7 de fevereiro de 2014

Indústria Regional
Dezembro de 2013: retração geral,
com resultados piores no sul e sudeste


   

 
Pior do que não conseguir apresentar um desempenho mais consistente, ou seja, não oscilar tanto (num movimento de sobe e desce), é o fato de que a produção industrial foi perdendo ritmo ao longo do ano passado (1,7%, 0,3%, –1,3% e –0,8%, do primeiro ao quarto trimestre de 2013, nessa ordem – taxas calculadas com relação ao trimestre imediatamente anterior, com ajuste sazonal). Isso ocorreu em praticamente todos os grandes setores da indústria brasileira (incluindo os setores de bens de capital e de bens duráveis, ou ainda, os dois únicos setores que cresceram em 2013) e em grande parte de seus ramos produtivos.

O momento mais dramático desse percurso veio em dezembro, quando a atividade industrial recuou 3,5% frente a novembro (com ajuste sazonal). Os números do IBGE mostraram que esse resultado do último mês de 2013 decorreu da queda da produção em todos os grandes setores e em vinte e dois dos vinte e sete ramos investigados pelo Instituto. Portanto, uma retração de caráter generalizado. Hoje, com a divulgação da atividade industrial em diferentes localidades do país, confirmou-se esse traço: em onze dos catorze locais pesquisados, a produção recuou na passagem de novembro para dezembro.

Os principais destaques negativos vieram dos seguintes estados: Minas Gerais (cuja produção caiu 8,6%), Paraná (–7,3%), Ceará (–6,2%), São Paulo (–5,5%), Espírito Santo (–3,6%), Rio Grande do Sul (–3,2%) e Rio de Janeiro (–3,0%). Com menor queda, aparecem os estados da Bahia (–0,6%), do Amazonas (–0,6%) e de Santa Catarina (–0,1%). Na Região Nordeste com um todo, a atividade industrial também foi negativa (–0,1%). Por outro lado, a produção industrial cresceu em Goiás (8,2%), Pernambuco (3,3%) e no Pará (0,9%) – todas as taxas com relação a novembro de 2013, com ajuste sazonal.

Note-se que, em todos os estados do sul e do sudeste do país, a produção industrial caiu e, em quase todos eles, a taxas elevadíssimas. No final das contas do ano passado, os resultados negativos ficaram para os estados do sudeste: no acumulado de 2013, a produção industrial assinalou retração em Minas Gerais (–1,3%) e no Espírito Santo (–6,7%), ficou quase estagnada no Rio de Janeiro (0,1%) e cresceu somente 0,7% em São Paulo – vale lembrar que, em 2012, a produção tinha apresentado os seguintes desempenhos nestes estados: +1,4% em Minas; –6,2% no Espírito Santo; –4,7% no Rio; e –3,8% em São Paulo.

No ano de 2013, ficou claro que a indústria brasileira ainda encontra dificuldades para concorrer com os produtos importados no mercado doméstico. Mais do que isso, também ficou claro – algo que já vinha se mostrando no segundo semestre de 2012 – que os mercados externos também ficaram mais “estreitos” para as manufaturas brasileiras, já que a concorrência ficou aí muito acirrada depois da crise de 2008. Os incentivos governamentais para a indústria tiveram efeitos positivos (basta observar os desempenhos dos setores de bens de capital e de bens duráveis), mas perderam força, e o câmbio ainda não se fez presente (como pode ser observado pelo desempenho nada reluzente das exportações de bens manufaturados). Diante disso, 2014 começa com expectativas bem mais modestas. Os primeiros meses deste ano não são favoráveis.

Leia aqui o texto completo desta Análise.