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A crise do mercado de trabalho da indústria brasileira
não dá sinais de melhora. Em agosto, com relação
a julho – considerados os ajustes sazonais –, o emprego
industrial caiu 0,4%. Com esse resultado, o número de ocupados
na indústria apresenta queda de 2,7% no acumulado dos oito
primeiros meses de 2014. A taxa anualizada de agosto projeta queda
de 2,4% do emprego industrial. Será a terceira retração
consecutiva dos ocupados na indústria (–1,4% em 2012
e –1,1% em 2013) e a mais elevada (com exceção
da registrada em 2009, ano da crise internacional) da série
histórica do IBGE, iniciada em 2002.
Enquanto a
produção industrial vai oscilando ao longo deste
ano, num sobe e desce que reflete ajustes de estoques diante de
mercados nada vigorosos e com demandas incertas (na comparação
com o mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal, a
evolução da produção industrial foi
de 2,5%, 0,0%, –0,5%, –0,5%, –0,8%, –1,6%,
0,7%, e 0,7% de janeiro a agosto deste ano, nessa ordem), o emprego
industrial segue outro percurso, nitidamente em descenso, descolado
da produção (–0,1%, 0,1%, 0,2%, –0,4%,
–0,8%, –0,5%, –0,7% e –0,4% no mesmo período
janeiro-agosto, na mesma ordem e na mesma comparação).
Esse desempenho
negativo do emprego industrial é geral, ou seja, pode ser
observado na maioria dos ramos industriais e nas diferentes regiões
do Brasil. Em agosto deste ano frente igual mês de 2013,
o número de ocupados na indústria brasileira caiu
3,6%, resultado de fechamentos de postos de trabalho em treze
dos catorze locais no País pesquisados pelo IBGE. O principal
impacto negativo veio de São Paulo (–4,8%), refletindo
a redução do emprego em quinze de dezoito atividades
industriais. Em outros locais, há quedas também
muito significativas: Paraná (–5,2%), Rio Grande
do Sul (–4,7%), Minas Gerais (–3,3%) e regiões
Norte e Centro–Oeste (–2,2%).
Em termos
setoriais, e ainda na comparação agosto de 2014
com agosto de 2013, o emprego industrial recuou em catorze de
dezoito ramos, destacando-se as quedas nas atividades de meios
de transporte (–7,5%), produtos de metal (–7,9%),
calçados e couro (–9,0%), máquinas e equipamentos
(–5,5%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (–7,6%), vestuário
(–4,9%), outros produtos da indústria de transformação
(–5,5%) e metalurgia básica (–5,5%).
Esse período
longo de resultados negativos do emprego industrial (três
anos) tem consequências para a economia como um todo. Pode-se
dizer que a perda de vigor e alguns desempenhos negativos observados
nos últimos meses em segmentos do comércio e dos
serviços refletem, em alguma medida, essa evolução
do emprego industrial. A crise da indústria não
é algo isolado.
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Em agosto, o emprego industrial apresentou variação negativa
de 0,4% frente a julho, considerando o ajuste sazonal. Na comparação
com igual mês do ano anterior, o emprego industrial mostrou queda
de 3,6%, 35º resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto.
Com isso, o índice acumulado nos oito meses do ano (–2,7%)
também teve recuo, com ritmo mais intenso do que o observado no
fechamento do primeiro semestre (–2,4%), ambas as comparações
contra iguais períodos do ano anterior. A taxa anualizada, índice
acumulado nos últimos 12 meses, ao recuar 2,4% em agosto, manteve
a trajetória descendente iniciada em setembro do ano passado (–1,0%).
Na comparação
mensal (mês/mesmo mês do ano anterior), houve queda em 13
dos 14 locais pesquisados. O principal impacto negativo foi em São
Paulo (–4,8%), pressionado pela redução do pessoal
ocupado em 15 das 18 atividades. Também houve resultados negativos
importantes no Paraná (–5,2%), Rio Grande do Sul (–4,7%),
Minas Gerais (–3,3%) e regiões Norte e Centro–Oeste
(–2,2%). Pernambuco, com avanço de 0,6%, exerceu a única
pressão positiva nesta comparação.
No índice acumulado
nos oito primeiros meses de 2014, o emprego industrial registrou queda
em 13 dos 14 locais. São Paulo (–3,9%) apontou o principal
impacto negativo, seguido pelo Rio Grande do Sul (–4,1%), Paraná
(–4,1%), Minas Gerais (–2,0%), região Nordeste (–1,3%)
e Rio de Janeiro (–2,2%). Pernambuco, com avanço de 1,0%,
exerceu a única pressão positiva também nesta comparação.
Setorialmente, o emprego
industrial de agosto, confrontado com mesmo mês de 2013, registrou
queda em 14 dos 18 ramos pesquisados, com destaque para as pressões
negativas vindas de meios de transporte (–7,5%), produtos de metal
(–7,9%), calçados e couro (–9,0%), máquinas
e equipamentos (–5,5%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (–7,6%), vestuário (–4,9%),
outros produtos da indústria de transformação (–5,5%)
e metalurgia básica (–5,5%). Os principais impactos positivos
ocorreram nos setores de minerais não–metálicos (1,1%)
e de produtos químicos (1,0%).
No ano, as contribuições
negativas foram verificadas em 15 dos 18 setores pesquisados. As contribuições
negativas mais relevantes vieram de produtos de metal (–6,8%), máquinas
e equipamentos (–5,1%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (–6,8%), calçados e couro
(–7,9%), meios de transporte (–4,2%), produtos têxteis
(–4,9%), vestuário (–2,9%), refino de petróleo
e produção de álcool (–8,2%) e outros produtos
da indústria de transformação (–3,5%). Os impactos
positivos foram registrados por produtos químicos (1,7%), alimentos
e bebidas (0,3%) e minerais não–metálicos (0,9%).
Folha de Pagamento
Real. Em agosto, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores
da indústria ajustado sazonalmente avançou 0,5% frente ao
mês imediatamente anterior, recuperando parte da perda de 5,1% acumulada
nos dois últimos meses. Nesse mês, tanto a indústria
de transformação (1,0%), como o setor extrativo (0,7%) apontaram
taxas positivas. Entretanto, na comparação com agosto de
2013, o valor da folha de pagamento real assinalou recuo de 1,6% em agosto
de 2014, terceira taxa negativa consecutiva neste tipo de confronto. Já
no acumulado do ano, houve variação positiva de 0,4%, ritmo
de crescimento abaixo do verificado no fechamento do primeiro semestre
do ano (1,3%).
Número
de Horas Pagas. O número de horas pagas, indicador de
futuras contratações de mão–de–obra na
indústria, assinalou decréscimo de 0,8% na passagem de julho
de 2014 para agosto (quarta taxa negativa consecutiva), já descontados
os efeitos sazonais. Contra agosto de 2013, o número de horas pagas
decresceu 4,5% (15ª taxa negativa consecutiva neste tipo de comparação).
No acumulado dos oito primeiros meses de 2014 também houve queda
das horas pagas na indústria (–3,3%).
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