Das catorze localidades pesquisadas pelo IBGE, a produção
industrial recuou em sete e em outras sete ela avançou
no mês de agosto. Desses movimentos em sentidos contrários
resultou, com se sabe, uma variação zero da produção
“média” da indústria brasileira no oitavo
mês deste ano.
Nessa passagem
de julho para agosto, os destaques negativos ficaram por conta
do ocorrido na Região Nordeste e no Rio de Janeiro. Neste
último estado, a produção industrial caiu
4,2% em agosto com relação a julho, com ajuste sazonal.
Uma elevada retração que sucedeu uma também
queda – embora de menor proporção (–0,3%)
– que havia sido registrada no mês de julho. Ao longo
deste ano até agosto, foram cinco taxas de variação
negativas na indústria fluminense, o que se traduziu em
uma variação de 0,9% no acumulado janeiro-agosto.
Um resultado fraco, que vem se sustentando, em grande medida,
devido à recuperação, frente ao ano passado,
de alguns segmentos específicos: veículos automotores
(41,6%), sobretudo pela maior produção de caminhões,
automóveis e chassis com motor para ônibus e caminhões;
farmacêutica (11,5%); e outros produtos químicos
(8,6%).
Na Região
Nordeste, a produção industrial recuou 2,2% em agosto
com relação a julho, com ajuste sazonal. Essa também
foi a segunda queda consecutiva (–0,6% em julho). Ainda
assim, a produção industrial nessa região
do País acumula no ano até agosto crescimento de
1,8%. Para tal resultado, as principais influências positivas
vieram dos segmentos de refino de petróleo e produção
de álcool (12,2%), produtos químicos (4,7%), metalurgia
básica (9,0%) e de calçados e artigos de couro (12,5%).
Os próximos meses dirão se esses dois resultados
negativos do terceiro trimestre estão sinalizando uma piora
do desempenho da indústria nordestina ou se a região
conseguirá “segurar” um crescimento de sua
produção industrial em torno de 2,0% para este ano.
Por sua vez,
os destaques positivos estão em São Paulo e Minas
Gerais. Após o tombo de 4,5% em julho, a produção
industrial paulista cresceu 0,6% em agosto. Em Minas, o cenário
não era melhor: após duas quedas consecutivas (–0,9%
em junho e –0,7% em julho), a produção da
indústria mineira cresceu 0,3% em agosto – todas
as taxas calculadas com relação ao mês imediatamente
anterior, com ajuste sazonal. Como se vê, esses resultados
de agosto não são exuberantes.
É esperar
para ver se, nesses dois estados do sudeste, há, de fato,
uma reação que possa ser considerada consistente
para se pensar no desempenho da indústria brasileira como
um todo em 2013. No acumulado dos oito primeiros meses do ano,
a produção industrial cresceu 1,6% em São
Paulo e recuou 0,8% em Minas Gerais. Neste último estado,
quem vem puxando para baixo a produção industrial
são os segmentos de metalurgia básica (–5,1%,
no ano até agosto), as indústrias extrativas (–5,7%)
e outros produtos químicos (11,3%). As perspectivas não
são de uma reação mais contundente nas indústrias
extrativas e nem na metalurgia nos próximos meses, o que,
portanto, comprometerá a evolução da indústria
mineira e, consequentemente, nacional até o final do ano.
Em São
Paulo, esse aumento de 1,6% no período janeiro-agosto foi
impulsionado pela produção nos segmentos de veículos
automotores (7,9%) – com destaque para a produção
de caminhão-trator para reboques e semirreboques e caminhões
–, de refino de petróleo e produção
de álcool (6,5%), outros equipamentos de transporte (10,0%).
Esses segmentos não estavam bem o ano passado. Isso significa
que o desempenho da produção industrial paulista,
retiradas as reações desses segmentos, vem apresentando
resultados mais frágeis e fracos nos acumulados deste ano:
outro fator que comprometerá a evolução da
indústria nacional em 2013.
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