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A desagregação regional confirma que o crescimento
da produção industrial de julho resultou da recomposição
das atividades produtivas em algumas localidades do País,
notadamente naquelas cujas indústrias sofreram fortes reveses
nos meses anteriores, sobretudo os ocorridos no mês de junho.
O lado negativo é que a recuperação não
chegou a São Paulo, o centro industrial do país.
De acordo com os números do IBGE, na comparação
julho com junho, com ajuste sazonal, a produção
industrial avançou bastante no Amazonas (16,1%), Paraná
(7,3%) e Ceará (7,1%).
No entanto,
no primeiro estado, a produção havia caído
5,1%, 6,5% e 9,8% nos meses de abril, maio e junho, respectivamente,
um acumulado de quase –20,0% nesses três meses. No
Paraná, os 7,3% de julho não recuperaram a queda
de 8,1% de junho – lembrando que em meses anteriores, a
evolução da produção paranaense não
era nada favorável: –3,0%, –2,3% e +0,9% em
março, abril e maio, nessa ordem. No Ceará, o aumento
de 7,1% em julho compensou parcialmente a retração
de 6,6% da produção industrial registrada em junho.
Movimentos
semelhantes da produção industrial podem ser vistos
na Região Nordeste (aumento de 5,6% em julho contra quedas
de 4,1% e 4,5%, respectivamente, em maio e junho), na Bahia (+4,7%
em julho contra –7,5% e –1,6%, nessa ordem, também
nos meses de maio e junho), em Santa Catarina (+4,0% em julho
contra –5,2% em junho), em Pernambuco (+3,2% em julho contra
–7,2% em junho), e no Rio Grande do Sul (+1,5% contra –3,8%,
–3,4%, –1,0% e –2,5%, respectivamente, em março,
abril, maio e junho) – todas as taxas de variação
supracitadas calculadas no mês com relação
ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal.
Dificilmente,
portanto, pode-se enxergar uma reação mais consistente
da indústria nacional no mês de julho. Muitas empresas
em diferentes estados e de diferentes ramos produtivos compensaram,
em julho, parte do encolhimento da produção ocorrida
em junho, em boa medida decorrente da paralisação
das atividades em dias de jogos da Copa. No estado em que a indústria
é mais representativa e mais diversificada, São
Paulo, a produção, que havia recuado 1,4% em junho,
voltou a cair em julho (–1,2%), o que reforça o argumento
de que, infelizmente, não há muito a se comemorar
com os resultados de julho.
A evolução
do índice de média móvel trimestral (com
ajuste sazonal) reflete melhor esse movimento recente da indústria
nacional; e ele permite observar que, apesar de melhorar na margem,
a produção industrial ainda continua no vermelho:
queda de 0,5% no trimestre encerrado em julho frente ao trimestre
encerrado no mês imediatamente anterior – nos trimestre
anteriores os resultados negativos foram de –0,4% em abril,
–0,7% em maio e –0,9% em junho. Ainda utilizando a
média móvel trimestral com ajuste sazonal, a produção
industrial recuou em onze das catorze localidades pesquisadas
pelo IBGE, destacando-se as quedas na Bahia (–1,7%), em
Pernambuco (–1,5%), na Região Nordeste (–1,1%),
no Pará (–0,9%), no Rio Grande do Sul (–0,7%),
no Amazonas (–0,7%) e em São Paulo (–0,6%).
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De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal –
Regional do IBGE, na passagem de junho para julho (com ajuste sazonal)
a produção industrial cresceu em onze dos catorze locais
pesquisados. Os avanços mais acentuados assinalados por Amazonas
(16,1%), Paraná (7,3%) e Ceará (7,1%). O primeiro interrompeu
três meses consecutivos de queda na produção, período
em que acumulou redução de 19,9%; o segundo recuperou parte
da perda de 8,1% registrada no mês anterior; e o terceiro eliminou
o recuo de 6,6% verificado em junho último. Região Nordeste
(5,6%), Bahia (4,7%), Santa Catarina (4,0%), Espírito Santo (3,6%),
Pernambuco (3,2%), Rio Grande do Sul (1,5%) e Rio de Janeiro (1,2%) também
apontaram taxas positivas mais intensas do que a média nacional
(0,7%), enquanto Minas Gerais, com acréscimo de 0,5%, mostrou avanço
mais moderado. Por outro lado, Goiás (–2,2%), São
Paulo (–1,2%) e Pará (–0,8%) assinalaram as taxas negativas
nesse mês e apontaram a segunda queda consecutiva nesse tipo de
comparação, acumulando nesse período perdas de –2,6%,
–2,6% e –2,7%, respectivamente.
Na comparação
com igual mês do ano anterior, o setor industrial nacional recuou
3,6% em julho de 2014, com perfil disseminado de resultados negativos
em termos regionais, já que 13 dos 15 locais pesquisados apontaram
queda na produção. Nesse mês, os recuos mais intensos
foram registrados por Rio Grande do Sul (–10,6%), Bahia (–7,5%),
Paraná (–6,4%) e São Paulo (–5,8%), pressionados,
em grande parte, pela redução na produção
dos setores de veículos automotores, reboques e carrocerias, no
primeiro local; de veículos automotores, reboques e carrocerias,
no segundo; de veículos automotores, reboques e carrocerias, no
terceiro, e de veículos automotores, reboques e carrocerias e de
máquinas e equipamentos, no último. Pernambuco (–4,3%)
e Minas Gerais (–3,7%) também assinalaram quedas mais acentuadas
do que a média nacional (–3,6%), enquanto Goiás (–3,2%),
Região Nordeste (–3,1%), Santa Catarina (–2,7%), Pará
(–1,7%), Amazonas (–1,5%), Ceará (–1,5%) e Rio
de Janeiro (–1,3%) completaram o conjunto de locais com taxas negativas.
Por outro lado, Espírito Santo (10,3%) e Mato Grosso (4,8%) assinalaram
os avanços nesse mês.
No indicador acumulado
para o período janeiro–julho de 2014, a redução
na produção nacional alcançou 11 dos 15 locais pesquisados,
com cinco recuando com intensidade superior à da média da
indústria (–2,8%): São Paulo (–5,2%), Bahia
(–5,0%), Rio Grande do Sul (–4,9%), Paraná (–4,8%)
e Rio de Janeiro (–3,3%). Santa Catarina (–1,8%), Ceará
(–1,5%), Minas Gerais (–1,3%), Região Nordeste (–0,5%),
Goiás (–0,4%) e Espírito Santo (–0,2%) completaram
o conjunto de locais com resultados negativos no fechamento dos sete primeiros
meses de 2014. Por outro lado, Pará (10,9%), Amazonas (3,3%), Pernambuco
(2,6%) e Mato Grosso (1,1%) assinalaram as taxas positivas no índice
acumulado do ano.
Espírito Santo. No confronto com julho de 2013,
constatou–se expansão de 10,3%, taxa influenciada principalmente
pelos setores: extrativista (17,5%), minerais não metálicos
(3,5%) e metalurgia (11,8%). No acumulado no ano de 2014, entretanto,
a produção industrial apresentou leve queda (–0,2%),
sob influência de metalurgia (–10,1%) e produtos alimentícios
(–8,3%).
São
Paulo. Em julho, a indústria paulista apresentou queda
de 1,2% na comparação com junho (dados livres de efeitos
sazonais). Na comparação mensal (mês/ mesmo mês
do ano anterior), o estado registrou queda de 5,8%, taxa impulsionada
pelos setores de: veículos automotores, reboques e carrocerias
(–21,4%); máquinas e equipamentos (–16,8%); produtos
de metal (–9,8%), outros produtos químicos (–4,2%);
produtos de borracha e de material plástico (–11,9%); metalurgia
(–15,8%). No acumulado no ano de 2014 a produção industrial
recuou 5,2%, com destaque para os setores de: veículos automotores,
reboques e carrocerias (–17%); máquinas e equipamentos (–7,5%);
produtos de metal (–9,5%); outros produtos químicos (–5,3%);
máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–7,7%);
metalurgia (–10,6%). Nessa comparação, apenas produtos
alimentícios tiveram contribuição positiva relevante
(3,2%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos
e ópticos (8,5%).
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