|
|
Há exceções, mas a indústria regional
brasileira vai convergindo para resultados mais desfavoráveis
mês após mês, como mostram os números
divulgados hoje pelo IBGE. Em junho, a indústria passou
por um de seus piores momentos: a produção industrial
recuou em onze dos catorze locais pesquisados pelo IBGE em todo
o País – ao se considerar junho com relação
a maio, na série com ajuste sazonal.
E as quedas
de produção em junho foram, de modo geral, elevadas
e, em alguns casos, elevadíssimas. A explicação
está, em parte, nos dias não trabalhados por ocasião
dos jogos da Copa. Mas, como esta Análise já salientou
em edição anterior, contribuíram também
fatores como estoques acumulados, menor confiança de empresários
e de consumidores e dificuldades de a indústria nacional
competir com seus produtos seja no mercado doméstico seja
nos mercados internacionais de bens manufaturados.
Na passagem
de maio para junho (na série com ajuste sazonal), nos estados
do Norte, a produção caiu 2,0% no Pará e
9,3% no Amazonas. No Nordeste, a atividade produtiva industrial
recuou 4,4%, com queda expressiva no estado de Pernambuco (–7,4%).
No Sul, o movimento de retração também se
fez presente: –7,5% no Paraná, –4,0% em Santa
Catarina e –2,3% no Rio Grande do Sul.
Nos estados
do Sudeste, a produção industrial caiu 1,7% em Minas
e 1,0% em São Paulo, mas apresentou aumentos de 5,4% e
3,5%, respectivamente, no Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Vale notar que, neste último estado, o crescimento se deve
a uma recuperação de suas indústrias extrativas
e da metalurgia, as quais não tiveram bons resultados em
2013; no Rio de Janeiro, o aumento de 5,4% de junho não
recuperou as quedas de 0,1%, 5,4% e 1,6% registradas, nessa ordem,
em março, abril e maio deste ano.
A convergência
para resultados piores pode ser observada na evolução
da produção industrial por trimestre. Considerando
o quarto trimestre de 2013 e os dois primeiros trimestres deste
ano (na comparação com o respectivo trimestre do
ano imediatamente anterior), tem-se o seguinte cenário
da produção industrial regional:
-
São
Paulo: –1,2%, –3,6% e –6,3%, respectivamente,
no quarto trimestre de 2013 e no primeiro e segundo trimestres
deste ano;
-
Rio de Janeiro: –2,2%, –2,0% e –6,0% (de agora
em diante, sempre na mesma ordem: quarto trimestre de 2013 e
primeiro e segundo trimestres deste ano);
-
Minas Gerais: –3,3%, +3,7% e –5,0%;
-
Rio Grande do Sul: +7,2%, +3,2% e –9,8%;
-
Bahia: –0,9%, –2,1% e –6,9%;
-
Ceará: +8,5%, +0,9% e –3,8%;
-
Amazonas: +6,5%, +9,9% e –7,6%.
|
Na passagem de maio para junho, na série com ajuste sazonal, a
produção industrial recuou em 11 dos 14 locais pesquisados
pelo IBGE, com destaque para as quedas nos estados do Amazonas (–9,3%),
Paraná (–7,5%), Pernambuco (–7,4%) e Ceará (–5,4%).
Completam o quadro os recuos na produção na Região
Nordeste (–4,4%), em Santa Catarina (–4,0%), no Rio Grande
do Sul (–2,3%), no Pará (–2,0%), em Minas Gerais (–1,7%),
na Bahia (–1,1%) e em São Paulo (–1,0%). Por outro
lado, as taxas positivas foram registradas nas indústrias do Rio
de Janeiro (5,4%), Espírito Santo (3,5%) e Goiás (0,4%).
Na comparação
com igual mês do ano anterior, a produção do setor
industrial nacional recuou 6,9% em junho de 2014, com queda generalizada
nas diferentes localidades do País. Os recuos mais intensos foram
registrados por Amazonas (–16,1%), Paraná (–14,0%),
Bahia (–12,1%) e Rio Grande do Sul (–11,9%). Quedas expressivas
da produção também foram registradas na Região
Nordeste (–8,3%), em Santa Catarina (–7,5%), Pernambuco (–7,3%),
no Mato Grosso (–7,1%), em São Paulo (–6,5%), Minas
Gerais (–6,1%) e no Rio de Janeiro (–2,1%). Por outro lado,
a produção cresceu no Pará (6,7%) Espírito
Santo (4,1%) e Goiás (3,3%) nessa comparação.
No segundo trimestre
deste ano, relativamente a igual período de 2013, a produção
da indústria brasileira caiu 5,4%, resultado da retração
da produção em doze dos quinze locais pesquisados, destacando:
Amazonas (–7,6%), Paraná (–10,7%), Rio Grande do Sul
(–9,8%), Minas Gerais (–5,0%), Pernambuco (–0,8%), Santa
Catarina (–4,7%) e Região Nordeste (–3,0%), São
Paulo (–6,3%) e Rio de Janeiro (–6,0%).
No primeiro semestre
deste ano frente igual período de 2013, o recuo da produção
foi observado em dez dos quinze locais pesquisados, com cinco recuando
com intensidade superior à da média da indústria
(–2,6%): São Paulo (–5,0%), Bahia (–4,5%), Paraná
(–4,3%), Rio de Janeiro (–3,9%) e Rio Grande do Sul (–3,9%).
Espírito Santo (–2,0%), Santa Catarina (–1,7%), Ceará
(–1,5%), Minas Gerais (–0,9%) e Região Nordeste (–0,1%)
completaram o conjunto de locais com resultados negativos no fechamento
do primeiro semestre de 2014. Por outro lado, Pará (14,4%), Pernambuco
(3,7%), Amazonas (1,0%), Goiás (0,8%) e Mato Grosso (0,4%) assinalaram
as taxas positivas no índice acumulado do ano.
A taxa acumulada em
doze meses encerrados em junho apresentou queda de 0,6%. Em termos regionais,
dez dos quinze locais pesquisados apontaram taxas positivas em junho desse
ano. Destacaram-se: Rio Grande do Sul (2,4%), Ceará (4,7%), Amazonas
(4,8%), Região Nordeste (1,0%) e Pará (9,1%). No entanto,
nota-se uma perda generalizada de perda de dinâmica na evolução
da produção de quase todos os locais contemplados pela pesquisa
do IBGE.
|
|