O emprego industrial iniciou 2014 sem apresentar nenhuma reação
após as quedas de novembro (–0,1%) e dezembro (–0,4%)
de 2013. De acordo com o IBGE, a taxa de variação
do número de ocupados na indústria brasileira foi
de 0,0% em janeiro deste ano – todas as taxas acima calculadas
com relação ao mês anterior, com ajuste sazonal.
Esse comportamento
do emprego era esperado, mesmo diante do crescimento expressivo
de 2,9% da produção industrial nacional no primeiro
mês deste ano capturado pelo mesmo IBGE. O emprego somente
apresentará alguma reação quando a produção
mostrar uma evolução mais consistente, ou ainda,
uma sequência de taxas de crescimento positivas.
O fato é
que a crise continua instalada no mercado de trabalho da indústria.
Na série que compara o nível de emprego com aquele
do mesmo mês do ano precedente, o número de ocupados
recuou, em janeiro deste ano, pela vigésima oitava vez
seguida. E foi uma queda relativamente elevada: –2,0%.
Essa crise
continua se mostrando geral. Ainda na comparação
janeiro deste ano com relação a janeiro de 2013,
o pessoal ocupado na indústria diminuiu em doze dos quatorze
locais e em catorze dos dezoito ramos pesquisados pelo IBGE.
Regionalmente,
os principais impactos negativos vieram de São Paulo (–3,1%),
Rio Grande do Sul (–3,3%), Região Nordeste (–2,2%),
Paraná (–2,3%), Minas Gerais (–1,4%) e Bahia
(–3,2%).
Em termos
setoriais, as principais pressões negativas vieram de máquinas
e equipamentos (–5,6%), produtos de metal (–6,0%),
calçados e couro (–6,6%), máquinas e aparelhos
eletroeletrônicos e de comunicações (–4,8%),
produtos têxteis (–5,8%), meios de transporte (–1,8%),
outros produtos da indústria de transformação
(–2,6%) e refino de petróleo e produção
de álcool (–5,8%).
Após
dois anos consecutivos de retração (–1,4%
em 2012 e –1,1% em 2013), espera-se alguma retomada do emprego
industrial neste ano. No entanto, é possível que,
nesses últimos muitos meses, esteja ocorrendo um ajuste
de produtividade na indústria (ou pelo menos em parte dela),
o que poderia também explicar os resultados do emprego.
A indústria brasileira, pouco competitiva, parece buscar
fazer mais com menos e baixar custos. Se não é uma
estratégia de liderança nos mercados, é,
inicialmente, uma tentativa de sobrevivência.
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