Diferentemente do que ocorrera com a produção industrial
no mês de novembro, cuja variação foi negativa
(–0,2%), o emprego industrial ficou estagnado (0,0%) –
taxas relativas ao mês imediatamente anterior, com ajuste
sazonal. Não se pode ver um alento nesse resultado de novembro,
pois, como se sabe, a evolução do número
de ocupados na indústria foi sofrível ao longo de
praticamente todo o ano de 2013: no acumulado dos onze primeiros
meses, o número de ocupados na indústria recuou
1,1%. Vale lembrar que, em 2012, o emprego industrial já
havia recuado (–1,4%).
O fato é que, na indústria brasileira, o emprego
anda num compasso bem diferente do da produção,
e faz tempo. Se, nos anos seguintes à crise de 2008, o
emprego industrial se mostrou relativamente mais firme do que
a produção industrial – na expectativa de
uma melhora nos negócios –, a partir do final de
2011 e, de modo mais evidente, no ano de 2012, ele veio recuando,
muito provavelmente em decorrência da piora das expectativas
dos empresários industriais com relação aos
seus mercados domésticos e/ou externos.
Esses resultados negativos do emprego vêm ocorrendo em
diferentes regiões do país. Ainda na comparação
janeiro-novembro de 2013 com igual período de 2012, o número
de pessoal ocupado na indústria recuou em onze dos catorze
locais pesquisados pelo IBGE, com destaque para a Região
Nordeste (–4,6%), São Paulo (–0,7%), Rio Grande
do Sul (–2,2%), Pernambuco (–6,7%) e Bahia (–5,7%).
Em termos setoriais, nesse mesmo acumulado, resultados negativos
mais significativos foram registrados em calçados e couro
(–5,3%), outros produtos da indústria de transformação
(–4,0%), vestuário (–2,7%), máquinas
e equipamentos (–2,2%), produtos têxteis (–3,7%),
máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações
(–2,6%), produtos de metal (–2,1%) e madeira (–5,1%).
Não por acaso, na maioria desses setores a concorrência
do produto importado tem sido intensa, o que leva as empresas
a reduzirem seus efetivos e/ou a executarem programas de modernização
para elevar a produtividade, o que pode reduzir as contratações.
Uma reação do emprego industrial só será
observada quando a atividade produtiva da indústria começar
a dar sinais de que entrou numa trajetória de crescimento
mais consistente, ou ainda, numa trajetória positiva e
muito pouco oscilante (algo bem diferente do que se viu em 2013),
ainda que não seja robusta. A expectativa é a de
que isso possa ocorrer ainda que tenuamente neste começo
de ano e, de forma mais clara, a partir do segundo trimestre.
Uma nova onda de investimentos (já vista em 2013) e o câmbio
um pouco mais favorável jogarão de forma decisiva
para que tal comportamento da produção – e,
consequentemente, do emprego – aconteça.
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