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Outubro foi um mês de reação da indústria
brasileira. Em onze dos catorze locais pesquisados pelo IBGE houve
aumento da produção industrial. Em São Paulo,
a atividade produtiva industrial cresceu 2,5%, recuperando a queda
de 2,3% registrada em setembro. Em Minas Gerais, outro estado
com participação importante na indústria
nacional, a produção industrial cresceu 1,8%; e
melhor: esse foi o terceiro resultado positivo consecutivo da
indústria mineira (0,3% e 2,5% em agosto e setembro, respectivamente).
Nos estados
do sul, foram assinalados aumentos de 2,1%, 0,9% e 1,4% no Paraná,
em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, nessa ordem. Resultados
positivos também ocorreram no Amazonas (0,9%), no Pará
(2,6%), no Ceará (3,8%), em Pernambuco (2,9%), no Espírito
Santo (1,9%) e em Goiás (0,6%). Por outro lado, a produção
industrial recuou nos estados do Rio de Janeiro (–1,5%)
e da Bahia (–6,2%) devido aos impactos negativos da produção
de petróleo, metalurgia, alimentos e bebidas no primeiro
e de produtos químicos, automóveis e bebidas no
segundo – todas as taxas supracitadas calculadas com relação
ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal.
A indústria
poderá fechar o ano de 2013 num ritmo melhor do que o observado
ao longo do ano, ou ainda, apresentando um desempenho positivo
mais generalizado, como o de outubro. Pode-se esperar também
que ela inicie 2014 nesse mesmo ritmo, muito em decorrência
de melhores expectativas dos empresários industriais com
relação ao andamento da economia brasileira (tendo
como base, sobretudo, os sinais dados pelo governo de atenção
com relação às questões fiscais e
com os investimentos em infraestrutura) e aos seus próprios
negócios (efeitos de um câmbio mais desvalorizado).
No entanto,
o quadro deste ano já está praticamente dado e não
é um dos mais alentadores. Depois do pífio aumento
de 0,4% em 2011 e da queda de 2,6% em 2012, ou seja, depois de
dois anos ruins, a produção industrial acumula crescimento
de 1,6% no período janeiro- outubro deste ano – e
quem está puxando para baixo esse resultado de 2013 é
São Paulo, cujo crescimento de 1,8% da produção
de sua indústria é muitíssimo tímido.
Está claro, portanto, que a indústria brasileira
não recuperará o tombo do ano passado. Se, de fato,
essa reação de outubro se concretizar, com um bom
esforço a produção industrial poderá
fechar 2013 com avanço de 2,0%.
Em termos
regionais, a evolução da produção
em 2013 até outubro é a seguinte:
Locais
que assinalam crescimento em 2013 e já recuperaram a queda
de 2012
-
Ceará:
No acumulado dos dez primeiros meses de 2013, a indústria
do Ceará mostrou expansão de 3,8%, recuperando,
portanto, a queda de 1,2% de 2012 – mas, vale lembrar,
a indústria cearense fica ainda longe de recuperar a
fortíssima retração de 11,5% de sua produção
registrada em 2011. No acumulado janeiro-outubro de 2013, o
maior impacto positivo foi observado no segmento de calçados
e artigos de couro (22,4%), seguido por produtos têxteis
(10,1%) e refino de petróleo e produção
de álcool (22,8%). Por outro lado, as principais influências
negativas vieram das atividades de máquinas, aparelhos
e materiais elétricos (–61,4%) e de produtos químicos
(–11,2%).
-
Bahia:
No período janeiro-outubro de 2013, a produção
da indústria baiana acumulou crescimento de 4,9%, revertendo
a retração de 4,3% de 2012. Os principais impactos
positivos em 2013 vieram de refino de petróleo e produção
de álcool (15,8%) e de metalurgia básica (27,3%).
Colaboraram também os resultados positivos dos segmentos
de celulose, papel e produtos de papel (3,4%), de veículos
automotores (23,0%) e de borracha e plástico (8,1%).
Em sentido contrário, a influência negativa mais
importante sobre a média global foi observada na atividade
de alimentos e bebidas (–7,1%).
-
Paraná:
No acumulado nos dez meses iniciais de 2013, a indústria
paranaense registrou expansão de 5,0%, após queda
de 4,8% em 2012. A principal contribuição positiva
em 2013 veio do segmento de veículos automotores (16,5%).
Merecem destaques também os avanços vindos de
máquinas e equipamentos (15,1%), de refino de petróleo
e produção de álcool (3,7%), de minerais
não-metálicos (7,5%) e de outros produtos químicos
(9,6%). Por outro lado, a influência negativa mais relevante
sobre o total da indústria paranaense veio do segmento
de edição, impressão e reprodução
de gravações (–8,7%).
-
Rio
Grande do Sul: De janeiro a outubro de 2013, a produção
da indústria gaúcha avançou 6,4%, recuperando
o desempenho negativo de 2012 (–5,1%). Os impactos positivos
mais relevantes sobre o total da indústria vieram dos
segmentos de refino de petróleo e produção
de álcool (29,3%), de veículos automotores (20,9%)
e de máquinas e equipamentos (9,9%). Em sentido oposto,
as principais contribuições negativas vieram de
fumo (–6,2%), de calçados e artigos de couro (–3,5%),
de celulose, papel e produtos de papel (–4,5%), de outros
produtos químicos (–1,6%) e de alimentos (–1,1%).
Locais
que assinalam crescimento em 2013, mas não recuperaram
a queda de 2012
-
Amazonas: A produção industrial no Amazonas avançou,
nos dez meses iniciais de 2013, 1,7%, resultado que não
permitirá a esse estado recuperar a forte queda que de
sua produção industrial registrada em 2012, de
7,0%. As principais influências positivas ao longo desses
dez meses vieram dos segmentos de refino de petróleo
e produção de álcool (49,0%) e de máquinas
e equipamentos (17,4%). Contribuíram também os
segmentos de instrumentação médico-hospitalares,
ópticos e outros (7,8%), produtos de metal (6,2%) e alimentos
e bebidas (1,7%). Por outro lado, as principais influências
negativas vieram dos segmentos de material eletrônico,
aparelhos e equipamentos de comunicações (–7,3%)
e de edição, impressão e reprodução
de gravações (–13,0).
-
Rio
de Janeiro: No acumulado janeiro-outubro de 2013, a produção
industrial do Rio de Janeiro expandiu 0,8%, resultado fraquíssimo
que fica longe de fazer frente à queda de 4,7% de 2012.
Os destaques positivos nesses primeiros dez meses de 2013 foram
os segmentos de veículos automotores (34,0%), farmacêutica
(11,9%), outros produtos químicos (8,2%) e de borracha
e plástico (17,1%). Em sentido oposto, metalurgia básica
(–15,3%) e indústrias extrativas (–6,2%)
exerceram as influências negativas mais relevantes sobre
o total da indústria fluminense.
-
São
Paulo: No período de janeiro-outubro de 2013, a produção
da indústria paulista cresceu 1,8% e, portanto, não
conseguirá também reverter a retração
de 3,8% registrada em 2012. O maior impacto positivo sobre o
total da indústria paulista veio do segmento de veículos
automotores (8,8%). A evolução da produção
nos segmentos outros equipamentos de transporte (9,7%), máquinas
e equipamentos (5,1%), máquinas, aparelhos e materiais
elétricos (6,6%) e refino de petróleo e produção
de álcool (3,7%) também se destacou positivamente.
Por outro lado, os segmentos farmacêutico (–8,0%)
e de edição, impressão e reprodução
de gravações (–12,8%) foram os que mais
negativamente influenciaram a indústria de São
Paulo no período em tela.
-
Santa
Catarina: A produção industrial cresceu 2,1% nos
dez meses iniciais de 2013 nesse estado, ainda não revertendo
o sinal negativo de 2012 (–2,5%). É possível
que a indústria catarinense recupere a queda do ano passado,
mas, ainda assim, o resultado de 2013 não compensará
a retração de 4,8% registrada na produção
da indústria de Santa Catarina em 2011 – ao lado
de Ceará e Bahia, Santa Catarina forma o único
grupo de estados em que a produção industrial
caiu em 2011. As principais influências positivas vieram
dos segmentos de alimentos (5,6%) e de vestuário e acessórios
(14,0%), com destaque também para as influências
positivas vindas dos setores de celulose, papel e produtos de
papel (6,5%) e de metalurgia básica (19,7%). Por outro
lado, as principais contribuições negativas vieram
dos segmentos de máquinas e equipamentos (–4,9%)
e de produtos têxteis (–7,3%).
Locais
que não assinalaram quedas em 2012, mas que apresentam
resultados fracos em 2013
-
Pernambuco: A produção do setor industrial pernambucano
mostrou variação negativa de 0,1% no acumulado
do período janeiro-outubro deste ano, ante um resultado
positivo de 1,3% no ano 2012. As influências negativas
mais relevantes em 2013 vieram das atividades de alimentos e
bebidas (–2,8%), refino de petróleo e produção
de álcool (–26,8%) e de produtos têxteis
(–13,5%). Em sentido oposto, a maior contribuição
positiva sobre o total da indústria veio de produtos
químicos (7,7%).
-
Minas:
No estado mineiro, a produção industrial caiu
0,8% no acumulado de janeiro a outubro, resultado que contrasta
com o aumento de 1,4% de 2012. Neste ano, os destaques negativos
vieram das indústrias extrativas (–5,4%), da metalurgia
básica (–3,7%), de outros produtos químicos
(–7,5%) e de veículos automotores (–2,5).
Por outro lado, os segmentos de máquinas e equipamentos
(19,0%) e de alimentos (6,4%) assinalaram as contribuições
positivas mais relevantes sobre a média da indústria
de Minas.
Locais
que assinalam retração em 2013, após também
recuarem em 2012
-
Pará: No acumulado do período janeiro-outubro
de 2013, a produção da indústria paraense
recuou 6,6%, um resultado muito adverso, pois sucede uma também
queda de 1,1% assinalada em 2012. Nesse período de 2013,
a contribuição negativa mais relevante veio do
segmento de metalurgia básica (–8,9%), pressionado,
especialmente, pela redução na produção
de óxido de alumínio. Vale citar ainda os impactos
negativos vindos das indústrias extrativas (–4,1%)
e de celulose, papel e produtos de papel (–37,2%). Por
outro lado, o único resultado positivo veio do segmento
de minerais não-metálicos (2,3%), sustentado,
sobretudo, pela maior produção de cimentos “Portland”.
-
Espírito Santo: A produção da indústria
capixaba recuou 7,5% no acumulado dos dez primeiros meses do
ano, amargando um segundo resultado negativo, já que,
em 2012, ela recuou 6,2%. Essa forte retração
em 2013 vem, em grande medida, do desempenho dos segmentos de
metalurgia básica (–29,5%) e de alimentos e bebidas
(–18,2%). Outros resultados negativos foram observados
nas indústrias extrativas (–2,4%) e de celulose,
papel e produtos de papel (–1,8%). Por outro lado, a única
taxa positiva foi assinalada por minerais não-metálicos
(1,0%) – impulsionada pela maior produção
de ladrilhos e placas de cerâmica para pavimentação
ou revestimento e cimentos “Portland”.
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