8 de novembro de 2013

Indústria Regional
Um terceiro trimestre muito adverso


   

 
Os números da produção regional industrial divulgados hoje pelo IBGE permitem qualificar a evolução da indústria em setembro e no terceiro trimestre deste ano. E o que eles mostram é que o setor industrial brasileiro vai muito mal, pois seu desempenho produtivo é fraco ou negativo em quase todas as regiões do País.

Na comparação com agosto, já considerados os ajustes sazonais, a produção industrial recuou, no mês de setembro, em nove dos catorze locais pesquisados pelo Instituto. Isso mostra a fragilidade do crescimento naquele mês. Quedas fortes foram registradas em Pernambuco (–8,2%), Paraná (–2,4%), Ceará (–2,2%), Amazonas (–1,9%) e Região Nordeste (–1,4%). O maior centro industrial do país, São Paulo, compõe esse grupo, com queda de 2,1%, numa demonstração adicional da debilidade do crescimento industrial.

Em alguns locais onde a produção avançou em setembro frente ao mês anterior, simplesmente ocorreu uma recuperação do mal resultado de agosto, como nos casos da Bahia (–8,6% em agosto e 6,8% em setembro), do Rio de Janeiro (–4,1% e 4,4%) e do Rio Grande do Sul (–1,0% e 0,4%).

O movimento de perda de ritmo da produção industrial é marcante no terceiro trimestre do ano. Nesse período, com relação ao segundo trimestre e com ajuste sazonal, a produção apresentou um menor dinamismo em vários locais – em muitos deles, ela caiu fortemente no terceiro trimestre.

Em Pernambuco, a expansão de 4,0% do segundo trimestre foi sucedida por uma retração de 5,0% no terceiro; na Bahia, foi de 3,1% para –1,5%; no Amazonas, de 0,6% para –3,2%; e na Região Nordeste, de 1,2% para –1,6%. Ou seja, nesses locais, a produção passou de positiva no segundo trimestre para negativa no terceiro.

Em outros estados, a produção perdeu muito do seu ritmo observado anteriormente: no Paraná, após a expansão de 3,9% no segundo trimestre, registrou-se um aumento de 1,9% no terceiro; no Rio Grande do Sul, a produção passou de 2,5% para 1,6%; e em Minas, de 1,7% para 0,0%.

Nos estados do Espírito Santo e, sobretudo, de São Paulo, o cenário ficou pior, já que o desempenho negativo da produção do segundo trimestre deu lugar a um resultado mais negativo no terceiro: de –0,3% para –0,5% no estado capixaba e de –0,2% para –2,6% no estado paulista.

Embora não se possa dizer que a situação da indústria fluminense piorou, ela também não escapou de um resultado ruim no terceiro trimestre: praticamente repetiu, no terceiro trimestre (–0,4%), a mesma queda da produção registrada no segundo trimestre (–0,5%).

Não se espera que esse terceiro trimestre muito adverso para a indústria brasileira – seja em termos da produção regional ou setorial – se repita no quarto trimestre deste ano. Isso não quer dizer que os últimos três meses de 2013 serão de resultados mais expressivos e consistentes. A indústria caminhará até o final do ano a passos modestos e, provavelmente, entrará em 2014 no mesmo ritmo, talvez com uma evolução de sua produção menos oscilante, o que poderá ser considerado – nesse contexto – um bom sinal.

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