4 de fevereiro de 2014

Indústria
Final de 2013 com forte retração


  

 
A atividade produtiva da indústria brasileira sofreu uma queda histórica no último mês de 2013. Segundo números do IBGE, a produção industrial caiu 3,5% em dezembro com relação a novembro – com ajuste sazonal. Esse resultado só não foi pior (para meses de dezembro) do que o registrado em dezembro de 2008, quando a crise internacional começava a viver seus momentos mais críticos.

Foi um mês extremamente ruim para a indústria nacional. Em todos os grandes setores, a produção recuou a elevadas taxas. No setor de bens de capital, a produção caiu 11,6% – essa fortíssima queda deveu-se, em grande medida, à menor produção de caminhões, ocasionada pela concessão de férias coletivas em várias empresas do setor naquele mês. Nos setores de bens intermediários, de bens de consumo duráveis e de bens de consumo semi e não duráveis, a atividade produtiva recuou 3,9%, 3,0% e 2,3%, respectivamente

Dos vinte e sete ramos industriais pesquisados pelo IBGE, em vinte e dois a produção apresentou queda em dezembro frente a novembro – lembrando que o mês de novembro também foi de retração da produção da indústria como um todo (–0,6%). Destacam-se os resultados negativos das atividades de veículos automotores (–17,5%), máquinas e equipamentos (–6,2%), farmacêutica (–11,7%), refino de petróleo e produção de álcool (–4,3%), metalurgia básica (–7,4%). borracha e plástico (–6,7%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (–14,2%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–6,2%), calçados e artigos de couro (–13,4%), produtos de metal (–3,2%) e perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (–5,3%). Ou seja, o movimento de retração foi generalizado, ele pôde ser observado nos mais diferentes segmentos industriais.

Se em agosto, setembro e outubro a indústria brasileira parecia esboçar alguma reação (ainda que bem modesta), já que conseguia lograr três taxas de variação positivas consecutivas na sua produção, os meses de novembro e dezembro mostraram que ali se tratou de um “voo de galinha”. O fato é que a indústria terminou o ano sem superar aquele caminhar trôpego que vinha sendo observado desde o final de 2012 e ao longo dos sete primeiros meses de 2013.

A desaceleração da produção industrial nos dois últimos trimestres de 2013 e os números de dezembro comprometem as expectativas de que a indústria apresentaria nos primeiros meses de 2014 uma trajetória de crescimento mais consistente. É possível que os efeitos da maturação dos investimentos industriais já realizados e da desvalorização do real se façam sentir mais para frente.

Além disso, o crescimento de 1,2% da produção industrial em 2013 não suscita muitas comemorações. Ele veio depois de um fraquíssimo desempenho em 2011 (+0,4%) e de uma elevada queda em 2012 (–2,6%). Nos últimos cinco anos a indústria não conseguiu voltar aos níveis de produção de pré-crise. Na média do período 2009-2013, a atividade industrial está 2,2% abaixo do patamar médio dos dez primeiros meses de 2008.

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