2 de abril de 2014

Indústria
Sinais de tímidos recuperação que
podem vir de bens intermediários


  

 
Após crescimento de 3,8% em janeiro, a produção industrial brasileira cresceu 0,4% em fevereiro, de acordo com números da série com ajuste sazonal do IBGE. Com esse resultado, a atividade produtiva da indústria avançou 1,3% no primeiro bimestre deste ano frente igual período de 2013. A média móvel trimestral, que era negativa até janeiro, passou a ser ligeiramente positiva em fevereiro, de 0,1%.

A indústria nacional conseguiu, assim, recuperar a forte queda ocorrida no final do ano passado. Ainda são sinais tímidos, mas, como cabe observar, no segundo mês deste ano, houve um movimento generalizado de expansão da produção nos mais diferentes segmentos da indústria. Em dezenove dos vinte e sete ramos industriais pesquisados pelo IBGE, a produção aumentou em fevereiro ante janeiro.

Vale destacar os aumentos da produção dos ramos de veículos automotores (7,0%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (17,6%), bebidas (5,1%), alimentos (1,4%), borracha e plástico (4,2%), metalurgia básica (2,8%) e fumo (25,2%). Nos grandes setores, o destaque ficou por conta do crescimento da produção de bens duráveis (3,3%), decorrente, sobretudo, do comportamento de veículos automotores. Por sua vez, a produção de bens de capital não foi bem em fevereiro (0,1%), mas cresceu 12,4% no acumulado do primeiro bimestre frente mesmo bimestre de 2013. Ou seja, apesar de fevereiro, as expectativas com relação à produção de bens de capital para 2014 são positivas.

O que mais chamou atenção foi o desempenho do setor de bens intermediários, cuja produção cresceu pelo segundo mês consecutivo e a taxas relativamente significativas: 1,6% em janeiro e 0,8% em fevereiro – taxas de janeiro com relação a fevereiro, com ajuste sazonal. Ainda que seja cedo para afirmar, é possível dizer que esses resultados vindos do setor de intermediários podem ser o sinal de uma recuperação mais geral da indústria brasileira, já sob alguns efeitos do câmbio. Os próximos meses confirmarão se isso está, de fato, ocorrendo.
 

 
Segundo dados do IBGE, a indústria brasileira registrou avanço de 0,4% em fevereiro em relação ao mês anterior, na série com dados dessazonalizados, após alta de 3,8% em janeiro. Na comparação com fevereiro de 2013, houve uma alta da produção industrial de 5%. No acumulado dos últimos doze meses frente a igual período imediatamente anterior, a produção industrial também apresentou variação positiva, de 1,1%.

Dentre as categorias de uso, na comparação com o mês imediatamente anterior e com ajuste sazonal, a produção de bens de capital avançou apenas 0,1%, enquanto o aumento de bens intermediários e de consumo chegou a 0,8% e 0,5%, respectivamente. Dentre os bens de consumo, a produção de bens duráveis teve alta de 3,3%, contrastando com a queda de 0,1% da produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

 

 
Na comparação mensal (mês/mesmo mês do ano anterior), todas as categorias de uso obtiveram desempenho positivo em fevereiro deste ano. Nessa comparação, a produção de bens de capital apresentou a maior taxa de crescimento (12,4%), seguida pela produção de bens de consumo (7,4%) e de bens intermediários (1,1%). Destacou-se, ainda, a evolução dos bens de consumo duráveis, a qual, nessa comparação, apresentou taxa de crescimento de 20,9%. Os bens de consumo semiduráveis e não duráveis tiveram avanço de 3,6%.

Em comparação a janeiro de 2014, com dados dessazonalizados, foi verificado avanço no nível de produção em 20 dos 27 ramos produtivos contemplados na pesquisa. Os maiores destaques foram: fumo (25,2%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (17,6%) e veículos automotores (7%). Outras variações positivas importantes ficaram a cargo de: bebidas (5,1%), borracha e plástico (4,2%) e vestuário e acessórios (3,4%). Os setores que apresentação queda na produção foram: farmacêutica (–9,7%), diversos (–6,8%), outros produtos químicos (–3,1%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–0,9%), madeira (–1,0%), papel e celulose (–0,5%) e têxtil (–0,1%).

Na comparação em doze meses, em que a indústria geral apresentou avanço de 1,1% no mês de fevereiro, os seguintes setores foram responsáveis pelos melhores desempenhos: material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (9,5%), máquinas e equipamentos (7,8%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (6,7%) e refino de petróleo e álcool (6,3%). Já os piores resultados foram apresentados por: farmacêutica (–10%), edição, impressão e reprodução de gravações (–9,7%) e bebidas (–4,9%).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Leia outras edições de Análise IEDI no site do IEDI


Leia no site do IEDI: Dez Pontos Para a Economia Crescer Mais
Propostas do IEDI para aumentar o desempenho econômico de longo prazo.