|
|
Os números da indústria brasileira no primeiro quadrimestre
deste ano com relação a igual período de
2013 são os seguintes:
-
Produção
com queda de 1,2%;
-
Número de pessoas ocupadas (emprego industrial) com retração
de 2,0%;
-
Total do número de horas pagas com decréscimo
de 2,5%.
Ou seja, indústria
em crise, sobretudo no seu mercado de trabalho. Vale lembrar que,
em 2012 e 2013, anos em que o desempenho do emprego industrial
foi negativo, o primeiro quadrimestre não foi tão
ruim como o registrado no primeiro quadrimestre deste ano –
o número de pessoas ocupadas recuou 0,9% no acumulado dos
primeiros quatro meses daqueles anos e, como supracitado, caiu
2,0% no mesmo acumulado deste ano.
Outros dois
números do mercado de trabalho da indústria referentes
ao primeiro quadrimestre deste ano merecem destaques:
-
Folha de pagamento real com crescimento de 1,8%;
-
Folha de pagamento real per capita com aumento de 3,9%.
Ao se juntar
esses números do IBGE, pode-se calcular a produtividade
do trabalho e o custo unitário do trabalho no mercado de
trabalho da indústria nacional. A produtividade cresceu
1,3% e o custo unitário 2,4% no primeiro quadrimestre deste
ano. Deixando de lado que esse crescimento da produtividade decorreu
da maior retração nas horas pagas do que na produção
(o que, portanto, não reflete um processo vigoroso da indústria,
muito pelo contrário), o fato de o custo do trabalho crescer
mais do que a produtividade implica que as margens de lucro das
empresas da indústria brasileira estão se reduzindo
neste ano.
E esse desempenho
bastante adverso do mercado de trabalho da indústria é
generalizado. Em termos regionais, observa-se que, no acumulado
janeiro-abril frente o mesmo período de 2013, em onze dos
catorze locais pesquisados pelo IBGE houve queda da ocupação
industrial, com destaque para o recuo do emprego em São
Paulo (–3,1%), no Rio Grande do Sul (–4,1%), no Paraná
(–3,0%), em Minas Gerais (–1,6%) e na região
Nordeste (–0,7%). Setorialmente, ainda no mesmo acumulado,
foram registradas taxas negativas em catorze de dezoito setores
investigados. As principais contribuições negativas
vieram de coque, refino de petróleo e produção
de álcool (–10,4%), calçados e couro (–8,5%),
produtos de metal (–7,3%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (–7,0%) e fumo (–6,9%).
|
Em abril, o total dos ocupados na indústria geral assinalou variação
de –0,3% em relação ao mês anterior, a partir
de dados livres dos efeitos sazonais. No confronto entre abril 2014 e
abril 2013, verificou–se queda dos ocupados assalariados em 2,2%,
a trigésima primeira variação negativa consecutiva.
No acumulado em 2014 a variação foi negativa na ordem de
2,0%. Nos últimos 12 meses, a ocupação na indústria
total decresceu 1,5%.
Regionalmente, na
comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve
decréscimo do pessoal assalariado ocupado na indústria em
onze dos quatorze locais pesquisados. O principal impacto negativo ocorreu
em São Paulo (–3,3%). Queda importante também foi
verificada em Rio Grande do Sul (–4,6%), Paraná (–3,7%)
e Minas Gerais (–2,2%). As contribuições positivas
ficaram a cargo de Pernambuco (4,4%) e Região Nordeste (0,3%).
No acumulado do ano (jan–abr), frente o mesmo período de
2013, 11 dos 14 locais apresentaram queda da ocupação industrial,
com destaque para o recuo de São Paulo (–3,1%). Rio Grande
do Sul (–4,1%), Paraná (–3,0%), Minas Gerais (–1,6%)
e região Nordeste (–0,7%) foram as outras grandes contribuições
negativas para o índice. A região Norte e Centro–Oeste
(0,3%) e Pernambuco (2,6%) exerceram as pressões positivas mais
importantes
Em termos setoriais,
no mês de abril frente ao mesmo mês de 2013, o total do pessoal
ocupado assalariado recuou em 14 dos 18 ramos pesquisados, com destaque
para as pressões negativas vindas de coque, refino de petróleo
e produção de álcool (–7,9%), calçados
e couro (–7,6%), produtos de metal (–6,5%) e máquinas
e equipamentos (–6,3%). O principal impacto positivo veio de produtos
químicos (2,1%), de alimentos e bebidas (1,4%), borracha e plástico
(0,9%) e minerais não–metálicos (0,7%). No acumulado
do primeiro quadrimestre de 2014, as contribuições negativas
vieram de coque, refino de petróleo e produção de
álcool (–10,4%), calçados e couro (–8,5%), produtos
de metal (–7,3%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (–7,0%) e fumo (–6,9%). Os
principais impactos positivos foram em minerais não–metálicos
(1,8%), produtos químicos (1,7%) e de alimentos e bebidas (1,2%).
Número
de Horas Pagas. O
número de horas pagas na indústria, na passagem de março
para abril, apresentou resultado positivo (0,1%) após registrar
queda de 0,3% em março, em comparação feita a partir
de dados livres de efeitos sazonais. Frente a abril de 2013, o número
de horas pagas recuou 3,1%. No índice acumulado nos primeiros quatro
meses de 2014, o número de horas pagas na indústria assinalou
queda de 2,5%.
Folha de Pagamento
Real. Na passagem entre março e abril de 2014 (com ajuste
sazonal), a folha de pagamento real registrou alta de 0,7%, após
queda de 2,1%. O indicador mensal (mês/mesmo mês do ano anterior)
assinalou acréscimo de 0,9%, 4ª taxa positiva consecutiva
nesse tipo de comparação. No acumulado do ano, houve alta
de 1,8% e no acumulado dos últimos 12 meses, 1,2%.
|
|