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A fim de capturar alguma tendência nos dados da indústria
brasileira, esta Análise tem observado o comportamento
da produção industrial segundo sua média
móvel trimestral (média de um trimestre contra média
do trimestre imediatamente anterior, com ajuste sazonal). O crescimento
de 0,1% da produção industrial em fevereiro (nessa
série trimestral) reverteu a trajetória negativa
anterior e acenou com a possibilidade de uma reação
da indústria em geral à crise pela qual vem passando
faz alguns anos.
No entanto,
os números divulgados hoje pelo IBGE levantam algumas dúvidas
sobre se isso realmente está ocorrendo. Os dados regionais
mostram que a variação positiva de 0,1% decorreu
do aumento da produção industrial no Amazonas (2,2%),
em Pernambuco (1,1%), na Região Nordeste (0,8%), na Bahia
(0,4%), em Santa Catarina (0,4%) e no Paraná (0,2%). Ou
seja, em apenas seis dos catorze locais pesquisados pelo IBGE,
a produção foi positiva em fevereiro (todas as taxas
segundo a série com média móvel trimestral,
com ajuste sazonal).
Portanto,
além de não ter um caráter mais generalizado,
pode-se notar, entre aqueles locais com variações
negativas em fevereiro, a presença dos principais centros
industriais do País: São Paulo (–0,6%), Minas
Gerais
(–1,1%), Espírito Santo (–2,0%), Rio Grande
do Sul (–1,1%), Ceará (–1,0%), Goiás
(–0,3%) e Pará (–0,3%). No Rio de Janeiro,
a variação da média móvel trimestral
foi nula (0,0%) em fevereiro.
No acumulado
do primeiro bimestre deste ano, a produção industrial
também não convenceu: se ela cresceu em nove locais,
incluindo a importante indústria de Minas Gerais (2,5%),
ela recuou no maior e mais diversificado parque industrial brasileiro,
que é o de São Paulo (–2,4%), e em outro grande
centro industrial, que é o do Rio de Janeiro (–2,2%).
Esses números relativizam o crescimento de 1,3% da produção
industrial no País no acumulado janeiro-fevereiro. Tal
crescimento reflete uma provável reação das
indústrias dos estados das regiões Norte e Nordeste
(cuja produção, no passado recente, recuou bastante),
mas não da indústria como um todo e muito menos
dos seus principais centros produtivos.
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De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal –
Regional do IBGE, na passagem de janeiro para fevereiro a produção
industrial cresceu em sete dos catorze locais pesquisados. As maiores
altas ficaram por conta dos estados do Paraná (18,4%) e o Amazonas
(4,7%). As demais variações positivas ficaram por conta
dos estados do Rio de Janeiro (1,0%), Goiás (0,8%), São
Paulo (0,7%), Rio Grande do Sul (0,5%) e Santa Catarina (0,5%), enquanto
o Pará mostrou variação nula (0,0%). As contribuições
negativas, por sua vez, ocorreram no Espírito Santo (–4,3%),
Pernambuco (–3,9%), Região Nordeste (–1,7%), Ceará
(–1,6%), Minas Gerais (–1,6%) e Bahia (–1,2%).
Na comparação
mês contra mesmo mês do ano anterior, 12 estados assinalaram
crescimento da produção industrial. Cabe citar que fevereiro
desse ano teve dois dias úteis a mais que igual mês do ano
anterior. Os avanços mais elevados foram registrados pelo Paraná
(17,7%) e Amazonas (15,0%), seguidos por Minas Gerais (9,5%), Pernambuco
(7,3%) e Ceará (5,9%). Pará (4,1%), Região Nordeste
(3,6%), Rio Grande do Sul (2,9%), Santa Catarina (1,8%), São Paulo
(0,3%), Rio de Janeiro (0,1%) e Bahia (0,1%) também assinalaram
taxas positivas, porém abaixo da média nacional (5,0%).
Por outro lado, Espírito Santo (–3,6%) e Goiás (–2,6%)
mostraram os resultados negativos.
A produção
industrial acumulada entre janeiro e fevereiro de 2014 apresentou crescimento
em nove das quatorze localidades. As ampliações mais significativas
no desempenho regional foram registradas pelos estados do Pernambuco (8,3%),
Amazonas (6,0%), Região Nordeste (2,9%), Pará (2,7%), Minas
Gerais (2,5%), Paraná (2,3%), Rio Grande do Sul (2,0%), Santa Catarina
(1,1%) e Ceará (0,8%). Por outro lado, São Paulo (–2,4%),
Rio de Janeiro (–2,2%), Espírito Santo (–2,2%), Goiás
(–0,8%) e Bahia (–0,1%) fora os estados a registrar recuo.
Paraná. Em fevereiro, frente janeiro, com dados
já descontados dos efeitos sazonais, a produção industrial
paranaense apresentou avanço de 18,4%. No confronto com fevereiro
de 2013, constatou–se crescimento de 17,7%, taxa influenciada pelos
setores: veículos automotores (59,6%), edição, impressão
e reprodução de gravações (66,4%), de máquinas
e equipamentos (13,4%), de refino de petróleo e produção
de álcool (10,1%), de produtos de metal (15,2%), de madeira (4,6%)
e de minerais não–metálicos (4,5%). Em sentido oposto,
setores de alimentos (–4,8%) e de outros produtos químicos
(–19,6%) exerceram as influências negativas mais importantes.
No acumulado de 2014 até fevereiro, a produção industrial
do estado cresceu 2,3%, sendo que o principal impacto positivo foi observado
no setor de veículos automotores (34,5%), seguido por máquinas
e equipamentos (9,0%), produtos de metal (12,9%) e madeira (6,8%).
São
Paulo. A partir de dados livres de efeitos sazonais, observa–se
que a indústria paulista, na passagem de janeiro para fevereiro,
registrou crescimento de 0,7%. Na comparação fevereiro de
2014 contra igual mês de 2013, houve avanço de 0,3%, taxa
influenciada pelos setores: outros equipamentos de transporte (15,1%),
de máquinas e equipamentos (6,9%), de material eletrônico,
aparelhos e equipamentos de comunicações (21,5%) e de veículos
automotores (3,1%), máquinas para escritório e equipamentos
de informática (16,2%), da indústria farmacêutica
(1,6%) e de bebidas (4,7%). Em sentido oposto, os setores de edição,
impressão e reprodução de gravações
(–12,1%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos
(–8,1%), de refino de petróleo e produção de
álcool (–5,4%), de produtos de metal (–7,3%) e de outros
produtos químicos (–4,7%). Na comparação acumulada
no ano, o estado registrou queda de 2,4%, taxa impulsionada pelos setores
de: veículos automotores (–7,7%), pressionado, refino de
petróleo e produção de álcool (–10,1%),
outros produtos químicos (–6,7%), edição, impressão
e reprodução de gravações (–10,6%),
produtos de metal (–8,5%) e máquinas, aparelhos e materiais
elétricos (–7,8%).
Amazonas.
Em fevereiro, a indústria baiana apresentou o segundo
maior avanço dentre os estados pesquisados, (4,7%), com dados livres
de efeitos sazonais. Na comparação mensal (mês/ mesmo
mês do ano anterior), o estado registrou avanço de 15,0%,
taxa impulsionada pelo setores de: material eletrônico, aparelhos
e equipamentos de comunicações (47,5%), alimentos e bebidas
(16,9%), equipamentos de instrumentação médico–hospitalar,
ópticos e outros (24,7%), outros equipamentos de transporte (10,0%),
borracha e plástico (41,3%) e máquinas e equipamentos (8,8%).
A produção industrial no período entre janeiro e
fevereiro de 2014 foi de 6,0%, graças ao desempenho da indústria
de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações
(32,4%), outros equipamentos de transporte (15,1%) e de borracha e plástico
(47,4%), enquanto o setor de edição, impressão e
reprodução de gravações (–50,9%) exerceu
o principal impacto negativo.
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