8 de abril de 2014

Indústria Regional
Indústria no início de 2014:
Reação que ainda não convence


   

 
A fim de capturar alguma tendência nos dados da indústria brasileira, esta Análise tem observado o comportamento da produção industrial segundo sua média móvel trimestral (média de um trimestre contra média do trimestre imediatamente anterior, com ajuste sazonal). O crescimento de 0,1% da produção industrial em fevereiro (nessa série trimestral) reverteu a trajetória negativa anterior e acenou com a possibilidade de uma reação da indústria em geral à crise pela qual vem passando faz alguns anos.

No entanto, os números divulgados hoje pelo IBGE levantam algumas dúvidas sobre se isso realmente está ocorrendo. Os dados regionais mostram que a variação positiva de 0,1% decorreu do aumento da produção industrial no Amazonas (2,2%), em Pernambuco (1,1%), na Região Nordeste (0,8%), na Bahia (0,4%), em Santa Catarina (0,4%) e no Paraná (0,2%). Ou seja, em apenas seis dos catorze locais pesquisados pelo IBGE, a produção foi positiva em fevereiro (todas as taxas segundo a série com média móvel trimestral, com ajuste sazonal).

Portanto, além de não ter um caráter mais generalizado, pode-se notar, entre aqueles locais com variações negativas em fevereiro, a presença dos principais centros industriais do País: São Paulo (–0,6%), Minas Gerais
(–1,1%), Espírito Santo (–2,0%), Rio Grande do Sul (–1,1%), Ceará (–1,0%), Goiás (–0,3%) e Pará (–0,3%). No Rio de Janeiro, a variação da média móvel trimestral foi nula (0,0%) em fevereiro.

No acumulado do primeiro bimestre deste ano, a produção industrial também não convenceu: se ela cresceu em nove locais, incluindo a importante indústria de Minas Gerais (2,5%), ela recuou no maior e mais diversificado parque industrial brasileiro, que é o de São Paulo (–2,4%), e em outro grande centro industrial, que é o do Rio de Janeiro (–2,2%). Esses números relativizam o crescimento de 1,3% da produção industrial no País no acumulado janeiro-fevereiro. Tal crescimento reflete uma provável reação das indústrias dos estados das regiões Norte e Nordeste (cuja produção, no passado recente, recuou bastante), mas não da indústria como um todo e muito menos dos seus principais centros produtivos.

Leia aqui o texto completo desta Análise.