2 de julho de 2014

Indústria
Efeitos positivos da Copa diluídos na crise


  

 
Com os números de maio divulgados pelo IBGE, o quadro da indústria nacional se agravou. O quinto mês deste ano foi negativo para a indústria em geral e para a maioria de seus segmentos. A crise nos setores mais dinâmicos (de bens de capital e de duráveis) se aprofundou. No setor de bens intermediários – de maior peso e que pode ser considerado o termômetro da indústria nacional –, a produção reverteu seu comportamento do início deste ano, quando dava sinais, ainda que tímidos, de uma possível recuperação. O momento da indústria é tão adverso que os efeitos positivos diretos da Copa sobre a produção não aparecem nos resultados gerais, ou ainda, o crescimento excepcional de 35,4% da produção do segmento da linha marrom no período janeiro-maio deste ano foi totalmente diluído pelo encolhimento da produção de muitos outros segmentos. Vejamos.

A produção industrial brasileira recuou 0,6% em maio com relação a abril, já considerados os ajustes sazonais. Esse resultado negativo – o terceiro consecutivo – refletiu um movimento generalizado de queda da produção nos mais diferentes segmentos da indústria nacional: em três dos quatro grandes setores e em quinze de seus vinte e quatro ramos pesquisados pelo IBGE.

Entre os grandes setores, a produção de bens de consumo duráveis assinalou a queda mais forte em maio, de 3,6%, seguida pelos recuos na produção de bens de capital (–2,6%) e de bens intermediários (–0,9%) – a produção do setor de bens de consumo semi e não-duráveis foi a única que avançou (1,0%) em maio frente a abril.

Já, entre os ramos industriais, as principais influências negativas vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (–3,8%), veículos automotores, reboques e carrocerias (–3,9%), metalurgia (–4,0%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (–5,0%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–2,1%), móveis (–4,4%) e produtos de borracha e de material plástico (–1,4%).

Com desempenhos negativos ou fracos mês a mês, a atividade produtiva da indústria brasileira acumulou queda de 1,6% nos primeiros cinco meses de 2014, comparado com igual período do ano passado. Em quatro dos cinco grandes setores industriais a produção caiu no acumulado janeiro-maio. Destacam-se as acentuadas quedas na produção dos setores de bens de capital (–5,8%) – em consequência, sobretudo, da redução na fabricação de bens de capital para equipamentos de transporte (–11,8%) – e de bens de consumo duráveis (–3,2%).

Ainda no acumulado janeiro-maio, a produção de bens intermediários recuou 1,8% e, na contramão desses resultados, a produção de bens de consumo semi e não-duráveis cresceu 1,0%, decorrente, em grande medida, do avanço da produção de medicamentos e de gasolina automotiva e álcool etílico.
 

 
Segundo dados do IBGE, a produção da indústria brasileira recuou 0,6% em maio comparativamente ao mês anterior, na série com dados dessazonalizados, a terceira queda consecutiva. Na comparação com maio de 2013, houve recuo da produção industrial em 3,2%. No acumulado de 2014, a indústria brasileira assinalou retração de 1,6%, enquanto no acumulado dos últimos 12 meses frente a igual período imediatamente anterior, a produção industrial mostrou pequeno avanço de 0,2%.

Dentre as categorias de uso, na comparação com abril, a produção de bens de consumo duráveis recuou 3,6%, a queda mais acentuada do mês de maio de 2014. A produçãop do setor de bens de capital também mostrou recuo (–2,6%) mais intenso que o total da indústria (–0,6%). A produção do setor produtor de bens intermediários teve queda de 0,9%, enquanto os bens de consumo semi e não–duráveis (1,0%) foi o único que registrou avanço na produção nesse mês.

No confronto com igual mês do ano anterior, bens de consumo duráveis (–11,2%) e bens de capital (–9,7%) assinalaram os recuos mais acentuados entre as categorias de uso. O segmento de bens intermediários (–2,8%) também teve resultado negativo, mas em intensidade menor do que a média nacional (–3,2%), enquanto o setor produtor de bens de consumo semi e não–duráveis foi o único resultado positivo (0,8%).

No acumulado dos cinco primeiros meses de 2014, o setor de bens de capital (–5,8%) apresentou menor dinamismo, devido a redução na fabricação de bens de capital para equipamentos de transporte (–11,8%). Os segmentos de bens de consumo duráveis (–3,2%) e de bens intermediários (–1,8%) também assinalaram resultados negativos. Os bens de consumo semi e não–duráveis (1,0%) apresentaram a única taxa positiva.

 

 
Entre os ramos da indústria nacional, na comparação maio-abril deste ano (com dados dessazonalizados), a produção caiu em 15 dos 24 ramos pesquisados pelo IBGE. As principais influências negativas foram: produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (–3,8%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (–3,9%). Outras contribuições negativas importantes vieram da metalurgia (–4,0%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (–5,0%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–2,1%), móveis (–4,4%) e produtos de borracha e de material plástico (–1,4%). Entre as contribuições positivas, os principais destaques foram: indústrias extrativas (1,4%), produtos alimentícios (1,0%) e produtos do fumo (18,5%).

Frente a maio de 2013, a produção industrial recuou 3,2% em maio deste ano, com retração em 18 das 26 atividades pesquisadas. Veículos automotores, reboques e carrocerias (–20,1%) exerceu a maior influência negativa, seguido por metalurgia (–10,5%), produtos de metal (–9,5%), outros produtos químicos (–5,7%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (–2,4%), máquinas e equipamentos (–3,1%), impressão e reprodução de gravações (–13,4%) e produtos de borracha e de material plástico (–3,6%). Entre as atividades que aumentaram a produção, os principais impactos foram: indústrias extrativas (7,6%), produtos alimentícios (2,1%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (7,8%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,1%).

No acumulado deste ano até maio, a produção da indústria caiu 0,6%, com retração em 17 dos 26 ramos investigados. Os principais impactos negativos foram veículos automotores, reboques e carrocerias (–12,5%), seguidos de produtos de metal (–8,8%), de outros produtos químicos (–3,7%), de metalurgia (–3,4%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–6,4%) e de máquinas e equipamentos (–2,7%). Entre as atividades que ampliaram a produção, as principais influências foram em indústrias extrativas (4,7%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (14,7%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,9%).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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