6 de junho de 2014

Indústria Regional
Desaceleração da produção


   

 
Na passagem de março para abril, a produção industrial continuou a mostrar diferentes dinâmicas nos estados e regiões do Brasil. Dos catorze locais pesquisados pelo IBGE, as atividades industriais avançaram em sete e, nos outros sete, elas recuaram. Se para a média brasileira, a produção caiu 0,3%, apresentou resultados positivos em São Paulo (1,7%) e no Espírito Santo (4,7%) e queda em Minas Gerais (–1,8%) e no Rio de Janeiro (–4,2%). Notar que a expansão em São Paulo reduz um pouco o alcance negativo do resultado agregado da indústria do país.

Nas indústrias do Sul, a produção recuou nos três estados: –0,4% no Paraná, –1,6% em Santa Catarina e –3,0% no Rio Grande do Sul. No Nordeste e no Norte, também foram observados desempenhos em sentidos contrários. Nos estados representantes do Nordeste, a produção cresceu na Bahia (0,9%) e no Ceará (0,6%) e caiu em Pernambuco (–1,8%). No Norte, ela avançou no Pará (0,8%) e caiu no Amazonas (–1,6%) – todas as taxas acima calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal.

O fato é que a produção industrial tem oscilado muito nos diferentes estados brasileiros nesses quatro primeiros meses deste ano, assim como vem ocorrendo desde 2012. Chama a atenção a evolução da produção da indústria mineira, a qual, após o forte crescimento de 7,3% em janeiro, acumula três resultados negativos consecutivos nos meses de fevereiro (–1,0%), março (–0,3%) e, como supracitado, abril (–1,8%) – decorrente, em grande medida, da menor produção dos setores de Veículos automotores, reboques e carrocerias, Fabricação de produtos de metal e Fabricação de produtos têxteis.

Também se destacam – de modo preocupante – as indústrias fluminense e gaúcha, as quais amargaram dois resultados negativos consecutivos nos meses de março e abril. No Rio de Janeiro, a produção caiu 1,1% em março e 4,2% em abril; no Rio Grande do Sul, as taxas foram, respectivamente, –3,5% e –3,0%.

Em geral, o que se observa é uma desaceleração da produção industrial regional. Ao se tomar a taxa de evolução da produção industrial no acumulado de doze meses, nota-se uma perda de ritmo de crescimento em treze dos quinze locais pesquisados pelo IBGE na passagem de março para abril. As principais perdas foram registradas por Rio Grande do Sul (de 7,7% para 5,4%), Paraná (de 4,5% para 2,4%), Ceará (de 9,5% para 7,6%) e São Paulo (de 1,7% para 0,0%).

Mas elas também ocorreram no Amazonas (de 8,5% para 7,2%), na Região Nordeste (de 3,4% para 2,6%), em Pernambuco (de 4,0% para 3,9%), na Bahia (de 4,2% para 3,0%), em Minas (de 1,0% para 0,3%), no Espírito Santo (de –3,7% para –4,0%), no Rio de Janeiro (de –1,3% para –1,8%), em Santa Catarina (de 2,9% para 1,5%) e em Goiás (de 3,4% para 2,4%). O resultado final é que a taxa de crescimento anualizada da produção da indústria brasileira como um todo recuou fortemente de 2,1% em março para 0,8% em abril.
  

 
De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal – Regional do IBGE, entre março e abril a produção industrial, com ajuste sazonal, caiu em sete dos catorze locais pesquisados. As maiores quedas ficaram por conta dos estados de Rio de Janeiro (–4,2%), Rio Grande do Sul (–3,0%), Minas Gerais (–1,8%), Pernambuco (–1,8%), Santa Catarina (–1,6%) e Amazonas (–1,6%). As maiores contribuições positivas, por sua vez, ocorreram no Espírito Santo (4,7%), Goiás (4,1%) e São Paulo (1,7%).

Na base de comparação mês contra mesmo mês do ano anterior, apenas 4 dos 15 locais pesquisados assinalaram crescimento da produção industrial: Pará (36,3%), Mato Grosso (11,6%), Pernambuco (3,3%) e Nordeste (0,8%). As maiores quedas foram verificadas em Paraná (–11,8%, devido ao desempenho de veículos automotores, reboques e carrocerias, produtos alimentícios e máquinas e equipamentos), Rio Grande do Sul (–10,3%, em função do desempenho de outros produtos químicos, produtos do fumo, couros, artigos para viagem e calçados, máquinas e equipamentos e bebidas), São Paulo (–8,3%, sob influência de veículos automotores, reboques e carrocerias e máquinas e equipamentos), Rio de Janeiro (–6,5%) e Santa Catarina (–6,3%).

 

 
A produção industrial acumulada entre janeiro e abril de 2014 apresentou crescimento em 7 das 15 localidades. As ampliações mais significativas no desempenho regional foram registradas pelos estados do Pará (13,0%), Mato Grosso (8,2%), Amazonas (7,3%), Pernambuco (7,2%), Nordeste (2,0%), Minas Gerais (1,6%) e Santa Catarina (0,1%). As maiores quedas ficaram a cargo de São Paulo (–4,6%), Espírito Santo (–4,1%), Rio de Janeiro (–3,1%), Bahia (–1,6%) e Goiás (–1,4%).

O desempenho negativo nesses estados foi condicionado pela redução na fabricação de bens de capital (em especial aqueles voltados para equipamentos de transportes – caminhão–trator para reboques e semirreboques, caminhões e veículos para transporte de mercadorias), bens intermediários (autopeças, produtos têxteis, produtos siderúrgicos, produtos de metal, petroquímicos básicos, resinas termoplásticas e defensivos agrícolas) e bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos da “linha branca” e móveis).

 

 

 

 

 

 

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