18 de março de 2014

Emprego Industrial
Sem reação no início de 2014


   

 
O emprego industrial iniciou 2014 sem apresentar nenhuma reação após as quedas de novembro (–0,1%) e dezembro (–0,4%) de 2013. De acordo com o IBGE, a taxa de variação do número de ocupados na indústria brasileira foi de 0,0% em janeiro deste ano – todas as taxas acima calculadas com relação ao mês anterior, com ajuste sazonal.

Esse comportamento do emprego era esperado, mesmo diante do crescimento expressivo de 2,9% da produção industrial nacional no primeiro mês deste ano capturado pelo mesmo IBGE. O emprego somente apresentará alguma reação quando a produção mostrar uma evolução mais consistente, ou ainda, uma sequência de taxas de crescimento positivas.

O fato é que a crise continua instalada no mercado de trabalho da indústria. Na série que compara o nível de emprego com aquele do mesmo mês do ano precedente, o número de ocupados recuou, em janeiro deste ano, pela vigésima oitava vez seguida. E foi uma queda relativamente elevada: –2,0%.

Essa crise continua se mostrando geral. Ainda na comparação janeiro deste ano com relação a janeiro de 2013, o pessoal ocupado na indústria diminuiu em doze dos quatorze locais e em catorze dos dezoito ramos pesquisados pelo IBGE.

Regionalmente, os principais impactos negativos vieram de São Paulo (–3,1%), Rio Grande do Sul (–3,3%), Região Nordeste (–2,2%), Paraná (–2,3%), Minas Gerais (–1,4%) e Bahia (–3,2%).

Em termos setoriais, as principais pressões negativas vieram de máquinas e equipamentos (–5,6%), produtos de metal (–6,0%), calçados e couro (–6,6%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–4,8%), produtos têxteis (–5,8%), meios de transporte (–1,8%), outros produtos da indústria de transformação (–2,6%) e refino de petróleo e produção de álcool (–5,8%).

Após dois anos consecutivos de retração (–1,4% em 2012 e –1,1% em 2013), espera-se alguma retomada do emprego industrial neste ano. No entanto, é possível que, nesses últimos muitos meses, esteja ocorrendo um ajuste de produtividade na indústria (ou pelo menos em parte dela), o que poderia também explicar os resultados do emprego. A indústria brasileira, pouco competitiva, parece buscar fazer mais com menos e baixar custos. Se não é uma estratégia de liderança nos mercados, é, inicialmente, uma tentativa de sobrevivência.
  

 
Em janeiro, o total dos ocupados na indústria geral assinalou estabilidade em relação ao mês anterior, a partir de dados livres dos efeitos sazonais. No confronto entre janeiro 2014 e janeiro 2013, verificou–se queda dos ocupados assalariados em 2,0%, a vigésima oitava variação negativa consecutiva. Nos últimos 12 meses, a ocupação na indústria total decresceu 1,2%.

Regionalmente, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve decréscimo do pessoal assalariado ocupado na indústria em doze dos quatorze locais pesquisados. O principal impacto negativo ocorreu em São Paulo (–3,1%), seguido de Rio Grande do Sul (–3,3%), Região Nordeste (–2,2%), Paraná (–2,3%), Minas Gerais (–1,4%) e Bahia (–3,2%). Por outro lado, Região Norte e Centro–Oeste (1,3%) e Santa Catarina (0,4%) apontaram as contribuições positivas.

Do ponto de vista setorial, o total do pessoal ocupado assalariado recuou, em janeiro frente mesmo mês de 2013, em 14 dos 18 ramos pesquisados, com destaque para as pressões negativas vindas de máquinas e equipamentos (–5,6%), produtos de metal (–6,0%), calçados e couro (–6,6%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–4,8%), produtos têxteis (–5,8%), meios de transporte (–1,8%), outros produtos da indústria de transformação (–2,6%) e refino de petróleo e produção de álcool (–5,8%). Por outro lado, o principal impacto positivo sobre a média da indústria foi observado no setor de alimentos e bebidas (1,2%).

 

Número de Horas Pagas. O número de horas pagas na indústria, na passagem de dezembro para janeiro, apresentou resultado positivo (0,1%) após registrar queda de 0,4% em novembro e de 0,2% em dezembro, em comparação feita a partir de dados livres de efeitos sazonais. No confronto com igual mês do ano anterior, o número de horas pagas recuou 2,1% em janeiro, graças ao recuo em 11 localidades e 14 setores. Dentre as unidades da federação, podemos destacar a contribuição negativa de São Paulo (–3,0%), Região Nordeste (–3,5%), Rio Grande do Sul (–4,1%), Minas Gerais (–2,9%) e Paraná (–3,6%). Por outro lado, a Região Norte e Centro–Oeste (3,1%) exerceu o principal impacto positivo No acumulado dos últimos 12 meses frente a período imediatamente anterior, houve recuo de 1,3%.

Folha de Pagamento Real. Na passagem entre dezembro de 2013 para janeiro de 2014, a folha de pagamento real registrou queda de 0,5%. O indicador mensal (mês/mesmo mês do ano anterior) assinalou acréscimo de 3,7%. Os setores que mais influenciaram este resultado foram: meios de transporte (10,1%), alimentos e bebidas (4,4%), borracha e plástico (7,5%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (5,3%), indústrias extrativas (4,1%), minerais não–metálicos (4,5%) e papel e gráfica (3,0%). No acumulado dos últimos 12 meses, a folha de pagamento real da indústria cresceu 1,6%.

 

 

 

 

 

Leia outras edições de Análise IEDI no site do IEDI


Leia no site do IEDI: A Multiplicação dos Acordos Preferenciais
de Comércio e o Isolamento do Brasil
- Estudo acerca dos
acordos comerciais internacionais e a posição brasileira.