6 de agosto de 2014

Indústria Regional
Convergindo para resultados piores


   

 
Há exceções, mas a indústria regional brasileira vai convergindo para resultados mais desfavoráveis mês após mês, como mostram os números divulgados hoje pelo IBGE. Em junho, a indústria passou por um de seus piores momentos: a produção industrial recuou em onze dos catorze locais pesquisados pelo IBGE em todo o País – ao se considerar junho com relação a maio, na série com ajuste sazonal.

E as quedas de produção em junho foram, de modo geral, elevadas e, em alguns casos, elevadíssimas. A explicação está, em parte, nos dias não trabalhados por ocasião dos jogos da Copa. Mas, como esta Análise já salientou em edição anterior, contribuíram também fatores como estoques acumulados, menor confiança de empresários e de consumidores e dificuldades de a indústria nacional competir com seus produtos seja no mercado doméstico seja nos mercados internacionais de bens manufaturados.

Na passagem de maio para junho (na série com ajuste sazonal), nos estados do Norte, a produção caiu 2,0% no Pará e 9,3% no Amazonas. No Nordeste, a atividade produtiva industrial recuou 4,4%, com queda expressiva no estado de Pernambuco (–7,4%). No Sul, o movimento de retração também se fez presente: –7,5% no Paraná, –4,0% em Santa Catarina e –2,3% no Rio Grande do Sul.

Nos estados do Sudeste, a produção industrial caiu 1,7% em Minas e 1,0% em São Paulo, mas apresentou aumentos de 5,4% e 3,5%, respectivamente, no Rio de Janeiro e Espírito Santo. Vale notar que, neste último estado, o crescimento se deve a uma recuperação de suas indústrias extrativas e da metalurgia, as quais não tiveram bons resultados em 2013; no Rio de Janeiro, o aumento de 5,4% de junho não recuperou as quedas de 0,1%, 5,4% e 1,6% registradas, nessa ordem, em março, abril e maio deste ano.

A convergência para resultados piores pode ser observada na evolução da produção industrial por trimestre. Considerando o quarto trimestre de 2013 e os dois primeiros trimestres deste ano (na comparação com o respectivo trimestre do ano imediatamente anterior), tem-se o seguinte cenário da produção industrial regional:

  • São Paulo: –1,2%, –3,6% e –6,3%, respectivamente, no quarto trimestre de 2013 e no primeiro e segundo trimestres deste ano;
     
  • Rio de Janeiro: –2,2%, –2,0% e –6,0% (de agora em diante, sempre na mesma ordem: quarto trimestre de 2013 e primeiro e segundo trimestres deste ano);
     
  • Minas Gerais: –3,3%, +3,7% e –5,0%;
     
  • Rio Grande do Sul: +7,2%, +3,2% e –9,8%;
     
  • Bahia: –0,9%, –2,1% e –6,9%;
     
  • Ceará: +8,5%, +0,9% e –3,8%;
     
  • Amazonas: +6,5%, +9,9% e –7,6%.
      

 
Na passagem de maio para junho, na série com ajuste sazonal, a produção industrial recuou em 11 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE, com destaque para as quedas nos estados do Amazonas (–9,3%), Paraná (–7,5%), Pernambuco (–7,4%) e Ceará (–5,4%). Completam o quadro os recuos na produção na Região Nordeste (–4,4%), em Santa Catarina (–4,0%), no Rio Grande do Sul (–2,3%), no Pará (–2,0%), em Minas Gerais (–1,7%), na Bahia (–1,1%) e em São Paulo (–1,0%). Por outro lado, as taxas positivas foram registradas nas indústrias do Rio de Janeiro (5,4%), Espírito Santo (3,5%) e Goiás (0,4%).

Na comparação com igual mês do ano anterior, a produção do setor industrial nacional recuou 6,9% em junho de 2014, com queda generalizada nas diferentes localidades do País. Os recuos mais intensos foram registrados por Amazonas (–16,1%), Paraná (–14,0%), Bahia (–12,1%) e Rio Grande do Sul (–11,9%). Quedas expressivas da produção também foram registradas na Região Nordeste (–8,3%), em Santa Catarina (–7,5%), Pernambuco (–7,3%), no Mato Grosso (–7,1%), em São Paulo (–6,5%), Minas Gerais (–6,1%) e no Rio de Janeiro (–2,1%). Por outro lado, a produção cresceu no Pará (6,7%) Espírito Santo (4,1%) e Goiás (3,3%) nessa comparação.

No segundo trimestre deste ano, relativamente a igual período de 2013, a produção da indústria brasileira caiu 5,4%, resultado da retração da produção em doze dos quinze locais pesquisados, destacando: Amazonas (–7,6%), Paraná (–10,7%), Rio Grande do Sul (–9,8%), Minas Gerais (–5,0%), Pernambuco (–0,8%), Santa Catarina (–4,7%) e Região Nordeste (–3,0%), São Paulo (–6,3%) e Rio de Janeiro (–6,0%).

 

 
No primeiro semestre deste ano frente igual período de 2013, o recuo da produção foi observado em dez dos quinze locais pesquisados, com cinco recuando com intensidade superior à da média da indústria (–2,6%): São Paulo (–5,0%), Bahia (–4,5%), Paraná (–4,3%), Rio de Janeiro (–3,9%) e Rio Grande do Sul (–3,9%). Espírito Santo (–2,0%), Santa Catarina (–1,7%), Ceará (–1,5%), Minas Gerais (–0,9%) e Região Nordeste (–0,1%) completaram o conjunto de locais com resultados negativos no fechamento do primeiro semestre de 2014. Por outro lado, Pará (14,4%), Pernambuco (3,7%), Amazonas (1,0%), Goiás (0,8%) e Mato Grosso (0,4%) assinalaram as taxas positivas no índice acumulado do ano.

A taxa acumulada em doze meses encerrados em junho apresentou queda de 0,6%. Em termos regionais, dez dos quinze locais pesquisados apontaram taxas positivas em junho desse ano. Destacaram-se: Rio Grande do Sul (2,4%), Ceará (4,7%), Amazonas (4,8%), Região Nordeste (1,0%) e Pará (9,1%). No entanto, nota-se uma perda generalizada de perda de dinâmica na evolução da produção de quase todos os locais contemplados pela pesquisa do IBGE.

 

 

 

 

 

 

 

 

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