18 de outubro de 2013

Comércio Exterior
O Brasil e o comércio mundial
de manufaturas em 2012


  

 
Segundo a OMC em 2012 o Brasil manteve-se na mesma posição do ano passado (22o) no ranking dos maiores exportadores de mercadorias do mundo e caiu uma posição no ranking dos importadores, ficando também em 22o. Contudo, no ranking de exportações de bens manufaturados, o Brasil vem perdendo posições ano a ano e hoje é o 30o. Ao contrário, em termos de importações de manufaturados, o Brasil vem ascendendo no ranking e em 2012 ficou na 20a posição.

É claro o descompasso entre o tamanho da economia brasileira (é a 6ª. economia do mundo), o volume de investimento estrangeiro direto (IED) (4o no ranking internacional em 2012, segundo UNCTAD) e o resultado das exportações e das importações em comparação com os outros países. Além das questões da falta de competitividade externa e do país estar afastado das cadeias de valor globais, o que significa que o IED atraído é voltado para o mercado interno, ano a ano agrava-se o problema da competitividade da produção doméstica.

De acordo com a OMC, o ano de 2012 foi um dos piores para o comércio internacional nos últimos anos, com crescimento de apenas 2% em termos de volume e nulo em termos de valor. Nesse cenário adverso, tem sido cada vez mais importante atuar de forma estratégica para garantir ou abrir mercados e atuar nos segmentos com maior dinamismo. Na contramão dessa orientação, no pós-crise o Brasil tem tido um papel passivo do ponto de vista do comércio externo, enquanto exerce paralelamente o papel de mercado dinâmico para as exportações de outros países que souberam preservar condições de agressividade como exportadores.

Em termos de exportações, o Brasil vem ocupando praticamente a mesma posição desde 2005. Embora a parcela brasileira nas exportações mundiais tenha se elevado de 1,13% em 2005 para 1,4% em 2011, em 2012 caiu novamente para 1,3%. Isso porque teve uma considerável retração de 5% nas exportações em termos de valor.

Em termos de importações a importância do Brasil vinha crescendo cada vez mais, porém caiu um pouco em 2012, para 22º lugar. Em 2005 o Brasil ocupava o 28º lugar no ranking, passando para 21º em 2011. Se for desconsiderado o comércio entre os membros da União Europeia, a posição no ranking se eleva de 19º para 15º em 2011 e depois 16o em 2012. Assim, sua participação nas importações mundiais evoluiu de 0,7% para 1,3%.

Em termos do comércio internacional de manufaturas, desde 2008 o Brasil ocupa a posição de 30o maior exportador (se considerada a União Europeia), ou seja, oito posições abaixo de seu ranking total. Vale notar que já teve posições melhores do que esta. A redução da participação das manufaturas nas exportações brasileiras significou também uma queda na parcela do país nas exportações mundiais de 0,85% em 2005 para 0,71% em 2012.

Já a parcela do Brasil nas importações de manufaturas mundiais mais do que dobrou: de 0,61% para 1,36% de 2005 a 2012. E o país ano a ano continua ganhando posições no ranking dos maiores importadores mundiais desse setor, de 32º em 2005 para 20º (incluindo União Europeia).

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