1º de novembro de 2013

Indústria
Uma recuperação muito parcial


  

 
Em setembro, a produção industrial brasileira apresentou uma ligeira recuperação: avançou 0,7% com relação a agosto – com ajuste sazonal –, de acordo com os números divulgados hoje pelo IBGE. Além de ser baixa, essa taxa também reflete uma recuperação parcial da indústria no nono mês deste ano, já que houve avanço em duas das quatro categorias de uso e em treze dos vinte e sete ramos pesquisados pelo IBGE.

Com o resultado de setembro, fecha-se o terceiro trimestre de 2013, e o que pode ser observado é que a produção industrial caiu nesse período. De fato, ao se comparar trimestre contra trimestre imediatamente anterior com ajuste sazonal, a indústria em geral, que vinha crescendo no primeiro e segundo trimestres deste ano (0,9%, 1,0%), apresentou retração de 1,4% no terceiro trimestre.

Esse pior resultado, que terá reflexo no PIB do terceiro trimestre, também pode ser visto em todos os grandes setores industriais. No setor de intermediários, o crescimento de 0,2% registrado no primeiro trimestre foi seguido de uma queda de igual magnitude no segundo trimestre, para, no terceiro trimestre, apresentar retração de 0,7%. Portanto, nesse importante setor da indústria, há dois trimestres consecutivos, a produção vem caindo.

Em bens semi e não duráveis, o desempenho foi o seguinte: –1,0%, 0,6% e –1,0%, respectivamente, no primeiro, segundo e terceiro trimestres. No setor de duráveis, o comportamento foi semelhante, destacando-se a forte queda no terceiro trimestre, qual seja: –1,1%, 2,8% e –4,1%. Mesmo no setor de bens de capital, o qual vem puxando fortemente o crescimento da indústria nacional em 2013, vem ocorrendo uma significativa perda de ritmo ao longo do ano, com pronunciada desaceleração no terceiro trimestre: 9,4%, 4,2% e 1,4%, respectivamente, no primeiro, segundo e terceiro trimestres.

A consequência dessa evolução é que, no acumulado dos nove primeiros meses do ano, a produção da indústria nacional cresceu 1,6%. Com esse resultado fraco e com a expectativa de que o quarto trimestre também seguirá no mesmo ritmo, projeta-se um avanço da produção industrial em torno de 2,0% em 2013, uma taxa que não recompõe a queda de 2012, que foi de 2,6%.

Ou seja, 2013 será mais um ano difícil para a indústria nacional. Comparado com o nível de produção industrial de setembro de 2008, quando da crise financeira-econômica mundial, o nível de setembro deste ano está 4,0% abaixo. Portanto, passaram-se cinco anos, e a indústria brasileira não conseguiu voltar àqueles patamares de produção.

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