11 de dezembro de 2013

Emprego Industrial
Mais um ano de queda


   

 
Esta Análise traça o perfil do emprego industrial por segmento de atividade produtiva e pelas regiões do País nos dez primeiros meses deste ano, de acordo com números do IBGE. Inicialmente, faz-se a análise da evolução dos dezoito segmentos industriais.

Segmentos industriais em que o emprego caiu em 2012 e continua em queda em 2013

São dez segmentos industriais em que o número de ocupados caiu em 2012 e continua em queda no acumulado janeiro-outubro de 2013. Deve-se notar que, nos segmentos ditos tradicionais da economia brasileira (têxtil, vestuário, calçados e couro, madeira), a retração do emprego foi elevada em 2012 e continua alta em 2013.

  • Têxtil: –5,9% e –3,8%, respectivamente, em 2012 e no acumulado dos dez primeiros meses de 2013;
     
  • Vestuário: –8,9% e –2,9% (de agora em diante, sempre nessa mesma ordem, ou seja, no ano de 2012 como um todo e no acumulado dos dez primeiros meses de 2013);
     
  • Calçados e Couro: –6,2% e –5,3%;
     
  • Madeira: –8,0% e –5,2%;
  • Papel e Gráfica: –3,5% e –0,9%;
     
  • Produtos de Metal – exclusive máquinas e equipamentos: –3,1% e –1,7%.

Em quatro desses dez segmentos, a taxa de variação do emprego ficou mais negativa em 2013:

  • Coque, Refino de Petróleo, Combustíveis Nucleares e Álcool: –1,5% e –3,7%;
     
  • Minerais Não-Metálicos: –0,1% e –1,6%;
     
  • Máquinas e Aparelhos Elétricos, Eletrônicos de Precisão e de Comunicações: –0,7% e –2,4%;
     
  • Fabricação de Novos Produtos da Indústria de Transformação: –2,8% e –4,0%.

Observa-se que em seis desses segmentos a produção é positiva no acumulado janeiro-outubro de 2013, quais sejam: Calçados e Couro (7,1%); Madeira (4,1%); Coque, Refino de Petróleo, Combustíveis Nucleares e Álcool (7,4%); Minerais Não-Metálicos (0,9%); Máquinas e Aparelhos Elétricos, Eletrônicos de Precisão e de Comunicações (3,3%); e Fabricação de Novos Produtos da Indústria de Transformação (3,6%). Ou seja, a despeito de resultados positivos na produção, esses segmentos continuaram reduzindo o número de ocupados em 2013. Esta pode ser uma indicação de que a produtividade esteja avançando nesses setores.

Segmentos industriais em que o emprego crescia em 2012 e continuou crescendo em 2013

São apenas três segmentos industriais cujo emprego aumentou em 2012 e se manteve em crescimento no acumulado do período janeiro-outubro de 2013. No entanto, observa-se, neste ano, um menor ritmo de evolução do emprego em todos esses três segmentos.

  • Indústrias Extrativas: 3,8% e 0,9%, respectivamente, em 2012 e no acumulado dos dez primeiros meses de 2013;
     
  • Alimentos e Bebidas: 3,8% e 1,3%;
  • Produtos Químicos: 1,0% e 0,9%.
     

Vale observar que a produção, no acumulado janeiro-outubro de 2013, é negativa nesses três segmentos: Indústrias Extrativas (–4,4%); Alimentos e Bebidas (–0,8%); Produtos Químicos (–0,6%).

Segmentos industriais em que o emprego caía em 2012 e passou a crescer em 2013

O número de ocupados passou a crescer em quatro segmentos industriais neste ano, após resultados negativos em 2012.

  • Fumo: –6,6% e 3,1%, respectivamente, em 2012 e no acumulado dos dez primeiros meses de 2013;
     
  • Borracha e Plástico: –1,6% e 3,1%;
     
  • Metalurgia Básica: –3,6% e 0,1%;
  • Fabricação de Meios de Transporte: –1,5% e 0,3%.
     

Em dois desses segmentos, a produção aumentou no acumulado janeiro-outubro deste ano (Borracha e Plástico, 2,8%; e Fabricação de Meios de Transporte, 9,7%), o que pode justificar as novas contratações de trabalhadores. Nos segmentos de Fumo e de Metalurgia Básica, a produção caiu, respectivamente, 8,3% e 2,8% em igual período.

Segmento industrial em que o emprego cresceu em 2012 e caiu em 2013

O segmento de “Máquinas e Equipamentos – exclusive elétricos, eletrônicos” foi o único em que o emprego assinalou crescimento em 2012 (1,0%) e vem apresentando queda (2,1%) nos dez primeiros meses deste ano, a despeito de sua produção crescer 6,9% neste mesmo período.

Com relação às regiões, em 2012, o número de ocupados na indústria apresentava taxas negativas em todas elas, o que continuou a ocorrer nos dez primeiros meses deste ano, com exceção da região Norte e Centro-Oeste, cujo emprego apresentou ligeiro crescimento.

  • Norte e Centro-Oeste: –0,2% e 0,3%, respectivamente, em 2012 e no acumulado dos dez primeiros meses de 2013;
     
  • Nordeste: –2,7% e –4,7%. Destacam-se as quedas acentuadas do emprego em Pernambuco (–6,6%) e na Bahia (–5,6%) no acumulado janeiro-outubro deste ano;
     
  • Sudeste: –1,7% e –0,6%. Os destaques aqui ficam por conta de São Paulo, cujo emprego caiu bem menos nos dez primeiros meses deste ano com relação à queda registrada em 2012 (–0,6% contra –2,6%), e do Espírito Santo, cujo número de ocupados passou a cair mais no acumulado deste ano até outubro (–3,5%) frente ao ocorrido no ano de 2012 como um todo (–1,4%);
     
  • Sul: –0,3% e –0,3%. Destacam-se os estados de Santa Catarina e Paraná, cujas taxas de emprego são positivas no período janeiro-outubro deste ano: de 1,0% e 0,4%, nessa ordem – no caso do Paraná, vale destacar que o emprego industrial também cresceu em 2012 (2,2%).
     

 
O número de ocupados na indústria brasileira assinalou alta de 0,1% na passagem de setembro para outubro, considerando a série livre de influências sazonais, após cinco resultados negativos consecutivos, acumulando recuo de 1,8%. Quando se compara os meses de outubro de 2013 com o outubro de 2012, o emprego industrial apresentou queda de 1,7%, a vigésima quinta variação negativa nesta comparação. Os indicadores acumulado no ano e acumulado nos últimos 12 meses até outubro assinalaram ambos variação de –1,0%.

No confronto com outubro de 2012, o emprego industrial recuou 1,2%, com o contingente de trabalhadores apontando redução em doze dos quatorze locais pesquisados. O principal impacto negativo sobre a média global foi observado na região Nordeste (–5,1%). Outros destaques negativos ficaram para São Paulo (–1,7%), Bahia (–6,3%), Rio Grande do Sul (–1,8%) e Pernambuco (–5,7%). Por outro lado, Região Norte e Centro–Oeste e Santa Catarina, ambos com avanço de 0,4% em outubro de 2013, apontaram as contribuições positivas sobre o emprego industrial do país.

No índice acumulado nos dez meses de 2013, o emprego industrial permaneceu em queda (–1,0%), com taxas negativas em onze dos quatorze locais. A região Nordeste (–4,7%) apontou o principal impacto negativo seguida do Rio Grande do Sul (–2,2%), São Paulo (–0,6%), Pernambuco (–7,1%) e Bahia (–5,7%). Por outro lado, Santa Catarina (1,0%) exerceu a principal pressão positiva.

 

 
Setorialmente, no índice mensal, 13 dos 18 setores industriais analisados apresentaram número de contratações inferior ao número de demissões na indústria ao longo do mês de outubro, sendo que as principais contribuições negativas estiveram em: produtos de metal (–5,7%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–5,1%), máquinas e equipamentos (–3,5%), calçados e couro (–5,2%), outros produtos da indústria de transformação (–3,8%), produtos têxteis (–3,6%) e refino de petróleo e produção de álcool (–6,3%); enquanto os principais impactos positivos ocorreram em borracha e plástico (2,9%) e de meios de transporte (1,2%).
No ano, as contribuições negativas mais significativas vieram de calçados e couro (–5,3%), outros produtos da indústria de transformação (–4,0%), vestuário (–2,9%), produtos têxteis (–3,8%) e máquinas e equipamentos (–2,1%), enquanto os setores de alimentos e bebidas (1,3%) e de borracha e plástico (3,1%) responderam pelas principais influências positivas.

Número de Horas Pagas. No mês de outubro, o número de horas pagas na indústria registrou variação positiva (0,3%), após cinco meses consecutivos de quedas. Na comparação com outubro de 2012, o número de horas pagas na indústria apresentou decréscimo de 2,0%, com taxas negativas em 12 dos 14 locais e em 16 dos 18 ramos pesquisados. Já no acumulado de 2013, o decréscimo registrado foi de –1,1%, igual variação do acumulado dos últimos 12 meses.

Folha de Pagamento Real. Na variação de outubro frente a setembro do presente ano, a folha de pagamento real assinalou queda de 0,8%, após subir 1,6% em setembro. Com relação a outubro do ano passado, a folha de pagamento real destinada aos trabalhadores na indústria apresentou crescimento de 1,2%, reflexo dos resultados positivos observados principalmente no Rio Grande do Sul (4,5%), São Paulo (0,8%), Santa Catarina (5,1%), Região Norte e Centro–Oeste (4,0%), Paraná (1,9%) e Rio de Janeiro (1,2%). No ano, o crescimento foi de 2,3%, enquanto nos últimos doze meses a variação foi de 3,7%.

 

 

 

 

 

 

Leia outras edições de Análise IEDI no site do IEDI


Leia no site do IEDI: A Multiplicação dos Acordos Preferenciais
de Comércio e o Isolamento do Brasil
- Estudo acerca dos
acordos comerciais internacionais e a posição brasileira.