento, cabe destacar o avanço da fabricação de alguns setores, inclusive de alta tecnologia, como equipamentos médicos e instrumentos óticos (11,2%), outros equipamentos de transporte (12,9%), equipamentos elétricos (11,7%), comparando-se o segundo trimestre de 2014 em relação ao mesmo período de 2013. Nas economias avançadas, os setores que tiveram resultado negativo foram tabaco (-1,9%), papel e produtos de papel (-0,3%), impressões e publicações (-1,3%) e coque e refino de petróleo (-0,4%). Porém outros setores desempenharam melhor, como veículos automotores (5,9%), equipamentos de escritório (4,6%) e produtos de borracha e plásticos (4,2%).
  

  

 

 

 

 

 

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