A economia brasileira saiu-se melhor no final de 2013 do que se
esperava. O avanço de 0,7% do PIB no quarto trimestre ante
o terceiro (com ajuste sazonal), superou as estimativas do mercado.
Esse resultado mostra que a economia reagiu e se recuperou da
queda de 0,5% registrada no terceiro trimestre.
No entanto,
ao se observar o desempenho do último trimestre do ano
passado por setor de atividade, nota-se que nem tudo caminhou
no mesmo ritmo e na mesma direção. De fato, o aumento
do PIB decorreu, exclusivamente, do avanço do valor agregado
(VA) do setor de Serviços (0,7% no quarto trimestre com
relação ao terceiro, com ajuste sazonal), já
que o VA da Agropecuária ficou estagnado (0,0%) e o da
Indústria caiu (–0,2%).
Em 2013, o
PIB cresceu 2,3%. Todos os setores contribuíram positivamente
para esse resultado: o VA da Agropecuária aumentou 7,0%;
o da Indústria, 1,3%; e o de Serviços, 2,0%. A despeito
de positivos, esses números guardam alguma decepção:
vale lembrar que, no início de 2013, as expectativas eram
de taxas de crescimento de 10,5%, 2,5% e 2,6% dos VA desses setores,
nessa ordem.
Ou seja, do
lado da oferta, 2013 não foi um ano ruim, mas ficou longe
de dar sinais de que a economia está numa trajetória
de crescimento mais consistente e robusto. Não é
possível, como tem ocorrido nos últimos anos e em
2013 também, que a evolução da economia brasileira
seja comandada por um único setor, o de Serviços,
mesmo porque esse setor vem perdendo ritmo. Outra preocupação
é a Indústria. O VA desse setor apresentou perda
de fôlego ao longo do segundo semestre do ano passado (2,0%,
0,1% e –0,2%, respectivamente, no segundo, terceiro e quarto
trimestres de 2013) e, pelo que tudo indica, não apresentará
evolução positiva mais significativa neste início
de ano.
A notícia
boa vem da Formação Bruta de Capital Fixo –
FBCF. Após queda de 4,0% em 2012, a FBCF cresceu 6,3% em
2013. É um sinal de que os investimentos foram retomados
em 2013 e a expectativa é que eles avancem mais em 2014
– a taxa de investimento, de 18,4% em 2013, ainda é
baixa. Além da taxa de câmbio mais favorável,
um crescimento tão ou mais significativo dos investimentos
neste ano pode ser considerado a variável-chave para um
comportamento mais forte da atividade industrial.
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