13 de maio de 2014

Emprego Industrial
Primeiro trimestre pior do que o de 2013


   

 
Sem esboçar uma reação mais consistente de sua produção e com emprego em crise, a indústria brasileira inicia este ano com resultados piores do que os de 2013 – o qual, como se sabe, não foi nada favorável para esse setor.

No primeiro trimestre do ano passado, a produção industrial avançou 1,0% e, neste primeiro trimestre, cresceu apenas 0,4%. O emprego industrial, por sua vez, já amargava uma queda de 1,0% no acumulado dos três primeiros meses de 2013 e passou a recuar mais ainda no primeiro trimestre deste ano (–2,0%).

Os índices do IBGE mostram também que o encolhimento do número das horas pagas na indústria nos últimos anos tem levado a aumentos da produtividade do trabalho no setor. No primeiro trimestre deste ano, essa produtividade aumentou 2,7%. No entanto, parece que esses avanços estão perdendo fôlego e, como esta Análise vem assinalando, obter ganhos de produtividade em decorrência sobretudo da redução de horas pagas – já que o crescimento da produção é muito fraco – não é o que se pode chamar de um processo virtuoso da indústria.

A crise no mercado de trabalho da indústria nacional pode ser observada tanto pelo lado regional como do setorial. Regionalmente, no acumulado do primeiro trimestre deste ano, onze dos catorze locais pesquisados pelo IBGE apresentaram queda da ocupação industrial. Os resultados mais negativos foram observados em São Paulo (–3,1%), no Rio Grande do Sul (–3,9%), no Paraná (–2,8%), em Minas Gerais (–1,4%) e na região Nordeste (–1,0%).

Em termos setoriais, ainda no primeiro trimestre, as taxa mais negativas do emprego industrial foram as dos ramos de máquinas e equipamentos (–5,4%), produtos de metal (–6,2%), calçados e couro (–7,3%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–6,1%), produtos têxteis (–4,6%), meios de transporte (–2,1%) e refino de petróleo e produção de álcool (–7,1%).
  

 
Em março, o total dos ocupados na indústria geral assinalou variação de 0,2% em relação ao mês anterior, a partir de dados livres dos efeitos sazonais. No confronto entre março 2014 e março 2013, verificou–se queda dos ocupados assalariados em 1,9%, a trigésima variação negativa consecutiva. No acumulado em 2014 a variação foi negativa na ordem de 2,0%. Nos últimos 12 meses, a ocupação na indústria total decresceu 1,4%.

Regionalmente, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve decréscimo do pessoal assalariado ocupado na indústria em dez dos quatorze locais pesquisados. O principal impacto negativo ocorreu em São Paulo (–2,8%), seguido por Rio Grande do Sul (–4,7%), Paraná (–3,0%) e Minas Gerais (–1,8%). Pernambuco (4,9%) e região Norte e Centro–Oeste (0,7%) apontaram as principais contribuições positivas sobre o emprego industrial em março de 2014.

No acumulado do primeiro trimestre deste ano, frente o mesmo período de 2013, 11 dos 14 locais apresentaram queda da ocupação industrial, com destaque para o recuo de São Paulo (–3,1%). Rio Grande do Sul (–3,9%), Paraná (–2,8%), Minas Gerais (–1,4%) e região Nordeste (–1,0%) foram as outras grandes contribuições negativas para o índice. A região Norte e Centro–Oeste (0,7%) e Pernambuco (2,0%) exerceram as pressões positivas mais importantes.

Em termos setoriais, em março frente ao mesmo mês de 2013, o total do pessoal ocupado assalariado recuou em 14 dos 18 ramos pesquisados, com destaque para as pressões negativas vindas de produtos de metal (–6,3%), máquinas e equipamentos (–5,0%), calçados e couro (–7,6%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–6,4%), meios de transporte (–2,2%), refino de petróleo e produção de álcool (–8,1%) e produtos têxteis (–3,5%). O principal impacto positivo foi no setor de alimentos e bebidas (1,6%).

No acumulado do primeiro trimestre de 2014, as contribuições negativas vieram de máquinas e equipamentos (–5,4%), produtos de metal (–6,2%), calçados e couro (–7,3%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–6,1%), produtos têxteis (–4,6%), meios de transporte (–2,1%) e refino de petróleo e produção de álcool (–7,1%). Os principais impactos positivos foram em alimentos e bebidas (1,5%) e produtos químicos (2,2%).

 

 
Número de Horas Pagas. O número de horas pagas na indústria, na passagem de fevereiro para março, apresentou resultado negativo (–0,3%) após registrar queda de 0,1% em fevereiro, em comparação feita a partir de dados livres de efeitos sazonais. Frente a março de 2013, o número de horas pagas recuou 2,4%. No índice acumulado no 1º trimestre de 2014, o número de horas pagas na indústria assinalou queda de 2,3%

Folha de Pagamento Real. Na passagem entre fevereiro para março de 2014, a folha de pagamento real registrou queda de 2,1%, após avançar 1,5%. O indicador mensal (mês/mesmo mês do ano anterior) assinalou acréscimo de 0,5%, 3ª taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação. No acumulado do ano, houve alta de 2,1% e no acumulado dos últimos 12 meses, 1,4%.

 

 

 

 

 

 

 

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