8 de outubro de 2013

Indústria Regional
Sem indicação de tendência


   

 
Das catorze localidades pesquisadas pelo IBGE, a produção industrial recuou em sete e em outras sete ela avançou no mês de agosto. Desses movimentos em sentidos contrários resultou, com se sabe, uma variação zero da produção “média” da indústria brasileira no oitavo mês deste ano.

Nessa passagem de julho para agosto, os destaques negativos ficaram por conta do ocorrido na Região Nordeste e no Rio de Janeiro. Neste último estado, a produção industrial caiu 4,2% em agosto com relação a julho, com ajuste sazonal. Uma elevada retração que sucedeu uma também queda – embora de menor proporção (–0,3%) – que havia sido registrada no mês de julho. Ao longo deste ano até agosto, foram cinco taxas de variação negativas na indústria fluminense, o que se traduziu em uma variação de 0,9% no acumulado janeiro-agosto. Um resultado fraco, que vem se sustentando, em grande medida, devido à recuperação, frente ao ano passado, de alguns segmentos específicos: veículos automotores (41,6%), sobretudo pela maior produção de caminhões, automóveis e chassis com motor para ônibus e caminhões; farmacêutica (11,5%); e outros produtos químicos (8,6%).

Na Região Nordeste, a produção industrial recuou 2,2% em agosto com relação a julho, com ajuste sazonal. Essa também foi a segunda queda consecutiva (–0,6% em julho). Ainda assim, a produção industrial nessa região do País acumula no ano até agosto crescimento de 1,8%. Para tal resultado, as principais influências positivas vieram dos segmentos de refino de petróleo e produção de álcool (12,2%), produtos químicos (4,7%), metalurgia básica (9,0%) e de calçados e artigos de couro (12,5%). Os próximos meses dirão se esses dois resultados negativos do terceiro trimestre estão sinalizando uma piora do desempenho da indústria nordestina ou se a região conseguirá “segurar” um crescimento de sua produção industrial em torno de 2,0% para este ano.

Por sua vez, os destaques positivos estão em São Paulo e Minas Gerais. Após o tombo de 4,5% em julho, a produção industrial paulista cresceu 0,6% em agosto. Em Minas, o cenário não era melhor: após duas quedas consecutivas (–0,9% em junho e –0,7% em julho), a produção da indústria mineira cresceu 0,3% em agosto – todas as taxas calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal. Como se vê, esses resultados de agosto não são exuberantes.

É esperar para ver se, nesses dois estados do sudeste, há, de fato, uma reação que possa ser considerada consistente para se pensar no desempenho da indústria brasileira como um todo em 2013. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, a produção industrial cresceu 1,6% em São Paulo e recuou 0,8% em Minas Gerais. Neste último estado, quem vem puxando para baixo a produção industrial são os segmentos de metalurgia básica (–5,1%, no ano até agosto), as indústrias extrativas (–5,7%) e outros produtos químicos (11,3%). As perspectivas não são de uma reação mais contundente nas indústrias extrativas e nem na metalurgia nos próximos meses, o que, portanto, comprometerá a evolução da indústria mineira e, consequentemente, nacional até o final do ano.

Em São Paulo, esse aumento de 1,6% no período janeiro-agosto foi impulsionado pela produção nos segmentos de veículos automotores (7,9%) – com destaque para a produção de caminhão-trator para reboques e semirreboques e caminhões –, de refino de petróleo e produção de álcool (6,5%), outros equipamentos de transporte (10,0%). Esses segmentos não estavam bem o ano passado. Isso significa que o desempenho da produção industrial paulista, retiradas as reações desses segmentos, vem apresentando resultados mais frágeis e fracos nos acumulados deste ano: outro fator que comprometerá a evolução da indústria nacional em 2013.

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