8 de agosto de 2014

Emprego Industrial
Situação mais grave em junho


   

 
A crise do emprego na indústria brasileira agravou-se no final do primeiro semestre deste ano. De acordo com dados do IBGE, o número de ocupados na indústria recuou 0,5% em junho com relação a maio, na série que considera os ajustes sazonais. Foi a terceira taxa negativa consecutiva (–0,4% e –0,7%, respectivamente, em abril e maio).

Com o resultado de junho, o emprego industrial acumulou queda significativa de 2,3% no primeiro semestre deste ano. Com exceção de 2009, ano mais difícil da crise internacional, essa é a pior taxa acumulada para um primeiro semestre na série histórica do IBGE, iniciada em 2002. Este é mais um indicador que mostra a intensidade da retração que se assiste na indústria no presente contexto da economia brasileira. A taxa anualizada projeta uma retração de 1,9% do número de ocupados na indústria nacional em 2014, um desempenho mais negativo do que os registrados em 2012 (–1,4%) e 2013 (–1,1%).

Na comparação entre trimestres, observa-se a deterioração do quadro do emprego industrial neste ano. Na série trimestre contra trimestre imediatamente anterior, com ajuste sazonal, a evolução do número de ocupados foi de –1,0%, –0,6%, –0,3% e –0,9%, respectivamente, no terceiro e quarto trimestres de 2013 e primeiro e segundo trimestres deste ano. Na série que compara trimestre contra o mesmo trimestre do ano anterior, a evolução foi a seguinte: –1,2%, –1,8%, –2,0% e –2,7% – na mesma ordem de trimestres. Tais resultados evidenciam que não só o quadro do emprego na indústria é adverso, já que as taxas de variação são negativas, como também que sua trajetória é de crescente desequilíbrio.

Este cenário expressa um movimento generalizado de retração do emprego seja do ponto de vista regional, seja do setorial. Em termos regionais, no mês de junho frente igual mês de 2013, o número de ocupados na indústria caiu em todas as localidades pesquisadas pelo IBGE em no País. O principal impacto negativo veio de São Paulo, cujo emprego industrial recuou 4,2%. Destacaram–se negativamente também as quedas do emprego industrial no Paraná (–5,0%), Rio Grande do Sul (–4,0%), na Região Nordeste (–2,0%), em Minas Gerais (–1,7%) e no Rio de Janeiro (–3,3%).

Setorialmente, na mesma comparação (junho deste ano frente junho de 2013), o total do pessoal ocupado recuou em quinze dos dezoito setores pesquisados, com destaque para: meios de transporte (–5,5%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–7,9%), produtos de metal (–6,4%), calçados e couro (–7,4%), máquinas e equipamentos (–4,5%), produtos têxteis (–6,3%), vestuário (–3,9%) e refino de petróleo e produção de álcool (–9,1%).

No acumulado do primeiro semestre deste ano, o emprego industrial apresentou queda em treze dos quatorze locais. As retrações mais graves foram registradas em São Paulo (–3,5%), Rio Grande do Sul (–4,0%), Paraná (–3,5%), Minas Gerais (–1,7%), Região Nordeste (–1,0%) e Rio de Janeiro (–1,8%). Já, em nível setorial, os piores resultados ficaram com produtos de metal (–6,6%), máquinas e equipamentos (–4,9%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–6,6%), calçados e couro (–7,6%), meios de transporte (–3,2%), produtos têxteis (–5,1%) e refino de petróleo e produção de álcool (–8,4%).
  

 
Em junho, o emprego na indústria apresentou recuo de 0,5% frente a maio, na série livre de efeitos sazonais, a terceira queda consecutiva. Na comparação com o mesmo mês de 2013, houve uma queda de 3,1%. Em relação ao trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal), o emprego na indústria recuou 0,9%, sexta taxa negativa consecutiva neste confronto. No acumulado do primeiro semestre do ano, em comparação a igual período de 2013, o emprego industrial caiu 2,3%, enquanto que no acumulado dos últimos doze meses a variação foi de –1,9%.

No confronto entre junho de 2014 e junho de 2013, o emprego industrial caiu em todas as localidades pesquisadas pelo IBGE em no País. O principal impacto negativo veio de São Paulo, cujo emprego industrial recuou 4,2%, em grande medida devido à retração do número de ocupados nos setores de produtos de metal (–10,9%), produtos têxteis (–13,2%) e meios de transporte (–5,9%). Destacaram–se negativamente também as quedas do emprego industrial no Paraná (–5,0%), Rio Grande do Sul (–4,0%), na Região Nordeste (–2,0%), em Minas Gerais (–1,7%) e no Rio de Janeiro (–3,3%).

No índice acumulado nos seis primeiros meses de 2014, o emprego industrial permaneceu em queda em treze dos quatorze locais. Os maiores impactos negativos vieram de São Paulo (–3,5%), Rio Grande do Sul (–4,0%), Paraná (–3,5%), Minas Gerais (–1,7%), Região Nordeste (–1,0%) e Rio de Janeiro (–1,8%), enquanto Pernambuco (1,6%) foi a única alta.

Setorialmente, no confronto junho deste ano frente junho de 2013, o total do pessoal ocupado assalariado recuou em quinze dos dezoito setores pesquisados, com destaque para: meios de transporte (–5,5%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–7,9%), produtos de metal (–6,4%), calçados e couro (–7,4%), máquinas e equipamentos (–4,5%), produtos têxteis (–6,3%), vestuário (–3,9%) e refino de petróleo e produção de álcool (–9,1%). Por outro lado, os impactos positivos vieram de produtos químicos (1,9%) e de minerais não–metálicos (1,5%).

No acumulado do primeiro semestre deste ano, as contribuições negativas mais relevantes vieram de produtos de metal (–6,6%), máquinas e equipamentos (–4,9%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–6,6%), calçados e couro (–7,6%), meios de transporte (–3,2%), produtos têxteis (–5,1%) e refino de petróleo e produção de álcool (–8,4%), enquanto os principais impactos positivos vieram de alimentos e bebidas (0,8%) e produtos químicos (2,0%).

 

 
Número de Horas Pagas. O número de horas pagas aos trabalhadores na indústria apresentou queda de 1,2% na passagem de maio para junho, na série dessazonalizada, após recuo de 0,9% em maio. Frente a junho de 2013, houve queda de 4,2% das horas pagas na indústria. Na comparação acumulada do ano, houve decréscimo de 2,9%. No acumulado dos últimos 12 meses frente ao período imediatamente anterior a queda foi de 2,3%.

Folha de Pagamento Real. Em junho, frente a maio, este índice apresentou recuo de 2,4%, após alta de 1,8% em maio de 2014. Frente a junho de 2013, o resultado ficou negativo em 0,3%. No acumulado do primeiro semestre de 2014, o aumento foi de 1,3%, enquanto no acumulado dos últimos doze meses, houve variação positiva de 0,7%.

 

 

 

 

 

 

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