8 de outubro de 2014

Indústria Regional
Recomposição de agosto
não reverte sinal negativo


   

 
A atividade industrial melhorou na maioria das regiões do Brasil no mês de agosto. De acordo com o IBGE, considerando a série com ajuste sazonal, a produção industrial avançou em dez dos catorze locais pesquisados na passagem de julho para agosto. As taxas de maior crescimento foram registradas no Rio Grande do Sul (4,2%), em Goiás (3,3%) e no Espírito Santo (3,2%). Vale destacar também o aumento, ainda que mais tímido, da produção industrial em São Paulo (0,8%), após duas quedas consecutivas anteriores (–1,3% em junho e –1,5% em julho).

No entanto, esse comportamento da indústria nacional em agosto tem mais a ver com uma recomposição de estoques e não atenua os resultados de mais longo prazo. Pelo contrário, dependendo dos períodos comparados, a situação da atividade produtiva industrial brasileira piorou em agosto. É o caso da taxa de crescimento anualizada, ou seja, a taxa que compara os últimos doze meses com relação aos doze meses imediatamente anteriores.

Ao se acompanhar a evolução dessa taxa, observa-se uma piora generalizada da produção industrial nas diferentes regiões do País. Na passagem de julho para agosto, os números recuaram em dez das quinze localidades investigadas pelo IBGE. Em São Paulo, por exemplo, a produção industrial, que caía 2,7% no acumulado de doze meses até julho, passou a cair 3,6% no acumulado de doze meses até agosto – uma piora considerável, que projeta para este ano um dos piores resultados da produção do mais importante parque industrial do País.

Outras retrações significativas da taxa anualizada podem ser vistas na Bahia (de –1,7% em julho para –3,1% em agosto – de agora em diante, sempre nessa ordem), Paraná (de –1,0% para –2,3%), Rio Grande do Sul (de 0,2% para –1,0%), e mesmo Ceará (de 3,4% para 2,2%) e Amazonas (de 5,3% para 4,4%). Na média do País, a taxa anualizada da produção industrial passou de –1,2% em julho para –1,8% em agosto. Levando-se em consideração que os últimos meses do ano passado foram muito ruins para a produção industrial, o efeito estatístico pode amenizar a queda da taxa anualizada nos próximos meses até o final deste ano. Isso, infelizmente, não será capaz de reverter o resultado bastante negativo esperado para a atividade produtiva da indústria brasileira neste ano.

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