11 de julho de 2014

Emprego Industrial
2014: mais um ano de crise


   

 
Em maio, emprego industrial cai 0,7% e número de horas pagas na indústria recua 0,8% – ambas as taxas com relação a abril, considerados os ajustes sazonais. Seja do ponto de vista regional, seja do setorial, observa-se que, neste ano, o desempenho do emprego está, em geral, piorando.

Em São Paulo – principal parque industrial do País – e em ramos mais tradicionais da indústria nacional – que são mais intensivos em mão de obra – o emprego apresenta resultados mais negativos nos primeiros cinco meses deste ano do que nos dois anos anteriores. Nesse passo, com exceção de 2009, quando os efeitos da crise internacional se fizeram mais presentes, 2014 será o ano mais adverso para a o emprego industrial na série histórica do IBGE, iniciada em 2002.

Na indústria em geral, o emprego caiu, vale lembrar, 1,4% em 2012 e 1,1% em 2013. No acumulado janeiro-maio deste ano, a retração da taxa de variação do número de ocupados na indústria nacional é mais acentuada, de –2,2% – todas as taxas com relação a igual período do ano anterior.

Em termos regionais, no Nordeste, o emprego recuou 2,7% em 2012, 4,5% em 2013 e 0,8% no acumulado janeiro-maio de 2014. No Sudeste e no Sul, a situação se agravou muito nos cinco primeiros meses deste ano com relação aos dois últimos anos: –1,7%, –0,9% e –2,7%, respectivamente, em 2012, em 2013 e no acumulado janeiro-maio de 2014 no Sudeste e –0,3%, –0,5% e –2,5% no Sul, na mesma ordem. No Norte e Centro-oeste, a situação do emprego está estagnada: –0,2% em 2012, 0,5% em 2013 e 0,1% no acumulado deste ano até maio.

O destaque negativo no Nordeste fica com o emprego na Bahia, cujas taxas de variação foram de –2,7% em 2012, –5,6% em 2013 e –2,1% no acumulado janeiro-maio de 2014. No Sudeste, destaca-se o mercado de trabalho em São Paulo, com taxas de emprego negativas iguais a –2,6%, –0,9% e –3,3%, na mesma ordem. No Sul, as quedas mais intensas do emprego aparecem no Rio Grande do Sul: –1,9%, –2,2% e –4,0%, respectivamente, em 2012, 2013 e no acumulado dos cinco primeiros meses deste ano.

Esse quadro negativo do número de ocupados também pode ser visto em diferentes ramos da indústria nacional, o que indica que a crise do emprego é generalizada. Destacam-se as evoluções negativas em segmentos tradicionais da economia brasileira, como o Têxtil (–5,9%, –3,7% e –4,9%, respectivamente, em 2012, 2013 e no acumulado dos cinco primeiros meses deste ano), o de Vestuário (–8,9%, –2,7% e –1,8%, de agora em diante, sempre na ordem 2012, 2013 e no acumulado dos cinco primeiros meses deste ano), o de Calçados e couro (–6,2%, –5,3% e –7,7%) e o de Madeira (–8,0%, –4,9% e –1,4%).

Nos segmentos da indústria de base e de bens de capital, podem ser destacados: Coque, refino de petróleo, combustíveis nucleares e álcool (–1,5%, –4,0% e –8,2%, uma vez mais, sempre na ordem 2012, 2013 e no acumulado dos cinco primeiros meses deste ano Metalurgia básica (–3,6%, –0,0% e –2,1%), Máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos, de precisão e de comunicações (–0,7%, –2,8% e –6,3%) e Fabricação de meios de transporte (–1,5%, 0,1% e –2,8%).
  

 
Na passagem de abril para maio na série livre de efeitos sazonais, o pessoal ocupado assalariado na indústria apresentou queda de 0,7%, reflexo da desaceleração da produção industrial. Na relação mês/ mesmo mês de 2013, o emprego industrial assinalou recuo de 2,6%. No acumulado nos primeiros cinco meses de 2014 houve uma variação acumulada de –2,2%. A variação acumulada nos últimos 12 meses foi de –1,7%.

Em termos regionais, na comparação mensal (mês/mesmo mês do ano anterior), houve redução em 13 dos 14 locais pesquisados. O principal impacto negativo foi observado em São Paulo (–3,7%), seguido por Rio Grande do Sul (–3,8%), Paraná (–4,0%) e Minas Gerais (–2,1%). Por outro lado, Pernambuco (0,3%) apontou a única contribuição positiva sobre o emprego industrial. No índice acumulado nos cinco primeiros meses de 2014 o emprego industrial permaneceu em queda (–2,6%), com taxas negativas em 11 dos 14 locais. São Paulo (–3,3%) apontou o principal impacto negativo no total da indústria, seguido pelo Rio Grande do Sul (–4,0%), Paraná (–3,2%), Minas Gerais (–1,7%), Região Nordeste (–0,8%) e Rio de Janeiro (–1,5%). Por outro lado, Pernambuco (2,1%) e a Região Norte e Centro–Oeste (0,1%) exerceram as pressões positivas.

Setorialmente, 15 dos 18 setores observaram redução no pessoal ocupado no setor industrial, com destaque para as contribuições negativas vindas de produtos de metal (–7,4%), calçados e couro (–7,9%), meios de transporte (–4,3%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–6,1%), máquinas e equipamentos (–4,3%), produtos têxteis (–5,6%) e refino de petróleo e produção de álcool (–9,4%). Por outro lado, os impactos positivos foram observados nos setores de minerais não–metálicos (1,9%) e de produtos químicos (1,6%).

No acumulado no ano, frente igual período de 2013, produtos de metal (–6,7%), máquinas e equipamentos (–4,9%), calçados e couro (–7,7%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–6,3%), meios de transporte (–2,8%), produtos têxteis (–4,9%) e refino de petróleo e produção de álcool (–8,2%) foram as contribuições negativas. Em sentido contrário, os principais impactos positivos foram registrados por alimentos e bebidas (1,1%) e produtos químicos (2,0%).

 

 
Folha de Pagamento Real. A folha de pagamento real da indústria brasileira apresentou, na relação maio/abril, já livre dos efeitos sazonais, uma variação positiva de 1,9%. Frente maio de 2013, verificou–se um expansão de 1,4%, impulsionada por São Paulo (0,8%), Rio de Janeiro (4,2%), Minas Gerais (2,9%), Região Nordeste (2,4%) e Espírito Santo (12,1%). No ano, a folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria assinalou crescimento de 1,7%, e nos últimos 12 meses, um avanço de 0,9%.

Número de Horas Pagas. Na passagem de abril para maio, com dados dessazonalizados, houve queda de 0,8% no total de horas pagas na indústria. Frente a igual mês de 2013 verificou–se decréscimo de 3,3%. No acumulado do ano, o recuo de 2,7% das horas pagas na indústria deveu–se as pressões negativas em 14 dos 18 setores pesquisados e 12 dos 14 locais, com destaque para o recuo de 4,0% registrado por São Paulo. Por sua vez, a variação acumulada nos últimos 12 meses foi de –2,0%.

 

 

 

 

 

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