O emprego industrial continua em crise no Brasil. De acordo com
o IBGE, o número de ocupados na indústria brasileira
ficou estagnado em fevereiro com relação a janeiro
e acumula queda de 2,0% no primeiro bimestre deste ano frente
igual período de 2013.
Nessa comparação
entre bimestres, a ocupação na indústria
recuou em onze dos catorze locais e em treze dos dezoito setores
pesquisados pelo IBGE. Entre os locais, a principal influência
negativa veio de São Paulo (–3,2%). Nas indústrias
do Rio Grande do Sul (–3,7%), Paraná (–2,6%),
da Região Nordeste (–1,5%) e de Minas Gerais (–1,1%),
o emprego também recuou de modo significativo.
Em termos
setoriais, o nível de emprego caiu expressivamente, neste
primeiro bimestre de 2014, nos segmentos de máquinas e
equipamentos
(–5,6%), produtos de metal (–6,1%), calçados
e couro (–7,2%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (–5,6%), produtos têxteis
(–5,3%) e meios de transporte (–2,0%).
É,
portanto, uma crise generalizada. Os maus resultados do número
de horas pagas na indústria, observados ao longo dos últimos
meses e no acumulado do primeiro bimestre (–2,1%), sinalizam
que o mercado de trabalho da indústria não reagirá
nos próximos meses.
Ao se juntar
esse desempenho ruim do emprego e os indicadores relativamente
melhores da produção industrial, observa-se, nos
últimos meses, um avanço significativo da produtividade
do trabalho. No primeiro bimestre deste ano, a produtividade do
trabalho acumula crescimento de 3,5%, uma taxa maior do que a
registrada em 2013, que foi de 2,5%. Ou seja, a indústria
vem obtendo ganhos de produtividade decorrentes, sobretudo, de
fechamentos de postos de trabalho, já que a produção
tem avançado muito pouco. Não é o que se
poderia chamar de um ciclo virtuoso de ganhos de produtividade.
Leia
aqui o texto completo desta Análise.